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A Educação precisa ser pensada de uma forma ecológica. Deveríamos ter duzentos conceitos educacionais diferentes e deixar que as pessoas escolhessem o melhor para si – Bruce Mau – da minha coleção de frases.

Galera pensando o que é Conhecimento? O debate depois foi muito legal!

Começo hoje de noite mais uma jornada com os alunos do MBKM.

Estarei postando neste blog tudo sobre os nossos encontros, incluindo fotos, estimulando os alunos a terem contato, de verdade, com o mundo colaborativo.

É mais uma tentativa de aprofundar o uso do blog em sala de aula.

Quem quiser acompanhar a turma por aqui, mesmo não estando nela, seja bem-vindo, pode comentar, discutir, etc.

Considero que temos que fazer um esforço em sala de aula para todos serem convexos, estarem juntos, mas côncavos na Internet, recebendo e divulgando tudo que acontece para os outros.

Veja reflexão sobre isso nesse link.

Vejam abaixo o detalhamento do curso:

Nome da disciplina:Conhecimento em Rede

EMENTAS

  1. 1. Trataremos de discutir, de forma colaborativa, o senso comum sobre o que consideramos que é Conhecimento e Rede. E, a partir, faremos uma revisão destes conceitos, analisar como podemos utilizá-los na nossa vida e das nossas organizações, aplicando as novas tecnologias colaborativas, o que o mercado denomina Web 2.0.

CARGA HORÁRIA TOTAL

  1. 1. 12 horas

OBJETIVOS

  • CONHECIMENTO – Ao final desse programa você deverá conhecer
  1. 1. Repensar o que realmente é Conhecimento e Rede. E procurar ter uma nova visão para atuação no ambiente atual de produção de informação, trazido pela Internet.
  • HABILIDADE – Ao final desse programa você deverá ser capaz de
  1. Capacidade de analisar os problemas de informação e de geração de conhecimento sob uma nova ótica.
  • ATITUDE – Ao final desse programa você deverá ter mudado sua atitude para:
  1. Não procurar soluções para problemas com visões antigas pré-Internet.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (Detalhamento da ementa)

  1. 1. O que é a Internet? O que é conhecimento? Como o Conhecimento em Rede afeta a sociedade? As organizações e como podemos utilizar novos conceitos para fazer a diferença. O que é a Web 2.0? Existe sociedade do conhecimento, da informação? É possível gerir o conhecimento? Existe Gestão de conhecimento? Gestão da Informação?

Não teremos Power Point – justificativa do professor para eliminar o Power Point:

http://nepo.com.br/2008/11/27/power-point-asa-ou-corrente/

Quem quiser ter acesso a apresentações antigas do professor:

http://www.slideshare.net/cnepo

Recomenda-se ver o que as outras turmas já fizeram nas minhas aulas:

http://nepo.com.br/?s=mbkm

  1. 2.

METODOLOGIA

  • CONCEITUAÇÃO
  1. 1. O professor é apenas um coordenador da colaboração entre aluno-aluno e professor-alunos. Não existe conhecimento pronto, mas só aquele elaborado em conjunto, no qual todos aprendem com a ignorância/experiência/criatividade/conhecimento do outro.
  • CRÍTICA
  1. 1. O aluno não deve vir para aprender de forma passiva, mas trazer a sua curiosidade ativa e uma visão pró-ativa de que tudo que ele sabe ou tem dúvida é fundamental para que o processo de aprendizagem seja proveitoso.
  • VIVÊNCIA
  1. 1. Da colaboração, do aprendizado coletivo.
  • AÇÃO
  1. 1. Não há transmissão de conhecimento, mas sincronização de vivências, na qual todos saem da sala de aula em outro patamar, incluindo o professor.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO

A nota será finalizada da seguinte forma, dentro de sala de aula, com auto-avaliação dos alunos:

a) Presença em sala de aula – 6  pontos, divididos assim.

1,0 – para a sexta;

2,0 – para o sábado.

1,0 – para a sexta;

2,0 – para o sábado.

b) Presença no trabalho do grupo em sala de aula – 2,0;

c) Participação do aluno em sala de aula – 1,0;

d) Participação do aluno na Internet (*) – 1,0.

(*) serão criados posts no blog do professor e o aluno poderá comentar lá.Ou em qualquer espaço que toda a turma, o professor e outros alunos do curso possam ter acesso, para ser discutido em sala de aula.

É recomendado aos alunos serem pontuais, em função dos exercícios em sala de aula.

Os alunos que faltarem poderão recuperar os pontos perdidos, se informando sobre  o conteúdo da aula e relatando o que aconteceu nos comentários no post referente à aula, no blog do professor. O mesmo acontecendo para o trabalho em grupo, fazendo individualmente e publicando no blog do professor. Os alunos que tenham problema para colocar o nome na Internet podem postar de forma anônima e informar ao professor que é autor do post, através de e-mail, enviar para nepomuceno@pontonet.com.br

Os alunos se auto-avaliarão nos itens “c” e “d” e discutirão em sala de aula com o professor, através de troca de papel escrito, estas notas. Os outros itens serão automáticos, conforme presença.

A discussão sobre auto-avaliação, ou notas 2.0, faz parte da metodologia e do próprio conteúdo do curso, discussão sobre este tema em:

http://nepo.com.br/2009/05/14/notas-2-0-o-aluno-se-auto-avalia/

Os trabalhos de quem faltou só serão válidos uma semana depois que terminou o curso. Os alunos que faltarem mais de x % das aulas não poderão passar nem fazendo trabalho. Informem-se na secretária o número de faltas permitidas.

PROGRAMAÇÃO

Semana

Conteúdo

Material de Apoio (filmes, textos, livros, exercícios)

1ª aula

(sexta)

  • Debate coletivo – o que é Internet? O que é conhecimento?

Através de exercícios colaborativos.

2ª aula

(manhã sábado)

  • Filme Lutero (Parte I) Debate

Filme

2ª aula

(tarde de sábado)

O que é o mundo 2.0? Uma era de mudanças ou uma mudança de era?

Apresentação de idéias do professor e discussão com a turma.

3ª aula

(sexta)

  • Uma visita guiada pela Web 2.0 (Blogs, Twitters, redes sociais)

Apresentação dos grupos de alunos.

4ª aula

(manhã)

  • Trabalho de grupo

Apresentação dos grupos de alunos.

4ª aula

(tarde)

  • Apresentação dos grupos – auto-avaliação individual (cada aluno diretamente com o professor) e depois coletiva da turma.

Apresentação dos grupos de alunos.

A programação é tentativa e pode mudar conforme a interação com a turma.

BIBLIOGRAFIA

  • LIVROS

Nº  Item  – Autor                                  Obra               Edição/Editora                   Ano

Obra

Editora/Edição

Ver bibliografia recomendada em:

http://nepo.com.br/2009/05/25/bibliografia-recomendada/

Artigos recomendados no meu blog para esta disciplina:

http://nepo.com.br/category/gestao-do-conhecimento-20/

http://nepo.com.br/category/empresa-20/

Sugere-se uma visita ao blog do professor para ler outros assuntos de interesse, olhem na lateral os assuntos em “Categorias”.

E o livro “Conhecimento em Rede”, Nepomuceno e Cavalcanti.

Curriculo resumido do professor

  • Professor:
Doutorando em Ciência daInformação pela Universidade Federal Fluminense, com o tema “Redes do Conhecimento”  é  jornalista e consultor especializado em Planejamento Estratégico em Informação,com especialização no mundo Web, desde 1995.

Atualmente, presta consultoria para as seguintes instituições:

Petrobras, Coppe/UFRJ, IBEU e Z3M Consultoria.

É professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, da Pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing Digital, da Faculdade Hélio Alonso e em Mídias Digitais, no Senac, em ambas instituições com a cadeira “Conhecimento em Rede” e presidente do ICO – Instituto de Inteligência Coletiva.

Escolhido como um dos 50 “Campeões brasileiros de inovação”, pela Revista Info, em 2007, na área de universidades e pesquisas por coordenar o projetoICOX, primeira ferramenta brasileira para gerenciamento de projetos de redes sociais eletrônicas, software livre que conta com apoio da Faperj, Finep e Infoglobo.

É co-autor do primeiro livro sobre Web 2.0 no Brasil: “Conhecimento em Rede“, da editora Campus em co-autoria com Marcos Cavalcanti.

Por fim, é Diretor Executivo da Pontonet, primeira empresa de Consultoria da Web Brasileira, fundada em 1995, que reúne na sua carteira mais de 230 projetos de consultoria estratégica em Internet.

Obra

Editora/Edição

16 Responses to “MBKM – o blog em sala de aula”

  1. Fico ainda muito preocupado com a quantidade de informação desestruturada existente na Internet, Servidores Corporativos e até mesmo nos PCs Domésticos…acredito que a WEB Semântica é o Caminho… A questão agora é: Como motivar os usuários a estruturar suas informações sem criar dificuldades pra eles? Como fazer o processo ser mais intuitivo e natural? Como estabelecer essa conexão entre a compreensão dos homens e a “compreensão” das máquinas?

    Video introdutório (só pra começar):
    http://www.youtube.com/watch?v=OGg8A2zfWKg

    Um exemplo prático, simples e funcional de entendimento entre homenes e máquinas:
    http://picasa.google.com/support/bin/answer.py?hl=en&answer=93973

    Se o assunto interessar mesmo, dedique seu tempo:
    http://www.youtube.com/watch?v=ayym9jJFIgQ&feature=channel

  2. Bia Ennes disse:

    Olá todos,

    Eu estava muito ansiosa para a aula de hoje, mas infelizmente não pude ir por questões de saúde. Mas enquanto não faço o resumo sobre o que perdi, deixo aqui dois links muito interessantes:

    O que podemos esperar do Google Wave (incluindo um vídeo com a apresentação feita para os usuários que estão realizando os testes): http://wave.google.com/

    Twitter 101, um site desenvolvido pela equipe do twitter explicando o que é, para que serve, e como empresas podem usar o twitter para fazer negócios: http://business.twitter.com/twitter101/

    Bjs.

  3. Bia Ennes disse:

    Olá todos,

    Estava pesquisando e encontrei um post falando sobre como o FriendFeed pode ser usado como ferramenta para colaboração dentro de empresas: http://mashable.com/2008/08/20/friendfeed-for-collaboration/

    Para quem não conhece, o FriendFeed é uma media social super interessante, que informa para todos os seus amigos, qualquer tipo de atualização que você faça. E permite integração com Flickr (fotos), Picasa (fotos), delicious (bookmarks), youtube (videos), linkedin, facebook, blogs, twitter e mais uns 30 deste tipo. Ou seja, a cada nova coisa interessante que você coloca online, descobre na internet, e a cada tweet ou post seu, todos os seus amigos recebem também. E tem espaço para comentários e para selecionar conteúdos enviados por outros e colocar como “liked”, o que faz o conteúdo ser enviado também para os seus amigos. Isso tudo permite um trabalho de colaboração com fotos, vídeos, textos, sites, comentários, debates, citações e etc.

    Interessante também é que por ainda estar numa fase de “early adopters” (e muitos acreditam que nunca vá sair disto), a maioria dos usuários são pessoas que se interessam pelo tema de midias sociais, informação e web 2.0. Então estes assuntos estão sendo muito falados lá e é possível conseguir muita informação relevante sobre eles.

    Eu pensei que poderíamos montar um grupo lá e trabalhar essa ferramenta da forma colaborativa sugerida no artigo. Que tal?!

    Bom, se alguém entrar eu já estou por lá como biaennes (Bianca Ennes), é só adicionar!

    Bjs.

  4. Lucia disse:

    Oi pessoal!

    Estou terminando de ler um livro super interessante e que tem tudo a ver com a aula que tivemos. Fiz logo uma conexão com o que Nepomuceno falou sobre o próximo passo: o robô.

    O nome do livro é Numerati de Stephen Baker. Fala de membros de uma elite da ciência da computação que estão focados em analisar todos os nossos passos na web, em busca de padrões de comportamento que possam prever o que queremos comprar, em quem vamos votar, etc.

    Cada capítulo fala de uma possibilidade: como a empresa pode utilizar essa tecnologia para aumentar nossa produtividade, analisar nossas competências; nosso perfil como consumidor;

  5. Lucia disse:

    Continuando…
    Descreve como analisar nossas tendências como eleitor e tem um capítulo só sobre blogueiros e outro sobre sites de relacionamento.
    É interessante e assustador!
    Abraços!

  6. cnepomuceno disse:

    Valeu Bia e Lucia, valeram as dicas!
    tks pela visita!

  7. cnepomuceno disse:

    Rodrigo, postou em outro lugar e estou situando ele aqui:

    Pessoal,

    Para a Discussao de Material Acabado vs Inacabado, Segue um paper classico sobre o assunto “The Cathedral and the Bazaar”, de Eric Raymond http://catb.org/~esr/writings/cathedral-bazaar/cathedral-bazaar/

  8. Wagner Silva disse:

    “O tempero da aula é a fome de saber”. Cheguei à aula de sexta com fome, saí faminto! Dúvidas e mais dúvidas: filosofia, ciência da computação, epistemologia, etimologia, análise prospectiva, sociologia, darwinismo, geografia, história, psicologia, lingüística e, ironicamente, ciência da administração. O objetivo de levantar perguntas fundamentais foi atingido. Valeu Nepo! Muito bom! Mas não desisti da aplicação prática de pelos menos parte de todas essas discussões. A única certeza que ficou foi sobre meu papel como indutor de mudança. Espero conseguir desenvolver um bom projeto profissional e acadêmico nessa linha. Destaco uma reflexão que ficou: entre os objetivos da ciência estão descobrir e entender as leis da natureza e estender os benefícios daí advindos ao maior número possível de pessoas ajudando a resolver problemas. Nepo, mais frases pra sua coleção:

    “Três classes de pessoas são infelizes: a que não sabe e não pergunta, a que sabe e não ensina a que ensina e não faz”. V. Beda.

    “Eu sou um homem que se fez por si mesmo, mas acho que vou precisar me fazer de novo. E dessa vez vou chamar alguém para me ajudar”. Roland Young.

    “Há uma parcela de idiotas na população e seria injusto não estarem adequadamente representados”. Herbert Humphry (para o Congresso Nacional).

  9. […] Wágner foi direto na última aula do MBKM, com um tom de descrença: “Nepô, então, você acha que as pessoas serão menos medíocres […]

  10. […] Estivemos empenhados na discussão sobre o que é, afinal, conhecimento na última aula do MBKM. […]

  11. Estou querendo postar desde a semana passada mas confesso que estive presa em meu “reino encantado”.
    Adorei a aula, e fiquei surpresa em ter o Nepô na sala pois já o conhecia através de seus posts, suas idéias a muito fermentavam minha cabeça.
    Quando ele começou a falar que os desenhos das cavernas eram recados, fiquei muito curiosa por saber quais eram os fatos históricos que deram base a esta afirmação? Não perguntei em aula pois queria deixar esta pergunta para o Blog. Mas durante a aula, minha pergunta já estava respondida: “Toda teoria é uma tentativa de entender o processo”. Isto me bastou.
    Lendo algumas coisas, encontrei uma resposta que acho mais adequada a pergunta: O que é conhecimento?
    “O conhecimento é construido passo a passo a partir de diferentes relações entre o sujeito e o objeto, ou seja, dependendo do olhar que o sujeito incida sobre o objeto, um novo “saber” será compreendido por este. Tal saber deverá ser confrontado com outras visões daquele objeto, construindo-se assim um grau mais próximo de verdade, mas que nunca será absoluta em si.” (Nietzsche)

  12. Sou muito reservada, para mim é uma tarefa herculana falar em público, coisa que aconteceu na aula, quando percebi este fato deu branco….ainda não me convenci da história do grátis do Cris Anderson ainda acho que é como a história da “pirâmide”, em que poucos ganham e uma grande parcela paga a conta. Mas um outro mundo só é possível mediante outras formas de pensar. Vamos aguardar.
    Outra reflexão que fiz, foi sobre o sistema de robô, ao qual o Nepô vê como futuro.
    Minha espectativa vai por outra linha, penso que a neurociência permitirá que nosso cérebro expresse uma condição humana sem limites espaciais e temporais. Estamos caminhando para esta realidade.
    Até…..

  13. cnepomuceno disse:

    Carla, ainda bem que vencestes a sua timidez, parabéns!

    Adorei a definição do Nietzsche, já a coloquei na minha coleção de frases:

    http://nepo.com.br/frases/

    Bom, o Grátis, na verdade, não é grátis, é dar algo que hoje se cobra e se cobrar por algo que hoje é grátis.

    Um autor lança um livro e dá palestra de graça para divulgá-lo.

    Hoje, ele dá de graça o livro e cobra a palestra.

    O mesmo ocorre com o cantor, etc…

    Ou seja, é uma mudança de venda de produtos reproduzíveis por experiências presenciais pagas.

    Quanto a evolução da neurociência sempre coloco à parte as mudanças nos seres humanos e na sua essência, para as quais não podemos ter parâmetros.

    Mas independente destas, os robôs já estão chegando, dá uma olhada na matéria de capa da veja esta semana,

    bjs

    grato pela visita,

    Nepomuceno.

  14. Eudes disse:

    Olá mestre,

    Como lhe falei em sala, acredito muito nessa abordagem prática sobre as redes para a gestão do conhecimento e para a inteligência coletiva que o mestre tanto defende, mas não é sobre isso que eu quero falar.

    Embora tenha ficado muito claro, como você mesmo colocou, que neste mundo novo da internet existe o lado bom e o lado ruim, existe os defensores e os censuradores, existe o herói e o vilão, eu ainda não estou totalmente convencido que esse meio do muitos para muitos é naturalmente imunizado contra os inimigos da livre informação e da livre iniciativa (também não estou querendo dizer que o mestre tenha afirmado isso em algum momento).

    O que eu quero colocar aqui é uma pequena dose de pessimismo gelado para nos paralisar um pouquinho e nos fazer esquecer por um instante dos robozinhos e dos brinquedinhos felizes desse admirável mundo novo [posso?].

    Quando os livros surgiram, eles eram, ao meu ver, uma espécie de muitos para muitos dentro de um clube razoavelmente livre. Um publicava um livro para dizer que homem veio do macaco, o outro, em resposta, publicava um livro dizendo que isso era ridículo. Quem sabia escrever e tinha o que escrever, publicava.

    Hoje, se você sabe escrever e tem o que escrever não significa que você vai conseguir publicar um livro somente pela sua livre vontade. A mundo literário, da ficção ou não, se confunde com o mundo editorial. A editoria é um canal inescapável desse mundo.

    Será que um canal similar não vai surgir mais cedo ou mais tarde para abocanhar a internet? Será que não tem ninguém pensando em como fazer isso agora? Se tem, por mais louco que ele seja, quem eles são? Alguém está estudando essa possibilidade remota ou não?

    Hoje nós navegamos na internet ou navegamos no Google? Hoje entramos na internet ou abrimos o site do Google? Não me acusem de demonizar o buscador popular. A minha intenção com essa provocação é definir o que é a internet e o que são os canais que surgem para limita-la e as possíveis pessoas e organizações que podem se aproveitar desses canais.

    É público que o Google para entrar na China teve que adotar a lista de censura da ditadura chinesa. De novo, não quero demonizar o Google, mas sim exemplificar a existência da possibilidade, seja ela rídicula ou não, de manipulação dos canais.

    Obama abusou da internet na sua campanha, mas agora luta para restringir a privacidade dos americanos na internet através de um secretariado que pretende implantar medidas de suposta proteção cibernética onde os internautas ficarão parcialmente expostos e limitados pelo governo federal. Movimento similar existe no Brasil e no mundo. A ONU baba de vontade de ter para ela o controle da internet mundial. (E daí a pergunta, por que alguém quer ter o controle da internet mundial, não está bom assim? Pra mim querer o controle da internet mundial é como querer o controle de todas as rádios do mundo, ou de todas as empresas do mundo, ou de todos os cachorros do mundo, e assim por diante …)

    Voltando a China. Os internautas chineses fogem da censura através de “portas de internet” clandenistas. Em resposta, o governo Chinês, está projetando um chip que será implantado em todos computadores na China, importados ou não. O chip serve para fazer “censura na fonte” e é ligado diretamente na central de internet do governo que vai conseguir ver tudo que os internautas fazem no computador e bloquear o que for necessário. Não é tecnologicamente brilhante? (Eu não vou botar os links porque estou com preguiça, mas como já estamos na era 2.0, é só ir no Google e pesquisar que vai aparecer. É um bom exercício de imersão prática na matéria da aula, não é mesmo?)

    Vou parar com a minha dose de pessimismo neurótico por aqui para que possamos voltar a falar dos brinquedinhos legais da internet. Mas a minha mensagem é velha e conhecida: o robô que se faz para ajudar também se faz para censurar, para restringir, para proibir, para meter o nariz na vida dos outros e por ai vai. E quando se falar de internet, estamos falando dos outros e de nós. Isso, acredito eu, nos traz uma oportunidade de estudo dessas ameaças e dessas possibilidades, nem que seja só para questões históricas. Pois quem está estudando os furos na área do direito para proteger o internauta? Quem está interessado em sustentar meios para manter essa saudável “separação entre a Internet e o Estado” que ainda temos (no Ocidente)?

    Quem está pensando ou estudando a necessidade de uma “Declaração Universal dos Direitos do Homem 2.0”? Enfim, estou colocando na mesa algumas possibilidades que hoje já são reais e propondo uma visão séria, investigativa e científica sobre o fenômeno.

    ***

    Agora vou falar de brinquedinhos: essa questão de robôs que trabalham de graça citado pelo professor na aula me lembrou o sistema da TiVo, dos EUA. É um sistema de TV digital, que, segundo minhas pesquisas, você diz para ele o que você gosta de assistir, e ele se encarrega de gravar tudo para você.

    É possível dizer para ele, por exemplo, que você gosta de filmes de aventura, filmes de ação, séries de sci-fi, e ele vai sugando tudo da programação. Depois você assiste o que quer e apaga o que não quer. Os níveis de refinamento de busca são incríveis. Você pode, por exemplo, pedir filmes de ação, mas rejeitar os com George Clooney.

    Ele também se integra com celular, iPod e outras porcarias. Só falta se integrar com o twitter do indivíduo e dizer o que ele está assistindo no momento.

    Acho que escrevi demais.

  15. cnepomuceno disse:

    Eudes, compartilho em parte do seu pessimismo, veja meu medo da contra-reforma na entrevista que saiu hoje:

    http://nepo.com.br/2009/08/12/quando-blogueiro-entrevista-blogueiro/

    Não acho que o futuro é dado, mas construído.

    Depende um pouco de nós e é justo, olhando para trás, desconfiar de um mundo cor de rosa.

    Mas o que nos resta a fazer?

    Lutar no que se pode para puxar o barco mais para esse lado da margem e é isso que tento.

    Gostei da declaração dos direitos humanos 2.0.

    Acredito que estamos à beira – ou já vivendo – mais um iluminismo em rede, tendo mais uma contra-reforma e abrindo novos espaços de direitos humanos.

    É isso, grato pela visita.

    Nepô.

  16. […] O Eudes, um dos meus alunos no MBKM perguntou em um comentário: É público que o Google para entrar na China teve que adotar a lista de censura da ditadura chinesa. De novo, não quero demonizar o Google, mas sim exemplificar a existência da possibilidade, seja ela rídicula ou não, de manipulação dos canais. […]

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