Tenho observado na minha, digamos verdadeira pregação aberta sobre as mudanças trazidas pela Rede Digital, um tipo de reação interessante.
Há aqueles, que geralmente compõem a maioria, que se abrem para escutar.
Alguns têm uma certa dificuldade, mas estão abertos.
Muitos pincelam aqui e ali uma série de questões, mas há espaço para o diálogo.
Porém, há também os resistentes.
Que trazem para o ambiente um conceito fechado.
Pode ser que haja a abertura para parte do processo, mas em alguns pontos há um labirinto sem saída.
Algo que nem a própria pessoa amadureceu direito, mas que leu, achou bom e incorporou como a um espírito.
E ao trazer o conceito importado, mas não digerido, se sente insegura e passa a defendê-lo com a força do ego.
Sim, pois esse tipo de trepadeiras se aloja no ego.
O conceito passa a ser a pessoa. A pessoa passa a ser o conceito.
É um chiclete!
Há quase uma impossibilidade de diálogo.
Não se justifica o motivo de se chegar aquilo, mas o simples fato de ter lido em algum lugar ou de alguém “importante”.
Mas, como disse e coloquei nas minhas frases, conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles.
São partes de um processo.
Nos ajudam a tentar a ver a realidade, uma parede móvel (ou várias) a qual nunca vamos tocar, mas sempre continuaremos tentando.
No momento, que interagimos com os outros é ótimo para os dois lados que haja espaço para a troca.
Não existe o “você está errado” , mas o que você pensa e continua elaborando pode me ajudar no meu mesmo processo!
Quando não é assim, o que estava circulando, deixa de rodar.
O tempo fecha, as almas trancam.
Complicado.
É o que Gustavo Bernardo chama de dogma:
Um dogma é uma sentença que não admite outra, e, portanto, não admite discussão, prova ou demonstração, bastando-se por si mesmo – Gustavo Bernardo.
E segue:
Pensar pela própria cabeça implica o enfrentamento dos dogmas – Gustavo Bernardo.
E, por fim, ele sentencia:
São as sentenças emprestadas, as idéias que nos mandam repetir e reproduzir, papagaios e marionetes dos outros. Estas sentenças chegam e bloqueiam o aparecimento de outras, das nossas, das idéias que poderiam ser próprias se não fossem bloqueadas pelas alheias.
Paulo Freire chamava esse tipo de pessoa, ou situação, de sectária, na qual o diálogo não é possível.
José Castello sugere abertura:
Para ler um livro, o leitor precisa, antes se despedir um pouco de si – José Castello.
(As frases acima estão na minha coleção e alguns autores na minha bibliografia recomendada.)
Não é fácil lidar com esse tipo de situação, pois os dogmáticos ocupam espaço e quanto mais questionados são, mais o ego se sente atacado e mais irritados ficam.
Estou, por enquanto, aprendendo a diagnosticar a situação para no segundo momento ver como lidar de uma forma mais sábia com ela.
O que dizer?
Sai desse corpo que não te pertence? 😉
Não dar importância?
Não alimentar?
Tentar demonstrar que é um dogma e com dogmas não há diálogo possível em um espaço de troca?
Conselhos são bem-vindos.
sugestão: Acesse o YOUTUBE e assista as palestras de KIRANJI sobre o conceito de “MIND” ou Ego. Boa sorte!
Luiz, vou ver, o link está aqui:
http://www.youtube.com/results?search_query=KIRANJI&search_type=
abraços, grato.