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A conquista humana da natureza tem sido algo brilhante, mas o uso inadequado, desastroso – Arnold Toynbee – da minha coleção de frases.

Estamos cercados de alguns mitos complicados devido a nossa eterna arrogância de animais mais complexos do planeta que querem a cada geração ser especial entre outras, achar que agora tem algo muito diferente no ar.

A verdadeira sociedade da arrogância e não do conhecimento.

A verdadeira sociedade da arrogância e não do conhecimento.

Sempre tem algo especial, mas nunca de um jeito completamente novo, que já nâo tenha ocorrido em diversos outros momentos na história dos humanos no planeta.

Assim, me parece que:

Não somos a sociedade do conhecimento.

Somos mais uma, menos equilibrada que muitas outras anteriores, que já foram mais pacifistas, ecológicas, integradas e humanas.

Não somos a sociedade de informação.

A quantidade deve ser sempre feita em proporção ao número da população do planeta.

Nunca fomos tantos (quase 7 bilhões) e é natural que cada vez tenhamos mais e mais dados para transformar em informaçâo, conhecimento.

Portanto, somos mais uma geração nessa eterna produção contínua e cada vez maior de conhecimento.

(Lembro que quando surgiu o livro, os iluministas também se consideravam na sociedade do conhecimento.)

Talvez seja melhor gravar um CD e de tempos em tempos, colocar para tocar a cada geração, uma espécie de hino à falta de humildade:

Somos nós a sociedade do conhecimento e da informação!

Não estamos evoluindo

Tecnologias e tudo que está em torno não significa evolução.

São respostas às demandas básicas ou supérfluas da nossa sociedade.

Evoluir me parece que se trata de ganhar mais equilíbrio com o meio, com os outros, com nós mesmos e nesse quesito, me parece, que estamos levando nota baixa.

Note que país mais rico (materialmente) do planeta é o mais pobre em exemplos de humanidade (ou você é perdedor ou vencedor) para com eles e para com os outros.

Será este o exemplo a ser seguido?

O planeta está morrendo

Nâo, não está.

O planeta já passou por crises muito piores, quando recebeu um meteoro enorme pela proa, na qual morreram todos os dinossauros e só sobraram aqueles dos filmes do Spielberg.

Outras espécies virão depois de nós...

Quem está ameaçada é a espécie humana, que, se desaparecer, a Terra saberá trazer de volta novos animais e espécies menos agressivas que a nossa.

Por fim, ninguém é dono da verdade

Não existe realidade, mas apenas aproximações desta, a partir, sempre, de comparações do que vemos agora com muitas fontes, do que ocorreu no passado, de como se desdobrou lá e como pode ser que ocorra aqui.

Qualquer outra tentativa é procurar um submarino único em jogo de batalha naval.

A22? Água!

A22? Água!

Ou seja, me parece, que muito mais do que sociedade do conhecimento, ou sociedade da informação, vivemos em mais uma sociedade da arrogância, uma característica, aliás, da verdadeira falta de informação e de conhecimento do que realmente somos.

E contra ela, me desculpem, não há tecnologia que dê jeito!

É uma questão de resgatar a gestão da sabedoria, algo cada vez mais fundamental, mas, infelizmente, ainda não valorizada no dito mercado.

Concordas?

–Pós escrito –

Está rolando discussão sobre este post no Webinsider.

Pós-escritos:

19.02.09 ———-

Recomendo o texto complementar de Eliana CardosoO Leitor.

12.03.09 ———-

E ainda um post meu sobre um caminho mais holístico.

28 Responses to “A sociedade da arrogância”

  1. Que belo tabefe, hein Nepô?

    Seria estupidez dizer que discordo que é necessário resgatar a gestão da sabedoria (resgatar ou criar? A gente teve alguma civilização sábia?), mas estou entre as pessoas que enxergam que estamos em uma grande virada cultural e até evolutiva.

    Seu post pede um post inteiro como resposta… Vou tentar opinar sucintamente aqui e escrever algo mais elaborado depois.

    Antes de mais nada o que tenho para dar é apenas a opinião de um analista de sistemas e consultor em gestão do conhecimento que é apaixonado pela consciência e arte humanas.

    Tenho dito para todo mundo que estamos diante de um passo evolutivo compartável ao surgimento da fala então meu primeiro impulso é rejeitar o que vc disse.

    Por outro lado uma coisa é o movimento que nossa espécie está fazendo coletivamente que um dia poderá criar uma sociedade em que quase todos viverão em torno do conhecimento e da sabedoria (adorei essa idéia desde que a ouvi no seu Gengibre), mas hoje o que temos, vc tem razão, é uma triste exposição de arrogância e injustiças.

    Talvez eu seja um pouco ingênuo, mas acredito que essas tecnologias que estão surgindo porque há um impulso coletivo em direção a um novo paradigma que não é industrial ou consumista e pode ser caracterizado pelo conhecimente e, quem sabe, a sabedoria.

    Seja como for tecnologia realmente não faz absolutamente nada! Ela é instrumento. A gente tem que saber como usá-la.

    Aqu vem a questão que mais me perturba e para a qual não tenho resposta: O que podemos fazer para alimentar uma nova era onde o conhecimento e a sabedoria estejam no centro das nossas vidas e possamos construir um mundo justo, ecologicamente equilibrado, em que as diferenças sejam admiradas e não apenas toleradas?

  2. cnepomuceno disse:

    Roney,

    existe o potencial. A rede traz potencial.

    Como o livro também trouxe.

    Considerarmos que essa oportunidade faz de nós a geraçâo escolhida por Deus para implantar a justiça na terra é a falta de visão que acabamos levando, como algo especial para justificar a nossa presença e ampliar uma falsa importância.

    E quando digo nós, me incluo no bolo.

    Estou apenas tentando amadurecer e repensar o que já andei também pregando por aí.

    A palavra sabedoria parte de uma visâo mais holística, que se inicia com o auto-conhecimento e da procura no que há de humano em cada um, independente se somos judeus ou árabes. Brasileiros ou Coreanos. Palmeirenses ou Corintianos.

    Isso pode ser expandido com tecnologias ou destruído com elas.

    Uma faca é uma faca.

    Serve para cortar o queijo mais gostoso a luz de vela, ou acabar com a vida da namorado por ciúmes.

    No mesmo jantar!!!!

    Sabedoria – segundo tenho tentado trabalhar – é auto-conhecimento, humilidade, serenidade, compaixâo, ligaçâo entre o eu e o todo.

    Algo que passa longe das religiões e talvez se aproxime do resgate do caldo de todas as culturas dizimadas em nome do progresso e do desenvolvimento.

    Somos filhos das Cruzadas, dos bárbaros navegadores, que vierar “trazer luz” aos selvagens daqui e de acolá.

    O eurocentrismo e o homocentrismo venceram, mas convenceram?

    Tenho mais perguntas do que respostas…mas que nâo estamos na sociedade do conhecimento e da informação é algo que me parece cada vez mais claro….diante de toda a arrogância que essa afirmaçâo contém e gera em termos de ações

    Me diga você…agora.

    abraços,

    Nepomuceno.

  3. Formanski disse:

    Prezado Nepomuceno,

    É isso ai, Gestão da Sabedoria. Penso que com a tecnologia, a rede e o número de pessoas vivendo simultaneamente no planeta, temos hoje a possibilidade de continuarmos evoluindo de maneira contínua em busca do paraíso na terra.

    Felicidades,
    Formanski

  4. Formanski disse:

    Penso que já existiu, na terra, civilizações mais evoluídas, em alguns aspectos, que a nossa, mas por alguma razão ainda não muito clara, desapareceram. Com este novo modelo social onde todos se comunicam com todos, temos a possibilidade de construirmos um Modus Operandi sem exploração de uns sobre os outros, possibilitando a PAZ. Deste ponto em diante, o paraíso é consequência. Fica a pergunta, as pessoas que querem a PAZ hoje, são a maioria?

    Formanski

  5. Muito bem, Nepô.
    Sempre digo que não sou otimista com a humanidade. Mas isso não me desobriga (ou não desobriga todos nós) de buscar a construção de uma vida na Terra menos injusta, menos intolerante, menos violenta, menos discriminatória.
    100% de acordo com a mitificação dos rótulos “Sociedade da Informação” e “Sociedade do Conhecimento”. Há potencial para o bom uso da informação, mas há também para o mau. O celular pode salvar vidas e também gerir o crime. Ouvi ontem do Brito, diretor da Fapesp, algo que parece óbvio, mas que merece ser repetido muitas vezes: cabe à sociedade encontrar mecanismos para que o desenvolvimento da ciência seja aplicado eticamente. O problema é que entramos na esfera da relatividade. É ético escolher o sexo dos filhos? É ética a pesquisa em células-tronco embrionárias? A resposta não é identica para todo mundo.
    abços
    Lilian

  6. cnepomuceno disse:

    Lilian,

    teremos, então, definir o que seria a ética e a moral.

    Muitas vezes uma está atrelada a outra de forma indevida.

    Há que haver um respeito a harmonia entre cada um e o ambiente (o que inclui o outro, os animais, etc) a procura de evitar violências….

    Pergunto – o que cada um destes atos que você citou gera em termos de violência?

    Dessa resposta…temos uma discussão + precisa.

    Concordas?

    bjs, tks pela visita.

    Nepô.

  7. Nepô,
    aí é que complica, pois seja ou não do nosso agrado, entramos no terreno mais profundo da subjetividade.
    para católicos convictos (ou para a maior parte deles) é absolutamente condenável qualquer ação humana que envolva uma vida em potencial – vide todas as querelas relacionadas a aborto e à pesquisas científicas que envolvam células de embriões. o fato de eu me posicionar de outra maneira em relação a esses temas não me dá o direito de não reconhecer que essa visão de mundo corresponde a valores morais e a uma ética específica.
    Talvez seja o reconhecimento dessa existência multifacetada do conjunto de valores que nos ajude a entender pq o mundo não se entende.
    bj

  8. cnepomuceno disse:

    Lilian,

    tenho caminhado na direção de que há muito de “lixo” naquilo que chamamos de mente.

    Agimos mais baseado no passado, nas tradições, nos dogmas, naquilo que chamamos de religião, sem, entretanto, estar em contato direto com o presente.

    Isso nos leva a não-relação, a nos acharmos nós e aqueles são eles.

    A não olhar para o outro como outro com suas diferenças, não de pensamento, mas enquanto seres diferentes na essência;

    Aí, se inicia a violência e tudo é consequência, pois começam as divisões de países, raças, religiões, etnias….

    Tudo muito mais baseado no passado e não no presente.

    Que dizes?

    Grato pelo retorno,

    Nepô.

  9. Veja, caro, eu concordo com você.
    O problema é que existe uma massa enorme de pessoas que realmente querem se manterem vinculadas ao passado, e as sugestões de que essa ligação leva à desarmonia só as faz tornarem-se mais resistentes e apegadas a sua visão de mundo. Estou falando dos tradicionalistas de todas as tribos: parte da humanidade ainda não se conformou com a superação da sociedade tradicional. Do meu ponto de vista, o caminho é respeitá-los – afinal, quem sou eu para convencer outra pessoa de que a modernidade nos trouxe a um mundo melhor. Mas não é fácil conviver com o fato de que a minha forma de viver não é reconhecida como legítima pelo olhar de parte dos tradicionalistas.
    seria tão bom se fôsse menos complicado…
    abços

  10. […] nascedouro de uma nova civilização, baseada na rede, o que não quer dizer que será melhor que as anteriores, pelo contrário, mas que terá uma forma organizacional completamente distinta da que estamos […]

  11. […] Assim, não me parece próximo da realidade afirmarmos que somos a primeira sociedade do conhecimento, da informação ou da rede. […]

  12. […] importante dizer que desde os primórdios da  nossa dita “sociedade do conhecimento” (que chamo de sociedade da arrogância),  nos anos 40, quando surgiu o computador, tivemos o fim e o início das duas piores guerras da […]

  13. […] defendemos que não existe a tal sociedade do conhecimento, que a sociedade da informação é uma fantasia, que fazer a gestão do conhecimento é coisa de […]

  14. […] no alto da sociedade da arrogância, nos proclamamos a sociedade do […]

  15. […] no alto da sociedade da arrogância, nos proclamamos a sociedade do conhecimento e da informação (ambas um […]

  16. […] Sociedade da informação – termo utilizado de forma indevida, já que o aumento da informação é proporcional ao número de habitantes do planeta. Ou seja, temos a quantidade proporcional a 7 bilhões de pessoas, ou para ser exato, com a produção de 21 bilhões de pratos de comida por dia e toda a carga informacional que essa “massa de bocas” necessita. Ver mais; […]

  17. […] a leitura do post “A sociedade da arrogância” do Nepo. Me levou para uma outra direção, a refletir sobre o caminho que estamos seguindo. […]

  18. Caesar Moura disse:

    Eu sou dramaturgo e minha irmã é astrônoma e nos 20 e pouco anos em q convivemos compreendemos o quanto existem mais interseções que rupturas nas aparentemente divergentes linhas de pensamento (Física Quântica é um “prato cheio” para uma peça sobre o tempo).

    Isso tudo pra dizer que quando escrevi em 1999 a peça “Quer Tc?”, que era uma comédia de costumes, um retrato simples de uma sociedade q se encontra em um determinado ponto evolutivo diante de um “avanço tecnológico” que viria a influenciar de forma considerável o campo das relações humanas, achei sinceramente que estava produzindo um trabalho artístico que encontraria interseção com vários outros campos do pensamento.

    Hoje, papear sobre os avanços tecnológicos, principalmente a Internet, é desgastante por que no geral, existe uma “espetacularização” sobre o tema, mas ler esse post me deu um certo conforto, diminuiu minha arrogância (ao me achar o único a pensar de forma “metalingüistica” a questão da tecnologia) e fez com que me sentisse “menos ilha”.

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