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Quando falamos em inovação e especialmente de inovação radical, na qual é preciso uma capacidade de olhar para o que não existe, esbarra-se fortemente nestas barreiras subjetivas criadas em um mundo fortemente controlado e verticalizado.

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Faz anos que organizo aulas participativas, que estimulam fortemente o diálogo.

A diferença de uma aula participativa horizontal para uma aula expositiva vertical é que o organizador da primeira passa a conhecer seus alunos, pois está o tempo todo INTERAGINDO com eles. E o segundo sai da sala praticamente do mesmo jeito que entrou.

Assim, muitas turmas e muita conversa serve como uma base de pesquisa.

Acredito que nos últimos oito anos já tive mais de mil alunos com os quais conversei.

São eles de todas as idades, gêneros, experiência, setores, perfis, responsabilidades diferentes.

Posso, assim, falar sobre o Brasil, o que marca fortemente um tipo de cultura, mas talvez possa extrapolar um pouco, pelo menos, para a América Latina.

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Os alunos que chegam em sala de aula têm o seguinte déficit que os impedem de inovar:

  • – Baixa capacidade de abstração;
  • – Baixa capacidade de assumir compromissos;
  • – Baixa capacidade de expressão;
  • – Baixa capacidade de diálogo.

Tais características, a meu ver, são resultados de um ambiente cognitivo vertical e centralizado que nos tirou a capacidade de criar.

Quando falamos em inovação e especialmente de inovação radical, na qual é preciso uma capacidade de olhar para o que não existe, esbarra-se fortemente nestas barreiras subjetivas criadas em um mundo fortemente controlado e verticalizado.

O método que tenho desenvolvido para a criação de laboratórios de inovação digital participativo é justamente tocar nestes pontos e procurar problematizá-los, através de provocações, filmes, exercícios, conversas, casos.

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A meu ver, se não tocarmos nestes problemas culturais, não teremos uma equipe inovadora, pois só haverá uma mudança de qualidade se as pessoas mudarem a relação que tem com a vida e com os outros.

O grande equívoco, portanto, que tenho visto na tentativa de implantar a inovação nas organizações é não conseguir compreender a guinada que estamos passando, saindo de uma contração cognitiva, de ideias e projetos controlados para um momento de expansão cognitiva, que nos leva para um descontrole.

É preciso uma nova subjetividade para viver esse novo mundo, que virá naturalmente nas novas gerações, porém a geração atual de passagem precisa ser fortemente trabalhada, pois vai contra toda a sua formação e modus-operandi.

É isso, que dizes?

One Response to “Por que não inovamos?”

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