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Versão 1.1 – 24/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Vimos aqui no fenômeno da Revolução Cognitiva  o raio-x do que significa a passagem de uma mídia de massa para uma mídia de missa (social), no qual cada um tem também a sua própria “Igreja” e seus fiéis.

Basicamente o que ocorre neste fenômeno é a possibilidade – em função das características de uma nova tecnologia cognitiva e seu baixo custo – de possibilitar a massificação do uso de canais de informação por quem não podia ter.

Ou seja, rapidamente pode-se ter um blog, um canal no Youtube, um perfil no Facebook, ou no Twitter. O fenômeno parece algo simples, mas tem implicações profundas em termos coletivos e individuais.

Passa-se de uma tela colorida da tevê, na qual éramos passivos, para uma tela em branco, na qual podemos colocar algo no mundo.

Estamos prontos para isso?

Esse movimento de massa é o que vou chamar de macro-canalização cognitiva que é um movimento de massa da passagem do não-canal para um canal de acesso. Como vemos na figura abaixo.

canalização

Ou como vemos na comparação abaixo:

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Muitos acreditam que essa passagem de quem não tinha canal informacional para ter um canal é fácil, mas não é, pois a passagem de  consumidor de informação para produtor altera toda a perspectiva subjetiva do ser humano, da passagem da passividade para a pró-atividade.

E isso, acredito, é o principal obstáculo para a Reforma da Governança da Espécie em curso, pois:

Quando tentamos implantar projetos colaborativos digitais, esbarraremos justamente na falta de preparo dos sem canais assumir que agora têm um e precisam lidar com ele. É uma subjetividade que foi preparada para consumir informação (fiéis monoteístas informacionais) para agora um novo modelo de produção também de informação (padres politeístas informacionais).

Muitos podem até ser bem discretos no uso das mídias sociais, mas estarão lá, de alguma forma, saindo da passividade, mesmo que seja apenas colocando uma foto para mais gente.

Além disso, o ato de curtir, compartilhar, escolher o que consumir, o tira da poltrona, lhe dando um “controle remoto politeísta” muito mais sofisticado.

Tal mudança tem um forte impacto na subjetividade de quem passa a ter um canal, pois é preciso rever a passividade de uma sociedade monoteísta, de quem não tinha canal para assumir a responsabilidade de quem passou a ter em uma sociedade politeísta, que cada um é também produtor da verdade.

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A nossa subjetividade monoteísta nos leva a uma alienação passiva, que precisa ser trabalhada para que os canais atuais, ainda muito monoteístas, possam começar a produzir novas verdades, pois estamos intoxicados do modelo anterior.

Veja abaixo o trabalho relevante que é preciso ser feito:

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Tenho experimentado isso nas minhas turmas, através de um método em que essa passagem passa da invisibilidade para a visibilidade.

Podemos ainda acrescentar que essa passagem do sem canal para o com canal significa uma inversão do fluxo das verdades, que podemos ver com mais detalhes aqui.

É isso,

que dizes?

 

 

20 Responses to “A macro-canalização cognitiva”

  1. Paulo Mello disse:

    Depois dessa resolvi reassumir meu Blog, parado há 10 meses!

  2. […] preciso agora apostar no descontrolismo, aproveitando o máximo a macro-canalização do indivíduo, onde todos de telespectadores passam a ter seu próprio […]

  3. […] O controlismo da verdade | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A macro-canalização cognitiva […]

  4. […] Revolução Cognitiva se caracteriza justamente pela macro-canalização dos indivíduos, que passam a ter acesso a um canal que agora para existir é mais barato (como […]

  5. […] Isso faz parte da vida de cada um, mas se transforma em um movimento de massa a partir da chegada de uma uma Revolução Cognitiva, fenômeno que gera a macro-canalização do ser humano. […]

  6. […] O grande outro | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A macro-canalização cognitiva […]

  7. […] chegada da Internet marca a macro-canalização humana, como ocorreu com a chegada do papel impresso, em […]

  8. […] Estamos saindo de um mundo sem-canal para um mundo dos com-canal (ver mais aqui.) […]

  9. […] cognitiva, temos a chegada de uma nova tecnologia cognitiva que tem como característica a macro-canalização da sociedade, o que permite uma macro-oxigenação, criando um movimento global de reformulação da governança […]

  10. […] Pelo que tenho estudado e visto, diria o contrário. Estamos saindo de um mundo sem-canal para um mundo dos com-canal (ver mais aqui.) […]

  11. […] vivemos uma expansão cognitiva como agora, no qual as pessoas passam a ter seus canais, saímos de um mundo fortemente moral, no qual seguimos todos na mesma direção, pois as verdades […]

  12. […] a abertura dos canais cognitivos, vivemos uma dicotomia nessa distorção, pois agora você pode também ser reconhecido pelos […]

  13. […] uma macro-canalização humana e muita gente questiona o direito de alguém de fora do ciclo dos certificadores da verdade poderem […]

  14. […] mais complexidade tivermos e liberdade, ainda mais agora com a macro-canalização da sociedade, mais éticos teremos que […]

  15. […] Ética e sabedoria | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A macro-canalização cognitiva […]

  16. […] o castelo de cartas cai e começa a se modificar, quando a uma macro-canalização da sociedade, como ocorreu, a partir da Grécia, com o alfabeto grego, na Europa, pós-prensa e […]

  17. […] XXI foram feitas para mudar, pois tem que ser compatíveis com o ambiente externo, turbinado pela macro-canalização do ser humano, via redes […]

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