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Versão 1.0 – 19/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Temos que promover a passagem de um modelo de construção de verdade mais fechado (monoteísta) que define para divulgar para um novo (politeísta) que interage para definir.

Como vimos neste post, podemos dizer que:

  • – a construção da verdade é a base da estrutura das organizações sociais;
  • – o modelo de construção da verdade é histórico;
  • – e varia, entre outras coisas, em função das revoluções cognitivas. 

Há, além disso, um tempo do uso de uma dada produção da verdade, que leva às organizações:

  • no período de expansão cognitiva –  se abrir para a sociedade, se oxigenando e se voltando para princípios mais coletivos.
  • – no período de contração cognitiva –  se fechar para a sociedade, se intoxicando delas mesma e se voltando para princípios mais individuais das autoridades de plantão de cada organização.

(Ver mais sobre contração e expansão aqui.)

Como podemos analisar isso na atual academia?

O modelo atual está dentro da cultura monoteísta impressa-eletrônica, com forte determinação de um centro, que é estruturado e define as regras do jogo, que, como o tempo, foi fechando os seus critérios de decisão cada vez mais para si.

Note que no modelo de construção da verdade, abaixo:

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Na entrada, a academia define critérios de dentro para fora pelas autoridades de plantão:

  • Quem entra? (para estudar ou lecionar?)
  • O que pesquisa?
  • Para quem pesquisa?
  • Como a pesquisa é processada?
  • Como é divulgada?
  • Como é valorizada?
  • Como é patrocinada?
  • E como é retro-alimentada?

Note que o modelo era coerente com as limitações das tecnologias anteriores. Com raras exceções não era possível criar critérios mais abertos para a sociedade.

Porém, com o tempo de uso, as autoridades de plantão foram criando distorções dentro dos já estabelecidos limites, criando um círculo vicioso de se fechar cada vez mais, abrindo uma forte crise de decadência:

Se pesquisa muito sem que a sociedade seja beneficiada. O custo/benefício do ponto de vista social é baixo.

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O modelo agora pode ser revisto diante das novas possibilidades tecnológicas que a Internet traz,. Note que não estaremos falando de novas tecnologias na velha academia, mas de um novo modelo de construção da verdade, se utilizando do espaço de abertura que a nova tecnologia cognitiva permite.

Temos que promover a passagem de um modelo de construção de verdade mais fechado (monoteísta) que define para divulgar para um novo (politeísta) que interage para definir.

Esta é a nova possibilidade da produção mais aberta da verdade acadêmica, baseada no novo ambiente tecno-cognitivo, que permite a produção mais aberta e colaborativa de conteúdo e a colaboração de massa para tomada de decisão de prioridades, tais como:

  • Podemos, por exemplo, imaginar que as pesquisas a serem feitas podem ser propostas de forma aberta, na qual pessoas de fora da academia possam, a partir de um dado critério, opinar, votar, sugerir, curtir, não curtir, balizando prioridades;
  • É possível também que se possa imaginar que ao longo da pesquisa o resultado possa ser feito já em um blog, em um canal no Youtube de forma aberta, de forma participativa com demais pesquisadores e agentes participantes da pesquisa (aluno, interessados, beneficiados);
  • Que se estabeleça um critério mais aberto de valorização pelo impacto, adesão, participação da pesquisa na sociedade e não apenas na comunidade acadêmica;
  • Que seja estimulado a produção de material na Internet, como um dos critérios de valorização do pesquisador;
  • De que os trabalhos de pesquisa acadêmicos possam ser feitos e publicados em plataformas abertas,  sem a autorização dos pares, que podem ser feitas ao longo do processo de interação, sofrendo comentários, critérios de mais ou menos relevantes, conforme interações, estrelas, curtições, etc.

O objetivo é começar uma migração de uma academia mais fechada e mais monoteísta, que tem um centro que decide uma verdade mais sólida, para uma mais aberta na qual as interações cada vez mais abertas com a sociedade vão definindo novos critérios de uma verdade mais líquida.

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Note que a abertura não elimina o julgamento dos pares, mas acrescenta mais julgamentos e oxigena as decisões, colocando a sociedade, ou a parte dela interessada naquele tema, como participante no processo das prioridades acadêmicas.

Esta mudança politeísta é fundamental para oxigená-la e torná-la mais compatível com o novo ambiente social cada vez mais complexo e dinâmico. O mais importante, entretanto, é entender o que está se mudando e para onde se quer ir, deixando a fumaça da “incorporação de novas tecnologias” de lado.

Trata-se de algo profundamente cultural de como a verdade foi e agora deve ser construída.

Sim, há interesses em jogo.

É isso, que dizes?

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