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 Não podemos ficar tentando abrir portas do futuro com as chaves do passado – César Souza – da coleção;

Versão 1.3 –12/12/2011 – Ainda rascunho – texto agora será alterado e revisado dentro do e-book, verifique novas versões lá –>  Gestão da Desintermediação – uma obra em progresso.  Artigo contou com críticas de Marcos Cavalcanti por e-mail.

Podemos afirmar que  tem ficado cada vez mais clara – ao se estudar mais e mais as causas e consequências do fenômeno das Redes Sociais Digitais –  que pode haver uma ligação em torno de muitos fatos, aparentemente desconexos,  desde a Primavera Árabe, como o surgimento de projetos inovadores, tais como o Linux, Google, Youtube e essa nova cultura mais aberta e colaborativa que temos presenciado.

São consequências de uma Revolução Cognitiva.

Estudei vários autores durante a minha tese de doutorado e considero que posso propor o debate e aprofundamento sobre uma lei da desintermediação social, na qual pode haver relação direta entre o aumento demográfico e, por consequência, uma necessidade cada vez mais latente de desintermediação social, que implica em criar novas formas de representação na gestão das organizações e da sociedade.

Tal lei – como hipótese –  será bastante útil para nos guiar melhor nas decisões a serem tomadas, tanto a nível macro, como no micro no presente e futuro, a partir dos efeitos de uma Revolução Cognitiva, que viabiliza mudanças, que antes eram impossíveis, em função do rígido controle.

Pode ajudar as organizações a tomarem decisões numa época em que não se sabe o que está e o que não está mudando.

A lei da desintermediação social, portanto,  apontaria para o seguinte:

1 – Quando se aumenta a população gradativamente, gera-se necessariamente novas demandas de serviços e produtos na sociedade que não existiam e passam a existir, no que podemos chamar de crise demográfica;

2- Tal demanda, por sua vez, obriga mudanças graduais nas instituições da sociedade para aumentar a produção e sua eficácia, gerando uma crise produtiva;

3- O aumento de produção implica uma revisão da maneira de se fazer a gestão de forma mais inovadora dos processos sociais e produtivos.  A gestão necessita, assim, inovar, procurar novas formas para desenvolver produtos e serviços para atender as novas demandas tanto em termos de qualidade, quanto de quantidade, criando uma crise emergente de inovação;

4-  A crise de inovação demanda abertura de canais de comunicação, de informação, de conhecimento, compartilhamento de ideias, de aprendizado,  para que possam de forma mais dinâmica procurar saídas para o problema, gerando uma crise informacional/comunicacional;

5- Tal crise inicia um processo de procura de uma nova forma de controle mas aberta e horizontal dos canais de comunicação e informação para que a inovação possa ser feita, gerando uma crise de intermediação;

6- A crise de intermediação precisa alterar os parâmetros de representação vigente, pois precisa de novas formas de exercício do poder para solucionar as crises que se acumulam, abrindo espaço para mais produção, inovação, informação e comunicação, novas formas de intermediação, gerando, assim,  uma crise de representação.

Ou seja, o aumento da população nos leva por consequência a uma crise de representação, que só se torna tangível com a chegada de uma Revolução Cognitiva.

As diversas macro/micro crises invisíveis que se relacionam, tendo como efeito principal uma mudança na forma da sociedade exercer  a representação de suas autoridades de maneira geral.

A nova representação significa menos intermediação nos processos produtivos, criando uma necessidade de desintermediação geral social, que é o que assistimos basicamente hoje, sendo esse o epicentro da mudança hoje, com o detonador do novo processo, com a chegada de uma tecnologia cognitiva desintermediadora.

Parte dessa lei foi baseada nas ideias de Galileu e Thompson (ver mais na tese) que admitiam que um sistema que sofre um aumento de volume  para continuar útil precisa mudar de forma.

O que estou aprimorando aqui na fórmula é que o papel do aumento da população na flexibilização na intermediação. Se pensarmos em termos de uma equação podemos tentar algo assim:

P = População;

V= Variantes;

TD = Taxa de desintermediação;

Que ficaria assim:

P = V  x TD

A variante dependerá de alguns fatores para que seja mais ou menos presente:

– cultura inovadora dos atores envolvidos em dado ambiente (pode ser grupo, país ou corporações);

– situação econômica, quanto mais problemas econômicos maior será o fator;

– capacidade de compreensão do fenômeno;

– métodos eficazes de mudança.

 A Internet, assim, é um caminho indutor de uma democratização/desintermediação social que ajuda a criar um ambiente mais inovador para resolver os complexos problemas que o aumento da população nos traz.

A taxa de desintermediação implica mudanças na produção, inovação, informação, conhecimento e comunicação e na representação social.

Existe, entretanto, um tempo de crise entre o aumento da população (que normalmente é gradual) e o aumento da taxa de desintermediação necessária para reequilibrar o sistema.

Esse período podemos chamar de período de crise, de decadência, de obsolescência do sistema, que pode ser de uma pessoa, de uma família, um grupo, uma organização, um partido político, uma instituição, um país e/ou todos os países.

Mudar a forma de controle é algo fortemente subjetivo, cultural e mexe com estruturas de poder e, principalmente, com interesses estabelecidos em função do controle tradicional.

Ou seja, há um tempo de crise, que podemos chamar de decadência sistêmica, que é o período de tempo até tomar-se as medidas necessárias para aumentar a taxa de desintermediação diante do volume informacional não mais administrável.

Temos, assim, nesse período  instalada uma crise de intermediação, que tende a criar cada vez mais problemas em todo o ambiente (estamos no epicentro dessa crise atualmente),  como demonstra o desenho abaixo:

 

  • Note que no desenho o volume do aumento da população vai aumentando e é utilizada a intermediação tradicional, que não consegue mais equilibrar o sistema, pois torna-se obsoleta para conseguir administrar o novo volume e os novos problemas que isso acarreta. Os problemas começam a ficar cada vez mais complexos e sem que o método de intermediação anterior consiga resolvê-los de forma tradicional;

 

  • Há nesse momento uma fase de desequilíbrio sistêmico que pode durar,  até que uma nova maneira de intermediação seja utilizada para administrar o sistema, desintermediando os intermediadores tradicionais e dando mais flexibilidade para que o sistema por si só consiga resolver os novos problemas causados pelo aumento do volume;

 

  • Quando tal fato ocorre o sistema começa a deixar a sua fase de desequilíbrio, que podemos chamar de crise ou de entropia, para começar a se reequilibrar novamente, mas em novo paradigma de controle informacional, através de novos conceitos, métodos e tecnologias.

Uma lei é válida se funciona para qualquer sistema, em qualquer tamanho.

Podemos afirmar que tal lei se aplica hoje desde os problemas macros do planeta ou no micro, em um pequeno grupo que vai promover, por exemplo, um churrasco.

Em termos macros, por exemplo, podemos dizer que o aumento de volume de informação no mundo se deve ao aumento da população  (de 1 bi há 200 anos para 7 bi em 2010) .

+ gente + demanda + produtos + inovação + necessidade de informação =  desintermediação.

Tal fato nos leva a uma macro-crise de intermediação, que é uma das principais causas (e ainda invisível)  de várias crises que vivemos hoje na sociedade entre uma cultura de controle tradicional obsoleta que não quer se deixar matar e outra que quer nascer, mas não deixam.

Estamos, atualmente, tentando  resolver novos e velhos problemas com a cultura de controle que conhecemos, mas esta não é mais adequada para a complexidade dos problemas que temos pela frente, tanto em quantidade, como em qualidade, pois mais volume significa mais opções e mais sofisticação das demandas.

A cultura de intermediação passada não consegue mais resolver, a contento, os novos problemas e o sistema entra em decadência em vários níveis, entre eles, além do informacional/comunicacional: político, econômico, social.

Há, assim, o surgimento de novos conceitos,  tecnologias, metodologias, novos perfis profissionais para reequilibrar o sistema, que precisam ser adotados, que são as alternativas que a nova geração tem apresentado, através de uma nova formar de gerir os  sistemas informacionais, de forma mais aberta, livre, horizontal e colaborativa.

Não há escapatória, pois não é possível reduzir o volume, a não ser que tenhamos uma macro-catástrofe que reduza radicalmente o tamanho da população.

A nível micro dá-se o mesmo, um churrasco para 20 pessoas exige um tipo de intermediação, para 200 outro completamente diferente, pois um não come carne vermelha, outro só picanha, aquele precisa de coca diet, o outro de coca zero, etc.

A lei da desintermediação é peça-chave para nos ajudar a diagnosticar a crise que estamos passando, em função do aumento radical de volume, que veio degradando os ambientes informacionais nas últimas décadas.

Agora se apresenta uma alternativa para um reequilíbrio mais amplo, com a chegada de novas tecnologias cognitivas, que nos permite criar uma nova cultura de controle.

Acredito que,  só assim, com uma boa base do que de fato está acontecendo, podemos  procurar saídas no final do túnel que nos metemos.

Que dizes?

 

 

4 Responses to “A lei da desintermediação social”

  1. […] aperfeiçoar minha teoria sobre os efeitos da Revolução Cognitiva neste post, trabalhando relações entre diferentes fatores para criar uma lei que norteie eventos, a […]

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