Se a sua empresa estiver errada, admita e prometa agir melhor – e cumpra a promessa – Barry Libert e Rick Faulk
As habilidades organizacionais e tecnológicas exibidas na campanha foram simplesmente impressionantes – De: Barry Libert e Rick Faulk, pg 78. Ele também mostrou como o modelo de rede social pode ser usado para promover e arrecadar fundos para uma nova marca política , pg 65.
Tenho cada vez estreitado mais a minha relação com as assessorias de imprensa das editoras.
Muitas já estão valorizando blogs como canal de divulgação do seu material e, inclusive, enviado livros.
Quando vejo algo interessante, peço.
A Campus tem sido receptiva, enviaram o Free, que comentarei depois e este do Obama.
Este acima, já tinha comprado na Amazon e agora recebi para resenhar, a versão em português.
O livro tem 184 páginas, não é um aprofundamento da campanha Obama, nem um guia para os políticos brasileiros, pois fala da campanha como exemplo para as empresas, mas é o primeiro que traz mais dados concretos.
É algo como diz no sub-título:
“Lições de um projeto vencedor que podem ser aplicados aos negócios”.
Para este blog, o que interessa mais é o Capítulo 3, “Seja social”, que envolve todo o trabalho de Obama com as redes sociais.
Um dos elementos fundamentais para o bom uso das redes sociais foi a contratação do Chris Hughes, um dos fundadores do Facebook, que, na época, tinha 24 anos, que garantiu ao candidato, como diz o livro, na pg 62, “uma presença revolucionária na Internet“.
Sobre isso, tenho dito em sala de aula e para meus clientes que o grande pulo do gato para as organizações é saber mesclar o novo com o velho. E a ideia de ter no comando de projetos Web a garotada, do lado de gente com estratégia de longo prazo, mais madura e cabeça aberta, não pode ser destacada.
O exemplo está aí.
24 anos é quase pós-adolescente, concordas?
O projeto todo se deu em torno do site My.BarackObama.com, apelidado de MyBo.
A idéia do My na frente é algo interessante, pois faz do projeto algo que o usuário se sente no controle.
Resultados do projeto:
- 1 milhão de visitantes doaram algo para a campanha Obama;
- 1,5 milhão de membros;
- 35 mil grupos de apoio, de acordo com a geografia, (lembra um pouco os núcleos do ex-PT);
- Total arrecadado de U$ 639 milhões de dólares para a campanha.
Fechada a campanha, o Governo Obama, vitorioso, resolveu criar um novo produto de redes sociais, o Change.gov, que durou pelo período de transição:
O detalhe é que, fechado o site acima, avalia-se como se sustenta uma rede social em um governo ativo e vivo, transformando o próprio poder em algo participativo e colaborativo, vindo de baixo, a exemplo dos orçamentos participativos que o PT tentou e ainda tenta em algumas cidades?
Essa me parece a grande dúvida e o grande laboratório da gestão Obama, que está em aberto e podemos acompanhar.
O livro para no Change, que já fechou.
No detalhe da campanha, me deu muito a impressão de que o processo, salvo engano e estudos posteriores, foi muito mais um projeto colaborativo de trabalho para eleger o candidato, do que a efetiva participação das pessoas nas ideias sobre a campanha e um envolvimento posterior no próprio projeto de Governo.
Estarei errado?
Frases que coletei para a minha coleção:
As empresas devem responder os ataques on-line com a verdade – Barry Libert e Rick Faulk;
Se a sua empresa estiver errada, admita e prometa agir melhor – e cumpra a promessa – Barry Libert e Rick Faulk;
Talvez a eficiência da rede virtual seja a predileção dos usuários por informar-lhe rapidamente do que gostam e do que não gostam – Barry Libert e Rick Faulk;
Alguns cases apresentados no livro sobre redes sociais e empresas:
Nike – nikeplus.com;
Coca Cola – uso do Facebook;
Graco – blog.gracobaby.com;
Comcast – video problema no Youtube;
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=viw2TVBygBg&feature=fvst]
Visa – uso do Facebook.
O livro me pareceu superficial, mas atual.
Certamente, será um manual para muito político no ano que vem, mas o que ficou claro é que por trás de todo o processo Obama existia um sentimento de mudança e comprometimento com determinada marca.
É o que falta a maioria dos nossos políticos.
E por que não dizer das empresas também que acham que podem trabalhar/manipular consumidores na frase pré-web 2.0.
O livro é mais um tijolinho para mudar esse tipo de concepção.
Veremos.
É isso.
[…] Similar ao que falei do projeto Obama, ainda hoje. […]
Dica do Twitter:
@luisguggen @cnepomuceno recomendo a leitura do livro do Cezar Busatto – http://migre.me/58Q1 “Um Voluntário na Campanha de Obama”
[…] Note que o atual Governo está mais e mais cada vez menos colaborativo, justamente no movimento anti-horário do que está acontecendo no mundo, vide iniciativas do Obama. […]