Boa parte das empresas morre não por fazer coisas erradas, mas por fazer a coisa certa por um tempo longo demais – Yves Doz – da minha coleção de frases.
Diante do que tenho discutido e visto, aí vão as três perguntas:
1- a direção da empresa acredita que estamos em uma época de mudanças ou em uma mudança de era (conforme a frase do Chris Anderson)?
2- em estando em uma mudança de era, a empresa modifica exatamente o que para se incluir na nova era?
3- como começar?
Como eu responderia:
1- a mudança de era se deve a alteração radical do ambiente de conhecimento na sociedade. A possibilidade de comunicação a distância muito para muitos, desintermedia gerências e departamentos. Facilita a troca de registros (resultado do trabalho intelectual) entre os pares, ganhando velocidade e agilidade para estar no mesmo ritmo lá de fora. Assim, o modelo de gestão da empresa se horizontaliza ainda mais e muda-se a forma de trabalho, para algo mais aberto e transpartente do que o atual. E, portanto, altera-se basicamente, no vácuo, a gestão da própria organização. Nasce daí uma nova empresa;
2- Muda-se a forma de trabalho. Hoje, o empregado eu-labora, não co-labora. Produz o seu trabalho no seu HD ou em diretórios fechados, não disponíveis para o resto da organização poder agregar valor sobre cada registro, em departamentos feudalizados. Perde-se velocidade, dinamismo. Cria-se redundância, desperdìcio e falta de competitividade. Quanto mais o mundo aumentar a velocidade, mais isso ficará visível;
3- começa com a direção encarando a nova era, sabendo que não se perde o controle no mundo colaborativo, controla-se de outra maneira, de forma mas horizontalizada, mas controla-se. Inicia-se, assim, protótipos em áreas dinâmicas, com profissionais pró-ativos e expande-se gradualmente, a partir das melhores práticas, para outros setores da empresa. Mas começa-se já. Existe uma fila e lugares e senhas. Qual será o seu lugar no mundo 2.0? Ou não estamos no mundo 2.0? O que nos leva de volta a pergunta inicial: você acredita na nova era?
Não, não é fácil, pois as empresas atuais estão baseadas no modelo vertical do livro, do rádio, da tevê.
Eu publico, falo ou transmito para a massa.
Eu-massa.
Agora, é massa-massa.
Uma mudança assim não acontece sempre na sociedade.
Algo similar ocorreu, a partir de 1450, com o surgimento do livro impresso, que moldou nossa civilização moderna, assim como a Internet vai moldar a futura.
Ou seja, é preciso ter uma visão ampla para encarar de frente o desafio!
Você olha para o lado e ainda não vê exemplos suficientes no Brasil, talvez a IBM ou o HSBC.
Mas vamos esperar, dar tempo ao tempo? Amadurecer mais?
Porém, um processo com este demora anos para se consolidar, pois é mudança cultural cognitiva, esperar é deixar para começar lá na frente quando muitos perceberão o movimento antes.
E vão ver as oportunidades decorrentes primeiro.
Não, não acredite nisso tudo sem questionar.
Mas, ao menos, estude com honestidade e seriedade o problema diante de todos os fatos que se apresentam cada vez mais.
Por fim, a nova geração tem se empenhado para mostrar ao mundo dos adultos como é que se faz trabalha de forma caborativa em rede. Sugiro ter humildade de aprender e transformar o que ainda é brinquedo de adolescentes lá fora em fonte de valor lá dentro.
Foi mais ou menos a política do Obama, ao chamar garotos de 15 anos para o centro de decisões de sua campanha.
Deu no que deu.
Que dizes?
Link relevante:
Managing beyond Web 2.0 – McKinsey Quarterly – Business Technology …
http://www.mckinseyquarterly.com/Business_Technology/BT_Strategy/Managing_beyond_Web_20_2389