A saga dos caçadores de mito continua.
Pirulito é uma coisa, informática e informação, outra!
Joãzinho quer um pirulito. Sai para a rua para saber aonde vai comprar. Conversa com o porteiro. Vai na esquina. Compra o pirulito. Volta para casa e liga a televisão.
Nessa simples ação temos o círculo completo que vai da necessidade, ao uso de um dada interface, a partir de um código, para se chegar à obtenção da informação e, por sua vez, conseguir realizar determinado objetivo.
Necessidade: pirulito.
Código: português.
Interface: voz e ouvido.
A informação: aonde se compra o pirulito.
Atendimento da necessidade: a compra do pirulito.
Nova necessidade: ver televisão.
Vejamos:
É importante, assim, amadurecer, como disse o Luli na sua palestra inesquecível, que a informática, o uso do computador, é apenas um código, uma linguagem, com a qual trabalhamos para obter informação.
E aí complemento.
A informação também não é o objetivo final.
A informação só serve se for para atender a uma determinada necessidade humana.
Ela não é o fim em sim mesma.
Assim como, a informática e o uso do computador.
É uma ferramenta, uma interface, cujos códigos específicos são usados para que possamos obter a informação, que sempre visa, em algum instante, atender a uma dada necessidade.
No seu livro a Ecologia da Informação, Thomas Davenport, que comentei aqui, lembra que as empresas da sociedade moderna passaram a valorizar, por vários motivos, muito mais a tecnologia e esqueceram a importância da gestão da informação.
Complementaria que também o pessoal que trabalha com a informação se esqueceu que esta é apenas um meio para atender a uma determinada necessidade.
Ficando o pessoal que quer fazer negócio na empresa cuspindo marimbondo.
Assim, não podemos confundir, como vemos muito por aí, do que é o meio para o que é fim.
Joãozinho quando vai conversar com porteiro, por melhor que seja o papo do porteiro, quer obter uma informação para comprar o seu pirulito.
A informática ganhou um status tão alto nas empresas, que acabou batizada de tecnologia da informação, mas começamos a perder a noção do que vem primeiro: o ovo ou a galinha?
Antes de tudo deve vir a a necessidade, o objetivo estratégico para atendê-la, depois como atingi-la, tendo a informação como suporte e, só então, as tecnologias necessárias para transformar aquelas necessidades em realidade.
No fundo, em muitos casos, está tudo de cabeça para baixo.
Não é à toa que as coisas têm dado muito mais errado do que certo.
Exemplos?
“Aqui na empresa ninguém acessa o Youtube!”
Mesmo que o Youtube tenha informações de importantes sobre concorrentes;
Mesmo que o Youtube tenha informações importantes sobre o seu negócio;
Mesmo que Youtube tenha informações importantes sobre pessoas que refletem sobre o seu negócio.
Vejo muito a tecnologia da informação (segurança inclusive) estar acima da verdadeira segurança de se fazer bons negócios.
(Tem muita empresa que acha que o seu negócio fim é a segurança da informação, tão forte e tão importante e tão presente é o status que ganhou.)
A gestão e a tecnologia da informação, a meu ver, deveriam garantir que a empresa consiga, recolher, da melhor forma possivel, informações que a mantenha competitiva.
Todas as ações que a colocam em desvantagem em relação aos concorrentes, na minha humilde opinião, isso sim deveria ser chamado de insegurança da informação e combatida a qualquer custo!!!!
Não estar dentro da nova cultura colaborativa é um problema grave.
Não perceber as mudanças dos ambientes de informações internos e externos da empresa é um problema grave.
Não monitorar as mudanças no clima ambiental interno para que as pessoas se sintam confortáveis para produzir e colaborar é um problema grave.
São questões que o pessoal que lida com informação deveria estar bastante preocupado.
Portanto, aqui na rua o pessoal já combinou: Informática e informação não são pirulitos!
E ai na sua já chegaram a alguma conclusão parecida ou estão chupando dedo? 😉
(Na aba desse artigo, posso dizer também que o ensino de português nas escolas muito mais do que capacitar as pessoas para falar, escrever e ler – usar o codigo – virou estudar o código, o que deveria ser feito depois que este é absorvido, mas isso é papo para outro post.)
Escrito depois – Vi esta matéria no Globo. Convenhamos, não sejamos iguais aos chineses!!!
Impressionante como seu Blog virou meu jornal diário. E pensar que você não atualizava ele… aff 🙂 Já recomendei no Twitcast na página sobre… pois é o blog que mais tenho frequência de ler.
Le bravo,
na verdade, a idéia é colocar as coisas que vão passando pela minha cabeça. Ele, o blog, de certa de forma, fica difícil para acompanhar por causa disso, mais se você tem gostado fico satisfeito, valeu o link e a visita,
forte abraço Nepomuceno.