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O BXXXX conserta bicicletas na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro há alguns anos.

Por ali, não existe outra loja, só ele que vai aos fins de semana arrumar as bikes do pessoal.

Bicicleta com problema é complicado levar longe, pois tem que ter suporte no carro.

O BXXXX percebeu a carência e se estabeleceu por ali.

No atual choque de ordem da cidade, quiseram levar as bicicletas e o povo não deixou, fez manifestação, cercou o local.

As bikes que estavam ali não só eram dos moradores, mas sem aquele ponto não haverá onde consertar as ditas cujas.

O BXXXX faz parte daquela ordem estabelecida entre os moradores da cidade, que pagam impostos, e uma pessoa que oferece um serviço ainda não 100% legalizado.

O BXXXX é um empreendedor informal do Rio de Janeiro, que viu uma oportunidade de atender uma demanda.

Quando quebra, para onde se leva?

Quando quebra, para onde se leva?

Qual é o papel da prefeitura em um caso desses? Passar o rodo ou ajudar a legalizar?

Como seria se o BXXXX fosse na Prefeitura e pedisse para se estabelecer? Existe este canal?

É o mesmo que acontece com o L*&*&, que vende coco também na Lagoa.

Mandaram recolher o facão.

“Agora, quem gosta de comer a carne do coco, não pode mais” – ele me disse. E completou: “Dizem que o facão poderia ser usado para algum tipo de violência”.

São anos de uso sem nenhum caso registrado.

Não era o caso de se procurar outra alternativa (como uma máquinta tipo guilhotina) e dar tempo para a adaptação?

Não, não sou contra o choque de ordem, até por que o Rio de Janeiro virou o lugar em que o bem comum tem placa com o nome do dono.

Mas é preciso rediscutir o que é ordem, pois choque é algo que todo mundo conhece e já estamos escaldados e traumatizados.

O Kanitz tem um texto ótimo sobre o tema.

Ele alega que os problemas do Brasil começam pela bandeira.

Qualquer inovação é feita primeiro com o progresso e depois a ordem e não o contrário.

Quando se quer ordem em demasia e em primeiro lugar, evita-se a criatividade e, portanto, o progresso.

O caminho anti-natural das coisas...

O caminho "anti-natural" das coisas...

Qualquer cidade tem um “modus-operandi” oficial e extra-oficial.

Na praia, por exemplo, quando o mar está sujo o carioca toma banho de chuveiro de água doce (de graça) colocado pelos ambulantes, que alugam ainda cadeira e barraca.

O pessoal não tem onde guardar todo esse material e põe nas kombis nas ruas, que agora estão sendo rebocadas.

Se deixa o cara ficar na praia, tem que ter um lugar oficial, mesmo pagando para a Prefeitura, para aque ele coloque as barracas e cadeiras.

Já teve a primeira manifestação do pessoal contra o choque de ordem.

O que nos traz de novo a discussão, afinal, o que é de fato é a ordem?

Pela ordem, o estado deve dar saúde, educação, garantir moradia, manter as ruas e praias limpas, evitar que aqueles que não zelem pelo bem comum sejam punidos.

Isso é feito? Há um choque de ordem para que estas metas estejam sendo atingidas? E como faz o contribuinte que vai a praia e no calor não pode entrar na água que está suja?

Muitos postos de salva-vidas, pagos, não são acessíveis para quem está na areia. Tem filas, o que tornaria o programa um verdadeiro martírio.

O chuveiro na areia é uma inovação genial.

A Prefeitura deveria abraçar a idéia e incorporá-la à nova ordem.

Existe, assim, uma relação entre a população e a ordem oficial, que vai se virando.

É a ordem natural das coisas.

Nas brechas, na sombra do poder oficial, as pessoas criam alternativas para ver as suas demandas atendidas.

Isso não quer dizer que seja fora da ordem, mas é algo que está em uma ordem informal, que pode ser passada para a formal, basta que a autoridade tenha sensibilidade para dialogar com os atores que vivem na cidade.

No filme “Edifício Master” sobre um prédio enorme em Copacabana, perguntaram ao síndico como ele lidava com a demanda diária de tantos moradores?

Ele, na melhor frase do longa, diz algo assim:

“Aqui, eu tenho duas pedagogias, a do Piaget e a do Pinochet”.

Piaget ou Pinochet?
Piaget ou Pinochet?

Ou seja, primeiro conversa. E, só então, se não der resultado, a força.

(Os síndicos são, aliás, um ótimo canal de interlocução de qualquer prefeito. São os micro prefeitos da cidade. São ouvidos? )

Um prefeito tem que ter a sensibilidade de perceber que a cidade tem uma lógica e ter contato com ela se estabelece, através do diálogo, o que hoje, com a Internet se tornou ainda mais fácil.

É uma forma de envolver toda a população nesse diálogo, deixando de ter um Prefeito que coloca as coisas na sua ordem, mas criar um movimento integrado de que as iniciativas na ordem natural das coisas vão construindo colaborativamente a cidade cada vez mais adequada aos cidadãos-colaboradores.

Assim, tornando a cidade cada vez melhor para quem nela mora e dando emprego e formalizando aqueles empreendedores, que se forem expulsos de suas atividades, vão para a marginalidade.

Concordas?

Mais sobre o tema.

13 Responses to “O choque de ordem 1.0 no Rio de Janeiro”

  1. João Fanara disse:

    Maravilhosa a foto ‘O caminho “anti-natural” das coisas…’ as pessoas sempre procuram o caminho mais curto – e lógico – apesar dos arquitetos.

  2. Selma disse:

    esse artigo é um bom ponto de início de discussão. o problema maior é estabelecer até onde pode-se ter esta ordem informal para que nao vire bagunça generalizada.
    a experiencia tem mostrado que se um tem, todos passam a ter tb o mesmo direito de fazer uma outro empreendimento, saindo só um pouquinho da ordem, e aí temos o que vemos na nossa cidade: a bagunça generalizada.

  3. cnepomuceno disse:

    Selma,

    a medida para todas as coisas do mundo é o bom senso.

    Nem tanto ao mar…nem tanto…

    abraços,

    Valeu o comentário,

    abraços

    Nepô.

  4. Herbert disse:

    Nepô,
    Excelente artigo!!

    Do caos nascem muitas boas idéias que devem ser preservadas por agentes públicos antenados com a realidade de uma cidade viva.

    Sobre a foto maravilhosa do caminho anti-natural das coisas queria dizer que um arquiteto frances (não lembro o nome) antes de fazer o projeto de uma praça ele abria a área para as pessoas trafegarem e em cima dos traçados marcados no chão ele projetava os caminhos e nos entornos os jardins, fontes, etc.

    Com certeza essa é a ordem natural de fazer as coisas.

    Um abraço,

    Herbert

  5. cnepomuceno disse:

    Herbert,

    valeu a dica do arquiteto. Se lembrar o nome, avisa!

    Vi hoje um video sobre regras e improvisações, que ilustra bem a idéia…o cara que faz jazz parte de algo, mas improvisa, vídeo em inglês:
    http://www.ted.com/talks/barry_schwartz_on_our_loss_of_wisdom.html

  6. […] aliás, já foram classificadas de marketeira. Um texto equilibrado sobre o assunto foi postado no blog Nepôsts. Trata-se de um assunto polêmico e bastante abrangente, já que as ações da prefeitura […]

  7. João Lacerda disse:

    Parabéns pela excelente reflexão. Realmente estaríamos melhor pensando primeiro em progredir. Ordem por si só leva a repressão excesiva que leva a abusos e a desordem completa.

  8. joaildo disse:

    …tudo que foi relatado neste artigo,explica com claresa por que existe tantas indiferenças no mundo…

    está certissimo o seu artigo!

    sem mas delongas!

    joaildo

  9. Gilson O. Borba disse:

    É ÓBVIO QUE O RIO PRECISAVA DE “CHOQUES” DIVERSOS, MAS NÃO PODEMOS ABRIR MÃO DO “CHOQUE DE IGUALDADE SOCIAL”, SENÃO CONTINUAREMOS NADANDO CONTRA A CORRENTEZA. PODERIA FICAR UM DIA INTEIRO DANDO EXEMPLOS DE FALTA DE CRITÉRIOS NA IMPOSIÇÃO DAS MEDIDAS, MAS VOU ME ATER A POUCOS, PORÉM SUFICIENTES, EXEMPLOS DE ATITUDES TENDENCIOSAS NA APLICAÇÃO DA LEI E QUE ACABAM TORNANDO, A PRÓPRIA LEI, MOTIVOS DE CHACOTAS E DESCRÉDITOS. VAMOS LÁ: BASEADOS NA LEI DE OCUPAÇÃO IRREGULAR DE ÁREAS PÚBLICAS, VÁRIAS DEMOLIÇÕES DE IMÓVEIS, E RECOLHIMENTO DE COMÉRCIOS AMBULANTES TÊM SIDO FEITOS. MAS POR QUE NÃO TOMAM AS MESMAS ATITUDES QUANTO A RUAS BLOQUEADAS IRREGULARMENTE E, EM ALGUNS CASOS, COM SEGURANÇAS EXCUSOS, SEM PODER DE POLÍCIA E QUE EXIGEM IDENTIFICAÇÃO DE TODOS AQUELES QUE RESOLVEM PASSAR POR ESTAS RUAS, INCLUSIVE AS PESSOAS DE BEM. SABEM QUE BLOQUEIOS DE RUAS POR TODO O RIO, RUAS ONDE HABITAM PROTEGIDOS DA POLÍTICA EM ANTIGAS GESTÕES É TÃO IRREGULAR QUANTO ÁREAS OCUPADAS EM EXPANSÕES DE FAVELAS, COMÉRCIOS AMBULANTES E, POR MAIS QUE ALEGUEM REGULARIDADE NOS PROCESSOS DE AUTORIZAÇÃO DESTAS RUAS, DESAFIO A MOSTRAREM REGULARIDADE EM TODOS OS ITENS DESTAS LIBERAÇÕES, ATÉ PORQUE, POR MAIS QUE ANTIGOS GESTORES TENHAM FAMA DE LOUCOS, JAMAIS SE EXPORIAM A COMETER INCONSTITUCIONALIDADES (ACREDITO). ESTE PROTECIONISMO PODERIA LEVAR MORADORES DE OUTRAS RUAS QUE SE SENTEM INSEGUROS, A SOLICITAR BLOQUEIO DAS SUAS RESPECTIVAS RUAS. SERÁ QUE AS “AUTORIDADES” PERMITIRIAM ESTE PRIVILÉGIO A TODOS ? MAS É COM A JUSTIFICATIVA DE INSEGURANÇA QUE UTILIZAM NOS BLOQUEIOS DAS RUAS ONDE ELES MORAM. FICA CLARO PERA CONSTITUIÇÃO FEDERAL QUE SE UM OU OUTRO NÃO PODE USUFRUIR DE PRIVILÉGIOS, NÍNGUÉM PODE. A SOLUÇÃO DA INSEGURANÇA NÃO É FAZER POLÍTICA DOANDO ÁREAS PÚBLICAS PARA ALGUNS EM DETRIMENTO DO IR E VIR DE OUTROS, MESMO QUE ESTAS RUAS PRIVILEGIADAS SEJAM SEM SAÍDA. LUTEMOS POR UMA POLÍCIA MAIS BEM APARELHADA, MELHOR REMUNERADA, ETC, ETC… OS “PROTEGIDOS DA POLÍTICA” QUE RECEBERAM DE PRESENTE UMA ÁREA PÚBLICA COMO “PAGAMENTO” DOS SERVIÇOS PRESTADOS EM ELEIÇÕES PASSADAS ESTÃO EM TODOS OS CANTOS, E VIVEMOS NUM MAR DE HIPOCRISIA ONDE TODOS PROCURAM PARTICIPAR DESTE SELETO GRUPO. TEMOS ATÉ AMBIENTALISTAS QUE NA RETA FINAL DAS ELEIÇÕES CONSEGUEM FAZER COLIGAÇÕES COM OS MAIORES DESTRUIDORES DO MEIO AMBIENTE QUE O RIO JÁ TEVE. COMO OUTRO EXEMPLO DE APROPRIAÇÃO DO PÚBLICO E QUE PODERIAM PERFEITAMENTE SEREM INCOMODADOS PELO “CHOQUE” SÃO AS PRAÇAS PÚBLICAS QUE FORAM CEDIDAS A PROTEGIDOS QUE “CUIDAM” DAS MESMAS. PRAÇAS CONSTRUÍDAS COM DINHEIRO PÚBLICO, TÊM SUAS QUADRAS E EQUIPAMENTOS EXPLORADOS (COBRADOS $$$$) POR DONOS DE QUIOSQUES. É ISSO MESMO, SE QUISERMOS JOGAR UM FUTEBOL COM OS AMIGOS NA PRAÇA DO ZUMBI, POR EXEMPLO, TEREMOS QUE PAGAR AO DUDA LANCHES. ÁREAS PÚBLICAS QUE FORAM CONSTRUÍDAS PARA USO COLETIVO PÚBLICO, SENDO EXPLORADA POR ALGUNS. E NÃO VENHAM DIZER QUE ESTES QUIOSQUES AJUDAM DESEMPREGADOS. MENTIRA, MENTIRA, MENTIRA. HÁ REDE DE QUIOSQUES QUE EXPLORAM ÁREAS PÚBLICAS POR MEIO DE PESSOAS DE ALTO PODER AQUISITIVO. HÁ QUIOSQUES EM ÁREAS PÚBLICAS COM FRANQUIAS E LIGADOS A “PODEROSOS” DA POLÍTICA MUNICIPAL (CAJU LANCHES E PRAÇA DO GREGO POR EXEMPLO). O MESMO PROPRIETÁRIO SE DÁ AO LUXO DE TER VÁRIOS QUIOSQUES ESPALHADOS POR CALÇADAS (TAMBÉM) DA ILHA E AINDA MORA NUMA RUA BLOQUEADA. O QUE ESTES SENHORES TÊM QUE NÓS NÃO TEMOS ? E AS MESAS DE BARES NO MEIO DA RUA (NO ASFALTO). VOCÊ ACREDITA MESMO QUE ACABARAM ? SÓ ACABA ONDE OS POLÍTICOS QUEREM. VIDE CAJU LANCHES NA PRAIA DA BICA E QUIOSQUE NA PRAÇA DO GREGO (QUE BAGUNÇA E DESRESPEITO PARA OS TRANSEUNTES E VIZINHOS). E QUANTO AO TRANSPORTE ALTERNATIVO ? REALMENTE ALGO MERECIA SER FEITO, PORÉM A LEGALIDADE DEVERIA PASSAR, TAMBÉM, POR TODA A ILHA, INCLUSIVE DEVERIA ABRANGER AS DEZENAS DE CONDUÇÕES ESCOLARES IRREGULARES QUANTO AOS PADRÕES DA PRÓPRIA PREFEITURA QUE, HIPÓCRITAMENTE JUNTO AOS PAIS QUE CONFIAM, PERMITEM ESTAS IRREGULARIDADES TÃO GRAVES QUANTO AS VANS QUE TÊM MOTORISTAS IRRESPONSÁVEIS E IRREGULARES. PELO MENOS AS VANS CIRCULAM NA PRESENÇA DA GUARDA MUNICIPAL, ENQUANTO AS OUTRAS, CIRCULAM POR CIMA DE MORROS, PODENDO COMETER TODA SORTE DE ABUSOS. VIDE COLÉGIOS DO JARDIM GUANABARA. PIOR DE TUDO É O FATODE QUE AO SER PROCURADA A GUARDA MUNICIPAL, A INFORMAÃO É QUE NÃO TERIAM EFETIVO PARA “SUBIR O MORRO” E PRECIONAR AS IRREGULARIDADES COMETIDAS POR ESTAS MOTORISTAS NA PORTA DE TODAS AS ESCOLAS. CUMPLICIDADE DA GUARDA MUNICIPAL, FALTA DE CRITÉRIO A QUAL JÁ NOS REFERIMOS,OU REALMENTE A DEMANDA SÓ PERMITE APLICAÇÃO DA LEI A VANS ? EX-SUBPREFEITO EDUARDO PAES, NOS FAÇA ACREDITAR QUE NÃO ESTÁ MAIS LIGADO AO PASSADO PODRE DO RIO, FAZENDO COM QUE TODOS ESTES APADRINHADOS DO PASSADO VIVAM A IGUALDADE CONSTITUCIONAL. SE A MAIORIA DA POPULAÇÃO NÃO PODE USUFRUIR DE ALGUNS PRIVILÉGIOS, NINGUÉM PODE. LEMBREM-SE: “A MAIORIA TEM FOME E A MINORIA, CADA VEZ MAIS, SE TRANCA COM MEDO DOS QUE TEM FOME”. NOSSA HIPOCRISIA É TANTA QUE QUEREMOS SEDIAR EVENTOS ESCONDENDO NOSSA HISTÓRIA DEBAIXO DO TAPETE.

  10. INÊS DE LIMA VIEIRA disse:

    apoio na íntegra o que vc descreve.
    tenho um exemplo desse choque de ordem do eduardo paes que vai transformar um caos aqui onde moro.
    aqui em campo grande rj,tem uma praça,por nome joão vita dentro do bairro adryana que tem várias barrancas de moradores e chefes de família daqui mesmo.são eles que cuidaram da iluminação da praça,fizeram banheiro comunitário,que é cuidado diariamente por eles,cuidam dos brinquedos que a prefeitura só colocou mas não cuida da conservação ,cuidam da limpeza da praça,e com o movimento das barracas,acabaram os assaltos a casas e as pessoas.
    com o choque de ordem marcado pra sexta-feira agora(31/07/2009),vão ser retiradas as barracas e tudo que citei de ruim que tinha acabado vai voltar,porque o senhor prefeito,não cuidava das outras coisas,muito menos vai se preocupar em colocar pra gente policiamento dia e noite.ou seja,vai virar um pandemônio que ele chama de ordem.
    mas ele vai ficar bem,pois,onde reside tem iluminação,bairro muito limpo e aínda fora a baba que ganha para acharcar chefe de família pobre,tem segurança o tempo todo ao seu lado e ao lado de sua família

  11. cnepomuceno disse:

    Inês, a ideia é sempre do diálogo, o que acho que falta mais e mais no nosso monólogo brasileiro,

    abraços
    Nepomuceno.

  12. Carlos Nepomuceno disse:

    O tema cidades 2.0, merece dois complementos.

    Matéria

    Destaco:

    Em seu livro “The next hundred million: America in 2050”, o geógrafo Joel Kotkin antecipa como este crescimento mudará a paisagem do país.

    Extrapolando as tendências atuais, ele descreve um arquipélago de vibrantes centros nos subúrbios, nas pequenas e grandes cidades.

    A onda inicial de suburbanização foi esparramada e sem graça. Mas pessoas precisam de lugares que digam alguma coisa, e os incorporadores começaram a criar novos centros nos subúrbios — locais de reunião onde as pessoas podem jantar, trabalhar, ir ao cinema e desfrutar de um lugar público.

    Nos próximos 40 anos, diz Kotkin, centros urbanos prosseguirão em seu modesto renascer, mas a ação real estará nessas verdadeiras aldeias suburbanas, compactas e autossuficientes.

    Muitos desses lugares estarão no chamado sunbelt, nas regiões Sul e Sudoeste dos EUA — o movimento nessa direção permanece forte. Mas Kotkin também aponta o surgimento de centros de custo mais baixo nas planícies, como Fargo, Dubuque, Iowa City, Sioux Falls e Boise.

    O crescimento demográfico é impulsionado parcialmente pela fertilidade.

    A taxa de fertilidade americana é 50% mais alta que a de Rússia, Alemanha ou Japão, e muito mais alta que a da China. Americanos nascidos entre 1968 e 1979 são mais ligados à família do que os boomers antes deles, e têm mais filhos.

    (…)

    A suburbanização ajuda. Para cada 10% de redução na densidade populacional, a chance de uma pessoa entrar para um clube local aumenta 15%.

    Ou seja, estaríamos caminhando para uma espécie de “Faceboquização presencial”?

    Sugiro ainda sobre Cidades 2.0 dar uma olhada na matéria do S.Meira na HSM deste mês de abril – http://bit.ly/9hCJfj.

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