É algo meio simples, mas nem sempre juntamos as duas coisas. Se eu acho que vejo a realidade de forma direta, naturalmente eu não preciso de ajuda para ver a realidade.
Quando interajo com os outros é apenas para registrar aquilo que vejo, pois eu não preciso de mais olhos para me ajudar a ver melhor.
Comunico aos outros o que vejo.
Isso é o que chamo de ego fechado.
O ego fechado interage para convencer, pois ele, entre todos os outros, consegue ter algo de especial que chega na verdade com mais eficiência.
Por outro lado.
Se acho que a realidade é sempre algo turvo e eu tenho apenas a capacidade de ver um pedaço e de forma provisória, de forma indireta, naturalmente eu preciso de ajuda para ver a realidade.
Quando interajo com os outros é para ampliar a minha visão daquilo que vejo, pois eu preciso de mais olhos para me ajudar a ver melhor.
Compartilho percepções para ver melhor.
Isso é o que chamo de ego aberto.
O ego aberto interage para aprender, pois ele, como todos os outros, não consegue ver a realidade sozinho e precisa dos outros para ver com mais eficiência.
Num mundo do bang big, em que há concentração de ideias, o ego fechado é hegemônico e aumenta a taxa daqueles que se acham os donos da verdade. É tempo do ego fechado. A interação é a do convencimento vertical.
Num mundo do big bang, em que há descentralização e ideias, o ego aberto é demandado e reduz a taxa daqueles que se acham os donos da verdade. É tempo do ego aberto. A interação é a do coo-vencimento coletivo horizontal.
Algo fundamental para um trabalho de passagem da geração do ego fechado para o aberto é, portanto, a quebra do conceito de verdade individual e absoluta para o de apenas percepção precária que demanda a interação coletiva.
É o passo primeiro para os egos se abrirem.
É isso,
que dizes?