O interessante é observar o que ocorre, em particular, na crise decadente, no campo da ensino e pesquisa.
- Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais fechada e centralizada, mais ela tenderá a se voltar para assuntos;
- Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais aberta e descentralizada, mais ela tenderá a se voltar para problemas.
Versão 1.0 – 31 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
A ciência, a despeito da intoxicação atual, nasceu para resolver problemas.
Dos mais simples, aos mais complexos.
No fim da atual era cognitiva impressa/eletrônica/digital vertical, que levou todas as instituições a um estado de estagnação e decadência, a academia também se fechou mais nela mesma.
Não, não é culpa só das pessoas, mas principalmente da topologia das redes.
Topologias de rede cognitivas verticais, que se perpetuam no tempo levam organizações a se voltarem para elas mesmas, mais e mais.
O interessante é observar o que ocorre, em particular, na crise decadente, nesse campo da ensino e pesquisa.
- Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais fechada e centralizada, mais ela tenderá a se voltar para assuntos;
- Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais aberta e descentralizada, mais ela tenderá a se voltar para problemas.
Por quê?
Assuntos não são medidos e problemas não.
- Uma instituição que se fecha não quer ser fiscalizada e os assuntos escondem os resultados, pois é um saco sem fundo.
- A que se abre passa a ter na fiscalização o seu oxigênio e cai para problemas, que facilita muito a medição.
- Assuntos são lagos sem conexão com rios, pois mais e mais se fecham nele mesmo;
- Um assunto só é relevante quando aparece em dado contexto, o que é raro, pois se perder em assunto é a coisa mais fácil do mundo;
- Assuntos são instrumentos de opressão intelectual, pois quem domina tudo sobre um determinado assunto, não admite diálogo e vai mais e mais perdendo conexões com a sociedade;
- Por trás de assuntos se esconde o mérito, pois não se sabe a utilidade do mesmo para a sociedade.
Por outro lado, problemas são diferentes.
- Problemas são rios com conexão ao mar de todos os problemas.
- Um problema é relevante, pois sempre aparece necessariamente em um contexto (se não não é um problema), quando ele é ineficaz fica logo evidente;
- Problemas são ferramentas humanas que reduzem a opressão intelectual, pois todos podem, de alguma forma, ajudar, pois admitem diálogo;
- Problemas escancaram o mérito, pois facilmente pode se medir a utilidade do mesmo para a sociedade.
Organizações fechadas que se abrem passam mais e mais a valorizar problemas do que assuntos.
A nova topologia de rede digital é baseada em problemas, que é uma forma de desintoxicação da topologia passada.
Fecho assim com Popper que diz que não estudamos assuntos, mas problemas.
Porém, acrescento, quanto mais fechado for nossas instituições de ensino e pesquisa mais se voltarão para os primeiros e deixarão os segundos.
É isso.
Que dizes?