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Se o seu negócio tem a ver com o Brasil, ele tem tudo a ver com redes sociais.  E você tem que ter uma estratégia para isso, e para ontem – Silvio Meira – da coleção de frases;

Versão 1.1 – 21/12/2011 – Ainda rascunho – colabore com a revisão!

Estive em São Paulo semana passada em uma rodada de conversas com diferentes gestores e pensadores, que atuam em mercados distintos.

Fui, na verdade, concluir o meu ano de 2011, que chamei de “estudático”, no qual termino, depois de longo esforço, incluindo uma tese de doutorado, com uma visão macro geral sobre a chegada da Revolução Cognitiva e o esboço da metodologia “Gestão da Desintermediação”  para implantação de Redes Sociais Digitais Corporativas.

Ufa…

E abro o ano de 2012, que pretendo que seja um ano mais “aplicático” , de forma a gerar valor para a sociedade, principalmente para as organizações na sua visão de cenário e, por sua vez, nas decisões estratégicas e na implantação de projetos tanto para os  negócios, como para a  gestão.

Comentei nos diferentes encontros  que nosso atual modelo hegemônico de pensar é filho da filosofia pragmática americana, que parte do micro para o macro, das  partes para entender o todo. Focamos muito mais  em cases e, a partir deles, vai se construindo a teoria.

Nada contra, desde que seja eficaz.

Até aqui, tem funcionado bem em um mundo incremental, vide resultados da inovação americana para conseguir novos produtos.

Mas nem sempre o mesmo xarope serve para todas as tosses!

O método que adotei na minha tese de doutorado e nos meus estudos é o inverso.

Parte de um modelo mais europeu.

É mais dedutivo, pois parte do todo geral para as partes –  da visão geral para a específica, a procura raízes históricas. E mais útil para montar cenários mais amplos e apoiar estratégias mais alinhadas com o futuro.

Pierre Lévy é uma expressão clara dessa maneira de pensar.

Filosofias, entretanto,  são ferramentas, que podem ser mais ou menos eficazes, conforme a conjuntura.

Em momentos de grande mudança, como a atual, na qual a sociedade está mudando com muitas variantes,  ter uma visão geral e depois descer aos detalhes pode ser um fator fundamental para economizar tempo e – principalmente – dinheiro.

A base da macro-teoria sobre a Revolução Cognitiva parte da premissa que  estamos no epicentro dessa mudança –  fenômeno raro na sociedade, trazido por uma tecnologia cognitiva desintermediadora/disruptiva, que altera a forma que nos comunicamos,  informamos, conhecemos, aprendemos e produzimos.

A última ocorreu em 1450, na Europa, com a chegada do papel impresso e nos trouxe a república e o capitalismo.

Tal fenômeno tem um poder de alterar a maneira de como realizamos o controle social, pois gera um descontrole informacional e, assim, abre a porta para que novas ideias circulem globalmente na sociedade, propiciando uma ampla  oxigenação social.

Induz, assim, a um efeito dominó.

E onde o ciclo começa?

Suponho que o fator predominante é o irreversível  crescimento populacional.

(Bom lembrar que saltamos em 200 anos 7 vezes, de 1 bilhão em 1800 para 7 bilhões, em 2011.)

Dessa maneira, temos um efeito cascata, que fomos descobrindo ao longo da pesquisa.

Mais população + demandas + necessidade de produção + mais inovação + necessidade de um ambiente de informação mais dinâmico +  mudança na forma de gestão e de representação, através da desintermediação, como podemos ver no quadro abaixo:

 

Ou seja, mais população nos obriga a sermos mais flexíveis na maneira de fazer a gestão social e organizacional para podermos inovar e atender as maiores  e maios complexas demandas de uma população cada vez maior.

Mais população, por fim, é igual a mais democracia!

Isso pode permanecer apenas latente, mas a roda da história gira mais rápido com a chegada de uma Revolução Cognitiva que abre a porteira das ideias e daí a das mudanças sociais.

Podemos representar esse fenômeno, em uma curva histórica informacional/comunciacional, como veremos abaixo, apresentando as possíveis etapas de uma Revolução Cognitiva, de 1450 a 2004,  que passam supostamente, a nível macro,  pelas etapas de:

  • Oxigenação;
  • Mudanças;
  • Consolidação;
  • E decadência, momento que estamos vivendo hoje, paralelamente, com o surgimento de uma nova Revolução Cognitiva:

As organizações, é fato,  não têm tido uma clara visão desse futuro.
Falta tempo para se preocupar com algo tão amplo e que não se sabe exatamente os efeitos que terá em cada setor específico e no futuro de cada organização.
Nas diversas conversas que tive pude evidenciar (o que já venho escrevendo)  que:

– Temos hoje as empresas muito voltadas para o curto prazo;

– São poucas as que se dedicam de forma mais efetiva ao estudo dos cenários e estratégias;

– E as que fazem  são ainda poucas as que teriam espaço para absorver uma visão mais macro e incorporam o fator Revolução Cognitiva.

Motivo: o cálculo do futuro está incorreto, ou pouco eficaz, já que é este o responsável pela construção de cenário e este da estratégia.
O cálculo do futuro, portanto,  é a soma das variantes que formam o cenário possível do que vai ocorrer (economia, mercado, política, matérias primas, mão de obra, clima, população, etc).
O fator comunicação/informação sempre foi visto na sociedade como uma constante e não uma variável a ser incluída na fórmula.
(A síntese constante/variável foi sugerida por um dos participantes das conversas)
Ou seja, atualmente no nosso cálculo do futuro o fator da ruptura nos ambientes da comunicação/informação  é igual a zero.
Obviamente, que para projeto o futuro considerar a chegada da Internet algo que não deve ser considerado é muito ineficaz.
O que nos leva a ter um erro grosseiro nesse cálculo, no cenário, na estratégia, que se desdobra nas decisões de negócios e na gestão, em alguns setores mais em outros menos, agora, amanhã, ou depois de amanhã, conforme cada caso.
É preciso, assim, depois da visão geral,  desenvolver cenários dos impactos da Revolução Cognitiva setorialmente e definir o quando e o como.
Do quando preciso começar, de fato, a tomar atitudes. E, obviamente, quais exatamente.


 

E  aí temos dois fatores distintos que temos que analisar.

Quais seriam, assim,  as variantes que me ocorrem na primeira abordagem sob esse ponto de vista?

Os setores que mudarão mais rapidamente, a princípio,  são aqueles que tiverem mais intangibilidade dos produtos:

Quanto mais próximo estiver um setor de bens intangíveis, portanto, digitalizáveis, mais fortemente e rapidamente será atingido: música, cinema, jornais, livros, dinheiro, software, etc.

O contrário também se aplica.

Quanto mais  próximo estiver um setor de bens tangíveis, portanto, menos digitalizáveis, menos fortemente e rapidamente será atingido: minério, petróleo, avião, carro.

Os setores que mudarão mais rapidamente aqueles que atenderem o consumidor final:

Quanto mais próximo do consumidor final que está cada vez mais empoderado, mais fortemente e rapidamente será atingido: varejo.

O contrário também se aplica.

Quanto mais próximo do consumidor atacadista (que vendem para pessoas jurídicas, quanto maior mais longe) que não é tão atingido pelo empoderamento, mais fortemente e rapidamente será atingido: varejo.

Outros fatores podem ser analisados, tal como nível de competitividade do mercado, grau de inovação habitual do setor, ambiente público e privado.

Isso abre um novo campo de reflexão, estudos e, principalmente, ações que podemos chamar de macro-tendências setoriais que começarei a atuar com alguns parceiros ano que vem e descer depois a análise para cada empresa particular, fazendo um diagnóstico mais próximos dos riscos e oportunidades e ações corretivas.

É isso.

Que dizes?

6 Responses to “Os impactos da Revolução Cognitiva nos negócios”

  1. Alex Sander Pereira Regis disse:

    Foi alentador encontrar esse site!! Vai de encontro com idéias e posicionamentos que ainda estavam bastante obscuras para mim. Não deixarei mais de visitar. Parabéns!!

  2. Alex Sander Pereira Regis disse:

    Agora e cada vez mais faz sentido as parcas leituras que tenho realizado sobre capitalismo cognitivo. E igualmente acredito que passamos por um revolução cognitiva, tal como ocorrera na passagem da idade média para moderna, embora o viés da análise seja sociológico.

  3. nuvendigital disse:

    Cara, tenho lido bastante sobre esse assunto para algumas pesquisas que eu tenho feito, concordo com muito do que você disse. Mas embora o consumidor esteja ganhando maior proximidade junto com as empresas não sei dizer se estamos ganhando mais poder com isso. Vale lembrar que hoje em dia os equipamentos eletrônicos estão ficando cada vez mais descartáveis

  4. Helenise Brant disse:

    Nepô, estou aqui na EBC pensando nos desafios que a revolução cognitiva apresenta para a nossa empresa pública de comunicação e sobre quais são os caminhos que devemos trilhar neste 2012. Aí resolvo dar uma passada no seu blog, sempre inspirador. Foi ótimo,você faz neste post um resumo bem lúcido do cenário. E me ajuda a formular perguntas muito objetivas que ficam em busca de respostas que, de antemão, sei, encontrarão respostas nada definitivas. Isso me remete àquele nosso encontro em Brasília (não sei de vc se lembra)no qual dicutimos a necessidade da experimentação para as empresas públicas (ou não) que queiram estar presentes na nova era em construção. Feliz 2012.

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