Um blog off-mídia não sobrevive sem o mínimo de autenticidade – Nepô – da safra 2011;
Post remasterizado (versão original de 2008).
Versão 1.1 – de 03 de junho – da Série “Dicas Matadoras“
ESTAREI EM SP – SEMANA QUE VEM – > VEJA ONDE E COMO.
Quanto mais somos no planeta, mais necessidades temos de comer, vestir, morar, consumir. Isso nos leva a uma maior e mais diversificada necessidades de informação e comunicação para preencher esses desejos dispersos que o viver provoca
Mais fatos são colocadas na roda do mundo e mais versões sobre elas ocorrem.
Fatos e versões se multiplicam.
Os meios de comunicação e de informação tradicional, com seus poderosos filtros, tentam/tentaram, ao longo dos últimos séculos, dar conta desse grande universo demandante.
Fizeram sua parte na maratona, mas estão cansados.
A mídia tradicional, rádio, TV, jornais… cumpriu um papel relevante, mas com o crescimento da população, a complexidade do planeta, vem se tornando bastante ineficaz para cobrir tudo que acontece nos quatro cantos do planeta.
A maneira de olhar o mundo era e ainda é fortemente filtrada por um conjunto de pessoas, o que cria um verdadeiro impasse da civilização, pois temos poucas visões sobre as coisas que acontecem que se tornam obsoletas.
Os mesmos colunistas que se repetem, repetem, repetem….
Os fatos e a versões das mídias tradicionais não são mais compatíveis com o mundo dinâmico do novo século.
No meio dessa nova ordem ainda caótica, surge o fenômeno dos blogs, dentro do universo maior das redes sociais.
Os blogs – como as redes sociais que o sucederam – vieram trazer luz à sombra, não só em termos do que acontece, mas das versões sobre o que acontece.
Os blogs vieram complementar os fatos e as opiniões do mundo e, quando assim o fazem, geram valor para a sociedade.
Desde blogs de humor, de consumo, de opinião, técnicos vão sendo encontrados por pessoas que estão em um estágio A” e com o blog passam para um estágio “B” em termos de informação e conhecimento.
Os blogs complementam e em alguns momentos suprem a informação necessária para muita gente.
Assim, a mídia faz uma espécie de feijão com arroz, do qual nos já estamos acostumados e os blogs vêm adicionar ao mundo muito tempero.
Em muitos casos se tornam tão importantes que são assumidos pela mídia tradicional, ou passam a exercer sobre ela um influência.
A criatura que manda no criador.
Os fatos, os detalhes, os nichos, os pontos de vistas são diversos e amplos do que o volume de microfones, câmeras, bloquinhos dos jornalistas permitiam.
Por isso, há uma nova demanda!
Um novos espaço, uma nova off-mídia, disputando com a mídia oficial.
A rede veio cumprir esse novo papel:
iluminar as sombras deixadas pela mídia tradicional, permitir que novas idéias entrem “na roda” e gerem debates entre pessoas, compatibilizando o volume de cabeças pensantes com o ambiente de conhecimento disponível.
Como mostra a figura abaixo, na qual o off-mídia (produção indendente de usuários ou grupos de usuários), agregando relevância ao planeta:
O principal erro dos blogueiros, entretanto, é querer ser a mídia e não o off-mídia.
Querer ser a luz na luz e não a luz sobre a sombra.
A mídia no que ela faz é competente, ou se não é tem força para correr atrás, há dinheiro, capacidade, etc.
Um blog tem que gerar valor naquilo em que a mídia não consegue!!!
O blog veio para dar um contra-ponto na mídia tradicional e não acabar com ela, (porém, obrigando-a a se repensar, com certeza.)
Os leitores vão aderir e ir para um lugar, digamos mais alternativo, a procura disso: diferença, tesouros, esconderijos, reserva, mistério, segredos, informação privilegiada, autenticidade, curiosidade, tudo que estão sedentos de ter e não há por aí.
Caso não tenham isso nos blogs, preferem o tradicional.
É bom observar que o leitor de um blog tem que romper com um hábito, ir atrás de algo que não está acostumado.
Este esforço tem que ser compensador, senão o blog tende a ficar ilhado, perdido e acaba sumindo por falta de náufragos que o visitem.
São raros os blogueiros que não querem público!
(Evito de falar a palavra sucesso, pois um blog pode exercer uma grande influência e não ser rentável, mas atingir os objetivos do criador / criadores.)
Assim, um blog eficiente não é aquele que tenta ser um espaço a mais onde a mídia oficial coloca luz, mas deve procurar trabalhar nas sombras, nas brechas que essa deixa. A off-mídia veio complementar o que a mídia oficial não o faz!!!
Aí temos vários caminhos.
O primeiro definido na tese de mestrado do Moreno:
Blogs do eu vi – eu repasso informações daquilo que só eu tenho condições, que eu vejo de um lugar privilegiado, que outros não podem entrar, ou ver, ouvir, ser, pertencer, complementando o que a mídia já faz, um bom exemplo é o blog fim de jogo, que oferece notícias do que acontece em torno dos estádios. Complementa algo que a mídia tradicional “não está lá para ver”. São blogs informativos, trazem informação “fresca” que só
Blogs do eu acho – são blogs opinativos, que dão versões sobre temas de especialistas com uma visão distinta do que acontece, procurando complementar uma visão diferenciada sobre os fenômenos que a mídia não cobre bem. O meu blog (nepo.com.br) é um exemplo deste modelo, como é o da Raquel Recuero ou do Silvio Meira e tantos outros.
Obviamente, que há um misto entre os dois, mas os blogs que ganham audiência são aqueles que dão o que a mídia oficial não dá, que geram valor para um determinado usuário.
Ponto!
Podemos ainda caracterizar um blog:
O blog de nicho – a maior parte dos blogs pertence a um dado nicho, a uma especialização, sendo o blogueiro um especialista na opinião ou no conhecimento, bem informado, sobre determinado assunto. É preciso perceber que uma audiência de blog de nicho não pode ser avaliada apenas por quantidade, mas pela qualidade dos visitantes dentro do nicho escolhido;
O blog geral – são raros blogs que abordam temas gerais que fazem sucesso, pois eles competem com a mídia de forma direta. Geralmente, são blogs coletivos ou de redes sociais que se organizam para dar uma visão distinta.
Além disso, podemos ainda definir alguns atributos fundamentais para quem vai jogar luz na sombra:
– Autenticidade – coerência entre o produto e o perfil do blogueiro. As pessoas estão cansadas de uma mídia “comprada” por comerciais, que não pode ser sincera, é um requisito bastante solicitado na praça, poder dizer o que realmente se pensa. Perceber que a opinião é dada sem interesses de marketing direto (quanto mais isso for preservado, mais o blog ganha em credibilidade). Blogs que passam a “se vender” e fazem isso de forma clara, se descobertos, tendem ao declínio;
– Sentido de valor para quem o acompanha – o seguidor deve sentir que está valendo a pena acompanhar o blogueiro, que há novidade, não mesmice ou perda de tempo, que a missão do blogueiro está sendo bem cumprida e o que ele vai lá buscar está sendo dado. É uma relação de sinergia;
– novidades exclusivas/originalidade – o blogueiro tem que possuir qualidades, talentos, que o levarão a se destacar: um faro e farol, uma opinião distinta, clareza, feeling incomum, informações que só ele viu. Quanto mais isso for explícito e agregar valor para o visitante, mas audiência terá no nicho escolhido;
– sensação de pertencimento /diálogo – o blogueiro tende a quebrar a mídia vertical, deve conversar com seus leitores, deixá-los se expressar livremente e ponderar as opiniões, mudando quando necessário pontos de vista, maneira de conduzir o blog. Saber ler o que os leitores gostam e, quando achar que devem, segui-los, ir com eles para o lugar, cumprir a sua missão;
– regularidade – um blog que não está vivo é um blog morto, simples assim.
Diante disso, repito:
Um blog que repete a mídia geralmente não vinga, a não ser que sejam de pessoas da própria mídia, mas neste caso, não considero um blog off-mídia.
É barulho, ruído, sem valor e tende a ser ignorado pelo público, que vai procurar a luz que o off-mídia coloca na sombra.
Há em cada leitor a procura de um balanço e uma necessidade de preencher as suas necessidades de informação, com relevância para que possa tomar as decisões e seguir adiante.
Um site off-mídia tem que ser este algo a mais.
Toda vez que uma off-mídia não vem para agregar luz à sombra, tende a ser ignorada, pois entra no rol dos ruídos.
Há uma sabedoria e um equilíbrio entre todas as novas e velhas mídias, que o profissional (ou mesmo amador) do off-mídia tem que procurar!
Diria até que podemos ter três categorias:
Mídia, off-mídia e não-mídia.
Este último é um blog sem visita, o que acaba não sendo mídia, pois a mídia exige que alguém fale para alguém.
(Não estou sendo contra blogs sem nenhum tipo de público, que podem ganhar depois, mas para ser mídia tem que ter leitor, senão é apenas um caderno de anotação que, por acaso, está na rede.)
Se você observar os blogs com trânsito, que geram “calor”, movimento, verás que estão atuando muito bem em algum tipo de sombra, cumprindo um papel de pequena lanterna que dá luz ao todo, seja informando na escuridão, ou juntando diversas partes, que mesmo na luz, não faziam sentido.
Penetrando em uma brecha onde a mídia não pode ir ou ainda não foi.
O objetivo de agregar informação ao mundo é sempre de levar relevância, o resto é entropia (caos, barulho) que tende a ser rejeitado.
Essa é a nova dialética em que estamos: mais vale o silêncio do que a abobrinha. E quando vem a abobrinha, que seja de uma forma a colaborar na salada.
Que dizes?
A informação relevante é vida e luz na sombra.
E gera valor.É a chave para um bom blog.
Muito boa essa sua proposição.
Matéria republicada no dicas-L
http://www.dicas-l.com.br/conhecimento_em_rede/conhecimento_em_rede_20081124.php
com comentários por lá tb.
Parabéns pelo blog! Especialmente este artigo.
Um post que complenta esse e que, na verdade, foi o inspirador, pode ser visto aqui:
http://cnepomuceno.wordpress.com/2008/10/27/o-papel-do-blog-no-munde-sem-papel/
Os blogs vieram para iluminar a sombra!…
A rede veio cumprir esse novo papel: iluminar as sombras deixadas pela mídia tradicional, permitir que novas idéias entrassem na roda e gerar debates entre pessoas, compatibilizando o volume de cabeças pensantes com o ambiente de conhecimento dispon…
[…] meu faz parte do segundo time, pois acho que a minha lanterna vai jogar luz nessa escuridão conceitual, já que de informação e dicas o inferno está […]
[…] (Umas dica para não seguir a “blogada” múúúúú) […]
[…] os independentes de mídia que trazem realmente algo diferente pelas suas idéias, ou algo de nicho, que irá atender a uma parcela específica, não coberta pela mídia, que ou vai […]
[…] (Sugiro sobre esse tema luz e sombra da informação: o texto deste blog, luz e sombra.) […]
[…] Gosto deste texto antigo que escrevi sobre este jogo de luz e sombra. […]
Lá no início vc fala de aumento populacional. Pois é, me lembrei de uma leitura científica que fiz (tenho, talves, um grave erro não assimilo dados – data, nome – assimilo a informação e o que tiro de llição e aprendizagem dela – isso é ruim Guru Nepô?) que fala do por que o homem foi quem dominou e domina a terra, por que não foram as baratas, por exemplo? E nessa materia o escritor fala que foi por que o homem foi o único que procurou registrar e passar de geração pra geração o conhecimento. E continua a registrar tudo até hoje, o fruto e o início pra trás. Disse tbm que a diferença foi só um momento de decisão, quando um ancestral humano resolveu “escrever” o que via, op que sentia; e isso tomado de um esforço por que é natural a preguiça. Impressionante né Nepo?
Concordo em parte, quenaod vc diz que a Mídia Tradicional cansou, ou talvez seja uma força de expressão. Não digo que cansou, mas ficou viciada, não mudou o caminho com o tempo, tornou-se parte de uma grande imobilização, para o domínio das massas.
Sobre os Blogs: correto! Acho que o surgimento do blog é um novo “iluminismo”, do tipo: “Crie a sua própria verdade à partir das anteriores”. Por que digo isso? Por que fico chateado com os acadêmicos e cientístas que criticam a Wikipédia, por exemplo. Poxa, quer dizer que no mundo têm os que falam a verdade e os que ouvem o que é dito? E os que ouvem escolhem entre acreditar na “verdade” dita ou falar mentiras? Já perdi as contas de quantas vezes a “ciência” colocou e tirou o queijo da lista dos produtos cancerígenos, ou de quantas vezes a “ciência” teve que se retratar para recompor conceitos e “bulas” erradas. E acrescentando mais um pouco sobre a “ciência”, neste mês, em Aventuras na História (para viajar no tempo), das páginas 40 a 45 a matéria é justamente As Grandes Fraudes da Ciência.
Falo sobre isso por que? Por que acho legal, mesmo que o Blog ainda não ilumine, permaneça, mesmo que numa espécie de “limbo”, em atividade precária. No caso do meu blog por exemplo: não tenho grandes leitores, não tenho muitos leitores, mas poucos leitores assíduos, o assunto não é pra todos, talves pra uma certa quantidade, um nicho inexpressivo talves. Talves eu tenha erros de português, talves eu tenho um pouco de inconsistência, talves…mas uma coisa eu sei: em muitos momentos eu percebo a importância do assunto e das coisas que falo, não pra uma casta, um grupo considerável, mas esse grupo se expressa e percebo a sua movimentação.
Espero ter contribuído…
João, como sempre, muito bom, abraços, Nepô.