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A arte e a filosofia pretendem tudo aquilo que o poder detesta: demonstrar que a realidade sempre será inventada – Nepô – do e-book;

Vamos cavando o buraco e cada vez vai-se chegando mais longe.

Cheguei num estágio da discussão sobre a Internet que considero que podemos, ao se comparar a história, conseguir conceituar quatro etapas de uma revolução informacional, como descrevi aqui.

  • – Fase tecnológica ( a que estamos agora);
  • – Fase filosófica ( a que vamos entrar dentro em breve);
  • – Fase da consolidação das filosofias, através das leis (depois de revoluções sociais, que podem ser mais ou menos sanguinolentas, reformistas ou revolucionárias);
  • – Fase da nova sociedade consolidada.

(Uma Revolução da informação vem ao mundo pra compatibilizar o ambiente informacional ao tamanho da sua população.)

Tal visão sobre Revoluções Informacionais quebra alguns paradigmas tradicionais da Ciência, pois não há ainda uma relação consolidada dentre rupturas do pensamento e revoluções da informação.

A Filosofia pós-moderna admite o conhecimento histórico e de rupturas, (o que nos leva a Kuhn e seu conceito de paradigma), mas não aprofundamos ainda o quanto mudanças radiciais no suporte informacional influenciam nisso tudo.

É um salto a frente, uma mata virgem que estamos entrando, pois não é todo dia que uma Internet aparece na nossa porta como um bebê, pedindo para ser adotado.

Papai. Mamãe. 😉


São questões que deveriam ou já estão na cabeça de todos aqueles que estão querendo fugir do senso comum de mercado.

O que se observa, a título ainda especulativo, é de que a Internet nos traz dados suficientes para compará-la a Revolução Informacional do livro impresso e do surgimento da escrita para nos mostrar que quando muda-se o suporte, há mudanças radicais na civilização.

Que seguem as etapas acima.

Foi mais ou menos assim na Grécia, pós escrita e na Idade Média, pós-livro-impresso.

Já vimos que não é toda mudança de suporte que causa isso, mas só aquelas em que se modifica principalmente o controle da informação, a partir de tecnologias cognitivas que trazem oxigenação social para a humanidade.

O surto tecnológico é esse que todos estão vendo.

As novas trocas, geram inquietações nas pessoas.

Hoje, estamos tendo contato com ideias, pessoas, numa velocidade e diversidade infinitamente maior.

Nosso cérebro era estimulado “x” e hoje multiplicamos isso por “z”.

Foi o que ocorreu no fim da Idade Média.

Há uma ebulição cognitiva em função das novas trocas.

O que inquieta pessoas, que são os filósofos, aqueles que amam procurar a verdade das coisas.

(Pergunta-se, ser um filósofo se deve a determinado perfil, um dom, uma maneira de estar no mundo, tudo junto?)

Isso faz com que esse perfil de pessoas comecem a olhar os conceitos que temos vigentes, que se estabilizaram pela falta de troca e comecem a perguntar o por que das coisas?

Por que é assim?

Por que não pode ser assado?

Essa base é fundamental para que comecemos a solidificar as bases da nova civilização.

Os filósofos, geralmente, criam as questões, colocam novos patamares.

Perguntam coisas óbvias que poucos viram.

Inquietam.

Mas não são eles que promovem as mudanças.

São os revolucionários sociais, que bebem dessa filosofia.

E, só então, começam a agir.

Dessa forma, se pudermos comparar com o passado especulando, sem forçar a barra, podemos dizer que a próxima etapa da civilização 2.0 será a do surto filosófico, que começou aqui e ali, mas não para valer.

Ainda estamos empolgados com as máquinas e seus inventores.

A segunda etapa será começar a esquecê-las e nos perguntar se essa sociedade deve continuar do jeito que está.

E apontar novas opções.

Que alguém vai achar muito boa e implementar.

Pode não ser tão simples, mas será que é mais complicado?

Que dizes?

3 Responses to “O surto filosófico”

  1. Samaritano disse:

    Nepô
    Os eventos prescritos para a fase de consolidação das filosofias são prognósticos ou possibilidades ?
    Em um mundo já propenso a dissensos incontornáveis, a eclosão simultânea de pensamentos possivelmente conflitantes não trariam um risco muito grande à sustentabilidade do planeta ?
    É possível um trabalho preventivo para se evitar a anarquia filosófica e incrementar uma transição mais harmônica ?

  2. Samaritano disse:

    Nepô
    Os eventos prescritos para a fase de consolidação das filosofias são prognósticos ou possibilidades ?
    Em um mundo já propenso a dissensos incontornáveis, a eclosão simultânea de pensamentos possivelmente conflitantes não trariam um risco muito grande à sustentabilidade do planeta ?
    É possível um trabalho preventivo para se evitar a anarquia filosófica e incrementar uma transição mais harmônica ?

    Saudações !

  3. Carlos Nepomuceno disse:

    Samaritano,

    Refletir e pensar sobre coisas sem sentido vão nos ajudar a dar um salto adiante…sim, acredito que é uma fase que nos levará a conflitos dos que querem mudança dos que não querem…

    Pelo menos, foi assim na última revolução da informação.

    abraços,

    Valeu visita,

    Nepô.

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