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Midiocridade

O que fazer com jovens talentos? É literalmente sair da frente deles e deixá-los livres para criar – Oscar Motomura – da coleção;

Por mais que o discurso pareça velho, é atual.

As mídias de massa nos midiocrizaram.

Qualquer sociedade precisa reconhecer seus talentos expoentes para sobreviver.

Quem se destaca com visões originais, precisa exercer influência para nos ajudar a resolver nossos impasses.

Sempre foi assim.

Quem sufoca talentos, não vai durar muito,  pois os problemas sem solução se agravarão e levarão àquela sociedade a um impasse.

E, por isso, precisamos dos filtros das “celebridades talentosas”.

Quanto mais rápido saírem do anonimato para a “fama”, melhor!

São aqueles que pelo seu talentos diferenciados e originais (em todos os campos) trazem luz à escuridão.

Uma sociedade é mais ou menos conservadora pelo tempo que as novas “celebridades” passam a exercer influência.

  • As mais radicais e consevadoras, matam ou prendem os inovadores;
  • As menos radicais, não deixam que eles apareçam, destacando os medíocres (O Brasil está cada vez mais aqui.);
  • As inovadoras, os incentivam, ao máximo o novo, inclusive investindo neles.

O Brasil atual – com sua mídia centralizadora e fechada em pequenos e poderosos grupos –  sufoca novos talentos.

  • Precisamos de mais mídia, mais liberdade, nenhum controle.
  • E não menos mídia, menos liberdade e mais controle, como se quer, de ambos os lados, por aí.

A mídia de massa pode (como ocorre agora no Brasil) se tornar um canal perverso, pois coloca os poucos holofotes para os velhos e (já não mais tão inovadores)  talentos, sem espaço para os novos.

São precisos muito mais holofotes para os novos !

(Que jornais incentivam hoje a difusão de ideias de blogs interessantes, por exemplo?)

E em torno dessa mídia se cria um círculo vicioso de quem aparece é parente ou amigo (do círculo) daqueles que já apareceram.

Confete para cá, confete para lá.

(“Você está ótimo”; “Não, é você que está…”)

Geralmente,  não se chama o pessoal de fora da panela!

É a meritocracia do talento, que faz à sociedade avançar.

Quanto mais tempo a sociedade levar para revelar seus novos talentos, mais parada ficará no tempo e mais tempo levará para vencer suas impossibilidades.

Isso se reflete na mídia e se espalha em todos os campos, principalmente dentro das empresas.

A Internet se propõe a rever esse conceito, trazer meritocracia, novos canais, novas vozes.

Porém, blogueiros, pessoal que está no Youtube, que é muito seguido no Twitter não têm acesso garantido no canal oficial da mídia de massa.

Há, hoje, um abismo entre a mídia de massa e a mídia de missa!

Há o preconceito, o medo, o receio, a barreira.

Blogueiro é brega. ;(

Um blogueiro que diz coisas interessantes não vai estar nas bocas, pois prefere-se quem tem proximidade com o canal maior em nome da mediocridade automática.

E se chegar ao canal maior tem que refutar sua condição de blogueiro.

Ou um, ou outro!

E tem muito blogueiro que o fim, seu propósito máximo, passa a ser aparecer na mídia maior, perdendo justamente o objetivo que o levou a fazer o blog.

O que me leva à frase:

  • “O talento que visa só à fama; quando consegue, perde”.
  • Deixando de ser aquilo que precisamos: trazer luz à sombra.

    É completamente perverso.

    (Artistas independentes que ganha fama, geralmente passam por isso também, caindo no conto de que são especiais, pois agora são e estão “na mídia”.)

    É a nossa cabeça televisiva preconceituosa, que dá valor, cutuca, vira a cabeça para celebridades midiáticas, muitas delas, destituídas de talento e de luz para nossos impasses.

    Pessoas muitas vezes destituídas de méritos.

    Obviamente, com várias exceções à regra, que por exceção, a justifica.

    Cuidado, assim, para não incentivarmos, sem querer, o confete no Carnaval midiático, enquanto muitos estão lá atrás contando seu vil metal e fazendo tudo como nossos pais, como cantava Belchior, (um exemplo de um artista que não soube lidar com a fama.)

    Temos que rever, cada um, nossa cabeça de telenovela, pois não são “eles” que se sentem menores diante de um deus da Tevê.

    Somos nós, que telefonamos na hora para o amigo.

    Sabe quem está aqui…pertinho”

    E o que fazemos para reverter isso?

    Se o país é medíocre (e é) temos uma boa dose de responsabilidade nesse processo, já que a sociedade como um todo aceita a  mídiocracia e não a meritocracia, criando a midíocridade ao engolir  celebridades, não pelo que dizem, mas por quanto pesam (no Ibope).

    E o fundo do poço fica cada vez mais fundo!

    E sem baldinho que o alcance!

    Fica a última frase:

    “O futuro de um país pode ser medido pela falta de talento de suas celebridades”

    Concordas?

    2 Responses to “Midiocridade”

    1. Acho que é um fato Nepô.

      A apropriação da grande mídia e da indústra cultural sobre manifestações culturais populares (e por que não incluir blogs e afins no processo?) se deu historicamente de forma sistêmica, integrando-as ao tal do “círculo” (foi até o tema da minha monografia…rsrs). Tanto que as pequenas aproximações deste talento inovador com as mídas ortodoxas são realmente vistas com receio por nós, uso como exemplo a entrevista que o blogueiro Phillipe Kling David (www.mundogump.com.br) concedeu ao Jô Soares na semana passada: talento e conteúdo embalados como uma caricaturização de sí próprio…mas bem aceito pelo público (que, diga-se de passagem, não tinha nenhum contato prévio com o trabalho do Phillipe, inclusive o Jô!). Claro, que já conhecia tirou o melhor, mas fica sempre aquela sensação meio estranha…

      Bom, dentro de um mundo em que as instituições de ensino, as empresas e o poder público (e, em conseguinte, a sociedade) não valorizam devidamente atividades e discursos inovadores, eu avejo um campo aberto para a manutenção da “midiocridade”.

      Nosso issue: como romper estes paradigmas?

      Abs e parabéns pelo post!

    2. Carlos Nepomuceno disse:

      Filipe, no fundo até sou mais otimista que fui no post. 😉

      Vejo a Folha com novos colunista (vários blogueiros);

      O Globo abrindo para novos colunistas também, como os Youtubeiros,
      como o Adnet.

      Mas ainda é algo muito pontual e periférico.

      Sei apenas que as crises por que passamos precisam de novas luzes.

      Não aguento mais ligar a tevê e não ver os pontos centrais que nos afligem sendo discutidos por ali….

      Cada vez mais vejo a Internet.

      Reservo um tempo para ouvir debates, pessoas, etc…

      Vamos ver, valeu a visita,

      Nepô.

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