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Unfollow-me

Sustentar-se no consenso geral é precário porque significa abdicar da própria opinião – Gustavo Bernardo – da minha coleção;

Volta e meia alguém fala do Twitter.

Ah, o Twitter…isso, o Twitter aquilo.

Já disse aqui que o Twitter não existe.

Não é uma Tv Globo.

Cada cidadão ou cidadã –  entre quem segue e é seguido – tem o seu canal.

Não existe um Twitter, mas tantos quanto o número de usuários, que definem  canais entre seguidos e seguidores.

(Não um Twitter igual ao outro, pois mesmo que tenham os mesmos seguidos e seguidores, cada um verá, a partir do seu perfil.)

Tem gente que quer ter cada vez mais seguidores.

E aposta na quantidade.

É uma cilada.

Um perfil vale pelo número e pela qualidade de quem o segue.

Se uma pessoa tiver 40 mil seguidores que em média têm 10 seguidores.

Ele multiplica por 400 mil.

Mas se alguém tem 4 mil e tem seguidores que têm em média 1 mil, estão teoricamente empatados.

Porém, quem tem pouco seguidor, geralmente é do tipo que não repercute, apenas lê, o que tenderia a valer a ideia de que uma rede mais multiplicadora é mais potencialmente forte do que uma receptora.

Pode até colocar um adesivo no carro:

“Não faça do seu  Twitter uma tevê, a vítima pode ser você”

O que importa é a adequação de seguidores e seguidos para ambos conseguirem realizar o milagre da boa informação.

Ponto!

Ou seja, não adianta vir com cabeça de mídia de massa em uma mídia de missa (de nicho).

Somos “padres” dialogando com nossas restritas “paróquias”.

E quando alguém segue alguém é para reforçar uma maneira de pensar e de refletir cada vez mais com a sua rede informacional, que se fortalece quanto mais se aprofundar e não se superficializar.

Tem vezes que alguém, entre meus seguidores, entra e tecla:

“Você me decepcionou com essa opinião!”.

Sim, unfollow-me.

Parta para outro que não te decepcione.

Santo botão!

Já vi gente deixando de ser o que é (ou o que pensa), pois tem medo de perder seguidores.

Eu quero mais é perder seguidores, pois quanto mais gente sair e outros entrarem, mais conseguirei chegar naqueles que querem ouvir meu blá-blá-blá.

Quem quer outro blé-blé-blé, não menos relevante, segue o seu caminho.

Quero que me acompanhem as pessoas que reforçam, me ajudam a pensar, a refletam e repercutam aquilo que acho que é relevante.

E os que querem – são muitos – o tempo todo me questionar.

São os que mais aprecio, pois me fazem crescer!

É um processo sadio e necessário de depuração.

Ter muitos seguidores e se omitir é tudo que esse mundo transparente e interconectado não quer.

É trazer a tevê para onde não há tevê.

Somos o que somos e quanto mais formos,  mais teremos gente próxima a nós para ajudar a mudar ou reforçar o que achamos.

É isso que se quer de um mundo veloz.

Assim, vamos em frente como aquela placa infame de caminhão, meio religiosa demais para o meu gosto, mas se encaixa bem a esse propósito:

“Tudo posso naquele que me fortalece (elogiando ou criticando)”


Assim, quem não gostou de algo e não se sente em casa, na boa:

“Please, unfollow-me”.

E quem achou que, por enquanto, está bom, vamos em frente, pois atrás vem gente nesse engarrafamento eterno. 😉

Que dizes?

19 Responses to “Unfollow-me”

  1. Ezio disse:

    talvez o melhor post publicado sobre o assunto.

  2. Emanuella disse:

    Gostei muito do seu ponto de vista.
    Acho uma coisa absurda as pessoas quererem ser populares no twitter ou qualquer outra rede sem ter nada a contribuir, pois além de ficar parecendo ser algo forçado é ainda totalmente idiota. Coisa sinceramente de gente desesperada, sem personalidade.

    abraço.

  3. Carlos Nepomuceno disse:

    Grato Ezio e Emanuella, é bom saber que não ando pensando essas coisas sozinho!

  4. Vanessa Aguiar disse:

    Adorei a ‘mídia de missa’. Cada uma na sua paróquia, né não?
    Acho que vou fazer uma camiseta:
    Não enche. Please, unfollow-me.

  5. Concordo. E afinal de contas quanto menos seguidores genéricos mais espaço para o que se importa. Apesar de ter pouco a nível científico a colaborar com vc Nepô, ma como censo comum acho que estou bem com vc. Aproveito de vc mais do que ofereço a vc, mais ainda…vc me faz pensar melhor. Abraços.

  6. Emanuella disse:

    Faço minha as palavras de João Dinadlo… “aproveito de vc mais do que ofereço a vc, mais ainda…vc me faz pensar melhor.”

    Adoro seus post com assuntos tão atuais e polêmicos!!!

    🙂

  7. rafael disse:

    Nepô, aqui em casa temos refletido muito sobre o assunto. Essa semana mesmo entrei em crise de “autenticidade” no twitter e iria partir pra grosseria deletando minha conta. Mas por que o radicalismo? Ora, porque não queria chatear ninguém dando unfollow. O teu texto fala sobre receber unfollow, mas tu já refletiu sobre o ato de dar unfollow? Temos refletido nisso, no quanto as pessoas o evitam por medo de causar inimizades, perder seguidores e por isso também atrapalhar o milagre da boa informação, já que se segue não por interesses em comum, mas apenas para manter os números. E assim, todos são apenas expectadores e surdos dos olhos.
    Das nossas reflexões, nasceu esse texto escrito pela minha esposa: http://tinyurl.com/27kom9u
    Ah! sim! Mais uma vez tu foi direto ao ponto. Obrigado.

  8. Simone Alencar disse:

    Estou há cerca de 10 dias usando efetivamente o twitter. Percebo que se sigo gente demais, acabo não seguindo ninguem, pois não dou conta de acompanhar de fato. Estou agora na fase de eliminar aqueles que não me acrescentam nada. E também na fase de começar a postar algumas coisas… por incrivel que pareça ainda fico na duvida sobre o que querem de mim! hehehe

  9. Marcos Masini disse:

    Triste com os rumos que estamos dando para ferramentas online tão maravilhosas e poderosas, tuítei duas mensagens na manhã de hoje. Seguem:

    1) Interessante @’s físicas e jurídicas q colocam regras sociais online paradoxais e insistem em transformar isso aqui em via de mão única.

    2) Quem sai na chuva é p/ se molhar. Quem entra em mídias sociais é p/ conversar. Básico. Ñ inventem regras bizarras e carregadas d vaidade.

    [ ]’s

  10. Leo Cabral disse:

    O fato a ser discutido é, de novo, a relevância. Quem você segue, vale a pena ser seguido? Quem segue você vale a pena a companhia? Quem o segue, faz por causa de uma frase postada ou por causa do que você é/pensa/faz? Não dá pra ter uma resposta definitiva quanto a isso, até porque não há regras. Não existindo regras, não há pontos a ganhar ou perder. O resto (também) é só ilusão.

  11. E o pior é as vezes vermos marcas se subjugarem a isto. Se fala tanto de relevância, como se popularidade fosse sinônimo disso.

  12. Carlos Nepomuceno disse:

    Rafael,

    o lance do unfollow vai parecido com a coisa de se contratar novos funcionários. Na hora ninguém pensa, mas quando vemos que são demais, é preciso demitir.

    Por isso acho que vale a parcimônia de não sair seguindo deus e o mundo, ainda mais amigos, pois depois a casa fica cheia e tem que dizer adeus.

    E a dor da separação é sempre difícil.

    Pergunta-se: quantos seguidos podemos ter de forma sustentável?

    Acho que o Twitter é diferente de Facebook, ou Linkedin, que é uma rede de pessoas…que tem mais tempo, me parece que aqui é mais para SMS do que para papo pelo telefone.

    Eu faria um contra-ponto: por que você colocou tanta gente na sua lista?

    Esse a meu ver é o ponto.

    O unfollow em massa, foi consequência, concordas?

    Valeu a visita,

    Nepô.

    Ps- depois vou respondendo aos demais.

  13. Carlos Nepomuceno disse:

    Simone, achei isso muito hilário:

    ” por incrivel que pareça ainda fico na duvida sobre o que querem de mim! hehehe”.

    O que acho que você deve querer do Twitter:

    Se achar no mar de informações, através de bons seguidos, podendo corresponder prestando boas informações para quem te segue. Isso tudo com humor, carinho, sem ansiedade, não querendo aparecer de forma artificial e com muita disposição para a conversa.

    Alguém complementaria?

    Que achas?

  14. Carlos Nepomuceno disse:

    Vinicius e Leo, a palavra relevência é interessante.

    No Houaiss:

    aquilo que se destaca em escala comparativa ou de valores; importância, relevo.

    Na verdade, o que procuramos, a meu ver, ao lidar com ferramentas de informação é que elas nos auxiliem a lidar com o mundo, tomar decisões, nos auxiliar a ir na nossa jornada bem, com conforto e outras coisas a mais que se queira complementar.

    Portanto, o Twitter e todo o resto deve ser um amigo nessa jornada, cercado de pessoas que vão nos ajudar a nos sentir bem.

    Concordam?

    Valeram as visitas e comentários,

    Nepô.

  15. Carlos Nepomuceno disse:

    Ainda sobre esse tema respondi para o Marcos, quando ele questionou por e-mail a questão de não conseguirmos grandes trocas no Twitter:

    Marcos,

    não vamos querer do Twitter o que ele não pode dar.

    Utilizo como espaço de reverberação, contatos, reforço e divulgação.

    O blog fica como espaço de reflexão e início de diálogo.

    O Google Grupo, quando monto meus grupos, de troca mais intensa com os ex e atuais participantes.

    E os encontros presenciais de aprofundamento total.

    Note que é uma escalada.

    Não vou aprofundar filosofia no Twitter, mas posso ser reconhecido como um cara que pode ajudar a aprofundar e aí, então, as pessoas vão chegando.

    Seria a mesma coisa de um bar ou da praia.

    Lugares onde nos vemos, conhecemos gente e depois vamos escolhendo com quem se aprofundar.

    Que achas?
    Nepô

  16. Rodrigo Leme disse:

    Eu costumo dizer que para escrever no Twitter, em blog ou em qualquer veículo na internet, o ideal é escrever como se ninguém fosse ler. Assim você não perde a objetividade, nem o gosto por escrever. E ainda pode render algumas surpresas.

    Tudo que é forçado ou falso transparece. Na rede muito mais.

    Eu sou seguido por 284 pessoas, não dou unfollow retaliatório (uma pessoa interessante fica menos interessante porque não te segue mais?) e adoro alguns dos diálogos que tenho lá. E não é esse o grande objetivo, ter conversas que rendam?

  17. Carlos Nepomuceno disse:

    Sim, conversas que rendam em vários níveis, desde profissionais, pessoais e todo o resto…

    Valeu!

  18. luis silva disse:

    aqui vou eu na contra-mão!

    não me considero totalmente fora do mundo.

    consigo até me atualizar com noticias e idéias.

    mas até agora não tenho e não sigo ninguem no twitter.

    não consigo ver a logica de eu dar minha opinião para alguem que não a pediu.

    • Carlos Nepomuceno disse:

      Luis, esse é o barato:

      “não consigo ver a logica de eu dar minha opinião para alguem que não a pediu.”

      Você só fala para quem optou te seguir e só escuta aqueles que escolheu.

      A vida é assim, o Twitter é o espelho, em 140 caracteres, dela.

      Valeu a visita!

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