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Não se liberta um prisioneiro simplesmente raspando-se a ferrugem de seus grilhões – Thomas Henry Huxley – da minha coleção de frases.

As pessoas no Brasil têm medo de errar.

Motivo: vivemos em um país mega, super hiper autoritário.

Não se vê, esconde-se, mas se sente.

Quer tentar?

Pode.

Mas se errar: chicote, palmada, tapa, telefone na orelha.

Estou inventando?

E quanto mais se quer colocar a cabeça para fora e ir contra a maré, mais isso fica na cara.

Mede-se o autoritarismo pela capacidade de mudança nos ambientes.

Quanto mais tempo demora para se alterar as regras, mais fechada é a estrutura.

E quando falamos em inovação, basicamente estamos propondo mudanças.

E aqui se coloca inovação como algo tecnológico.

“Fica tudo igual, mas mete umas máquinas aí para fazer espuma…”

Aqui, até a inovação já está virando mesmice.

Inova quem está pronto para mudar.

A inovação é justamente o contrário, montar toda uma estrutura organizacional e tecnológica para dar voz ao cara mais importante para o negócio: quem paga as contas no final do mês, o consumidor.

Foi o que fez a Virgin(empresa aérea) nos EUA:

Na Virgin, sempre que um passageiro ou alguém da tripulação dizia que não havia gostado de alguma coisa, nós abandonávamos rapidamente aquilo e partíamos em busca de uma nova ideia – Richard Branson;

E quando começamos a inovar, um dia isso acontece, nos deparamos com duas situações.

  • Erros velhos – aqueles que se repetem, pois a máquina não está pronta para mudar o que já se sabe o que tem que mudar;
  • Erros novos – a partir de ajustes, coisas que foram arrumadas, vão apresentar novos problemas.

Uma empresa pode ser diagnosticada por aí.

Quanto mais erros velhos tem, mais autoritária é, e menos inovadora;

Quanto mais erros novos, a partir de novas práticas, mais está no caminho da mudança.

  • Inovar é mudar;
  • Mudar é saber ouvir;
  • E ouvir é saber ajustar.

O resto é blá, blá, blá…

Que dá um sono…

Que dizes?

13 Responses to “A inovação, erros novos e erros velhos”

  1. Carlos,

    parabéns pelo ótimo post e pela análise certeira de nossa dificuldade crônica de buscar o novo. enquanto não aprendermos a errar, enquanto não percebermos que a perda faz parte do jogo, não vamos acertar nunca.

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Pois é, um país que não deixa errar, é algo preocupante,

    valeu a visita, Guilherme,,,

    abraços,

    Nepô.

  3. Marcelo Sampaio disse:

    Nepô,

    Muito bom (como sempre!).

    Certa vez ouvi uma história que em uma empresa um alto funcionário cometeu um erro que custou alguns milhões em prejuízo. Todos os pares exigiam a demissão dele. Punição como exemplo. Mas o presidente o segurou alegando “agora que eu gastei milhões em treinamento com este funcionário, eu vou liberá-lo para outra empresa?”

    É isso aí!

  4. Andrea Jin disse:

    Ótimo artigo! É sempre bom lembrar que inovação não se limita à mudança de tecnologia, mas principalmente, à mudança de comportamento. E como vc disse, mudar é saber ouvir. Só que muita gente se esquece disso…
    Abraços!

  5. SAUDAÇÕES!
    Sempre falei às pessoas com as quais convivo o seguinte: não se aprende acertando, é nos erros é que percebemos o que não deve ser aprendido. Mas olha, falando sério: tá tão distaaaaaaaaaannnte essa inovãção no Brasil. Baseiam-se nos parlamentares que temos (que são oriundos do nosso meio, do povo): há leis para serem votadas há mais de 30 anos e nada de votarem, nada de inovarem.
    ABRAÇOS!

  6. Carlos Nepomuceno disse:

    João, Andrea e Marcelo,

    Pois é ….

    Acredito que essa diferença entre erro novo e erro velho…

    Se um cara, comete um erro velho várias vezes, aí é algo preocupante..

    Mas se é erro novo…de aprendizado..é outra coisa.

    Concordam?

    abraços a todos,

    valeram as visitas!

  7. Marcelo Sampaio disse:

    Nepô,
    Positivo!
    Pois é, saltamos do modelo industrial para o informacional sem que a mentalidade da estruturação do trabalho fosse mudada em grau tão profundo quanto a própria transição. O interessante é que muitos reconhecem a necessidade de um salto para outra dimensão, mas na prática continuam agarrados à Taylor.
    Comando e Controle neles !
    Saudações,
    Marcelo

  8. Andrea Jin disse:

    Concordo, Nepô!
    Parece que muitas pessoas e/ou organizações se acomodam com a situação. Mesmo com uma sequência enorme de velhos erros, elas preferem conviver com isso do que tentar novas alternativas, por medo de errar, ou medo de perder privilégios.
    Um país, ou uma organização que não incentiva a descoberta e a tentativa, estará escrevendo seu fim. Ainda mais nos dias de hoje, em que mudanças acontecem em todas as esferas numa velocidade maior do que poderíamos imaginar.

  9. Carlos Nepomuceno disse:

    Marcelo:

    “O interessante é que muitos reconhecem a necessidade de um salto para outra dimensão, mas na prática continuam agarrados à Taylor.”

    Pois é..mudar é difícil ainda mais no tamanho do salto que temos que dar.

    Andrea,

    sabe qual é o problema…vai ser lento.

    Temos que ter paciência e perseverança…

    Vamos indo,

    abraços

    Nepô.

  10. Estimado Carlos,

    é possível acelerar o processo sim. Basta termos a coragem de olhar os nossos pontos obsoletos que não nos servem mais que automaticamente virá o novo. Um exemplo simples são as roupas no guarda-roupa. Quantas roupas não usamos e mesmo assim guardamos? O mesmo acontece com nossas ideias, crenças e comportamentos. Quantas delas temos herdados dos pais e não nos servem? Qual é a solução? Se não serve, então jogue fora, repasse, venda, doe!! O importante é desapegar dos pontos obsoletos de cada um de nós e o novo virá. Simplesmente porque a vida é movimento e desenvolvimento no agora. O que parar é obsoleto. Até água parada apodrece, não é?
    Abraço Fraterno

  11. Como de costume, mandaste bem Nepô!

    Só não estou muito convencido com a generalização de que somos um país autoritário. Concordo que esse comportamento é muito comum nas empresas brasileiras, principalmente as grandes, porém acho que não deve ser muito diferente ao redor do mundo.

    Abraço.

  12. Carlos Nepomuceno disse:

    Dalton, concordo…

    André, boa questão…

    Mas será que lá fora as pessoas seriam punidas por ideias?

    Aqui, volta e meia me contam algo nesse gênero.

    A checar,

    abraços,

    Nepô.

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