A essência da loucura é a solidão – Rosa Montero – da minha coleção de frases;
O mundo precisa dos agentes de mudanças.
Aliás, o grande objetivo do mundo 2.0, nessa primeira fase, é dar o quanto antes voz aos agentes de mudança para que eles possam começar a rever a civilização, que já está com 7, caminhando para 9 bilhões de almas perdidas e com pressa.
Ou seja, tem uma galera por aí que já viu, sente, sabe que tem que mudar, mas tá se preparando.
Isso dá solidão.
Mudar significa sair do senso comum.
E o senso comum é bem malvado!
Pega no pé!
Se agarra ao pé da cama!
Mudar é caminhar por uma estrada que ninguém vai.
É algo que diz o Cântico Negro, do José Régio:
“Cântico Negro – de José Régio
Vem por aqui
Dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem:
“vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E não vou por ali…
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se as coisas que pergunto em vão e ninguém responde
Por que me dizeis vós: “vem por aqui!”?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…
Se vim ao mundo, foi
Só para desbravar florestas virgens,
E desenhar meus próprios passos na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis ferramentas, machados e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…
Ide!
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes estradas, tendes pátria, tendes tetos,
E tendes livros e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Não me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Tenho dito a todos os meus co-agentes de mudança, com os quais nos “coovencemos”.
Juntem-se, assim como fazem os alcoólatras anônimos para compartilhar suas angústias, reflexões, problemas.
Não é fácil construir o novo, sozinhos, impossível.
O que nos leva a adaptar a oração da serenidade, sempre repetida no início e fim de todos os grupos de mútuo-ajuda, que é um verdadeira defesa do livre arbítrio e a defesa de uma lucidez pró-ativa:
Que eu desenvolva a capacidade de ter serenidade para as coisas que não posso modificar;
Coragem para aquelas que eu possa.
E sabedoria para perceber a diferença.
Assim, só por hoje, vou tentar ir adiante com os agentes de mudanças anônimos ver o que dá para mudar.
Que dizes?
“Ou seja, tem uma galera por aí que já viu, sente, sabe que tem que mudar, mas tá se preparando.
Isso dá solidão.”
E posts como esse nos lembram que não estamos sós.
Grande post! Parabéns!
Acho que a maioria de nós nos sentimos assim em algum momento. Você começou o compartilhamento e tem cada vez mais pessoas seguindo esse caminho. Eu também estou nessa. Obrigada por expressar esse sentimento coletivo e nos auxiliar nesse processo.
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[…] Nos assumimos como agentes de mudanças e vimos como é importante que compartilhemos angústias. […]