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Dificilmente, quem acredita em destino será capaz de mudar as coisas – Nepô – da minha coleção de frases;

Pergunte a seus clientes, amigos, alunos, colegas, pessoas que você tem que coo-vencer sobre o mundo 2.0 se eles acreditam em destino.

Geralmente, quem acredita em destino, acredita em alguma força superior e que seu tudo está traçado.

Gosto da frase do Gleiser, pois ela diz tudo:

A grande maioria das pessoas acredita no sobrenatural por não aceitar que a morte possa ser o fim definitivo da vida.

São geralmente pessoas que quando vêm um acidente, logo dizem:

Era a hora dele!

Todos se conformam e bola para frente.

É o conservadorismo em forma de filosofia.

Se fosse assim, por exemplo, a lei seca interromperia o “destino” de várias pessoas, pois salva 50 pessoas por dia no Rio de Janeiro.

Se o destino das pessoas era morrer bêbadas em um poste, como pode uma ação preventiva ter evitado?

Volto com o Gleiser, que anda sendo meu guru das últimas semanas:

Um mundo assimétrico é atemorizante, pois nos força a ser responsáveis pelos nossos atos;

Ou seja, não existe nada pior para a inovação e a mudança na fé cega do destino.

Prefiro acreditar que vivemos em um mundo de incertezas.

Viemos por sorte, de termos sido entre milhões de espermatozóides e centenas de óvulos de nossos pais, aqueles que vingaram.

E nesse mundo de acasos, podemos interferir sempre, para evitar que pessoas sofram acidentes desnecessários e criar produtos e serviços para melhorar a vida de alguém.

Procurando sempre reduzir os erros antigos e procurar erros novos.

Eis a missão de todo terapeuta, grupo de mútuo-ajuda, auto-conhecimento.

Estou lendo o livro Cisne Negro, indicado pela Lucília e pelo Leandro, no qual o autor diz que a sociedade levanta a bola dos heróis que salvam as pessoas de uma enchente.

Mas ninguém levanta a bolinha aqueles que trabalham na manutenção e prevenção de forma silenciosa para evitá-las.

Contra o destino, para o qual somos reativos, entra a proatividade.

Que é justamente a nossa interferência enquanto pessoas diferenciadas no mundo.

E não somos proativos, pois para que isso ocorra temos que assumir romper a programação que fizeram em nossa tenra placa mãe, uma codificação que nem sabemos e, ilusioramente, achamos que somos nós mesmos.

Para sair do destino, é preciso, portanto, sair da caixa, romper o ovo ideológico que nos colocaram.

E assumir que não há nenhum caminho, que não seja aquele que vamos abrir, por sermos seres únicos e insubstituíveis.

Os deuses do nosso caminho, apenas com as barreiras concretas da sociedade para irmos adiante.

Assim, quem acredita em destino, dificilmente inova.

Pelo contrário, muitas vezes, atrapalha.

Que dizes?

9 Responses to “Você acredita em destino?”

  1. Formanski disse:

    Nosso destino é o pensamento.
    Felicidades,
    Formanski

  2. Camila Leporace disse:

    Eu não aceito que a morte seja o fim definitivo da vida. Eu nunca acreditei que fosse. Mas ainda assim me considero uma boa agente de mudanças. E agora? Risos.
    Temos as nossas crenças, nossas convicções… temos a necessidades do apego a algo maior, especialmente quando perdemos alguém. Mas isso atrapalha no sentido que você colocou?
    Tirando por mim, acho que não atrapalha, entre outros motivos porque acreditar que há vida após a morte (e outras vidas!) me faz viver e trabalhar melhor, me faz pensar que preciso aproveitar esta vida para fazer o melhor que posso, e dentro disso está batalhar para tornar as coisas mais fáceis, eficientes e agradáveis para as pessoas. Não sou do tipo que acredita no destino e por isso se torna conformista. Acredito que há determinadas coisas que estão traçadas sim. Alguns encontros têm que acontecer (“A vida é a arte do encontro”…) e na hora em que alguém morre eu sou dessas que diz “era a hora dele”. Se não era, por que morreu?
    Por outro lado, algumas pessoas, acreditando que esta é a única vida que têm, podem achar que então não há por que fazer tanto esforço para melhorar as coisas (“não vou estar aqui mesmo para ver o que vai acontecer” ou pensamento que o valha…), e por isso ser péssimas agentes de mudanças…
    Nepô, às vezes vc dá nó na nossa cabeça, que nem aconteceu com o vinho da foto… mas está valendo! Rs.
    🙂
    Fica a contribuição.
    Bjs,
    Camila.

  3. […] Vi no excelente blog do nosso amigo Nepôsts – Rascunhos Compartilhados […]

  4. Carlos Nepomuceno disse:

    Camila, vou de Formanki:

    “O destino é o pensamento”.

    Sempre será aquilo que queremos acreditar.

    O texto é para provocar mesmo.

    Valeu o comentário.

    Bjs

    nepo

  5. Camila Leporace disse:

    Hehe eu gostei… o destino é o pensamento… mandou bem mesmo, Formanski! Valeu a provocação!

  6. Carlos Nepomuceno disse:

    Complementando o assunto, saiu uma boa matéria do Gleiser, como sempre ele, na Folha, que pode ser lida aqui:

    http://sergyovitro.blogspot.com/2010/04/marcelo-gleiser-mitos-ciencia-e.html

    O que destaco:

    “Como escrevi antes neste espaço, os que creem veem o avanço científico com uma ambiguidade surpreendente: de um lado, condenam a ciência como sendo materialista, cética e destruidora da fé das pessoas. “Ah, esses cientistas são uns chatos, não acreditam em Deus, duendes, ETs, nada!”
    De outro, tomam antibióticos, voam em aviões, usam seus celulares e GPSs e assistem às suas TVs digitais.

    Existe uma descontinuidade gritante entre os usos da ciência e de suas aplicações tecnológicas e a percepção de suas implicações culturais e mesmo religiosas. Como resolver esse dilema?

    A solução não é simples. Decretar guerra à fé, como andam fazendo alguns ateus mais radicais, como Richard Dawkin, não me parece uma estratégia viável. Pelo contrário, vejo essa polarização como um péssimo instrumento diplomático. Como Dawkins corretamente afirmou, os extremistas religiosos nunca mudarão de opinião, enquanto um cientista, diante de evidência convincente, é forçado eticamente a fazê-lo.

    Talvez essa seja a distinção mais essencial entre ciência e religião: o ver para crer da ciência versus o crer para ver da religião.

    Aplicando esse critério à existência de entidades sobrenaturais, fica claro que o ateísmo é radical demais; melhor optar pelo agnosticismo, que duvida, mas não nega categoricamente o que não sabe”.

    Gosto dessa separação, me sinto mais agnóstico do que ateu, mas não sei se o Gleiser não estaria, dando um caráter meio estreito para ateu:

    Vejamos:

    Ateísmo é a posição filosófica de que não existem deuses, ou que rejeita o conceito do teísmo

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ateu

    Agnóstico:
    Que não acredita nem desacredita, mas suspende o julgamento.
    http://muitolindo.arteblog.com.br/68352/DICIONARIO-DE-FILOSOFIA/

    Pela lógica um ateu é um agnóstico que já perdeu a esperança de que provem algo. E um agnóstico é um pré-ateu permanente, pois fica esperando que alguém prove algo para ele.

    Ou seja, ser um ateu aberto ou um agnóstico paciente .;)

    Continua:

    “Carl Sagan famosamente disse que a ausência de evidência não é evidência de ausência. Mesmo que estivesse se referindo à existência de ETs inteligentes, podemos usar o mesmo raciocínio para a existência de divindades: não vejo evidência delas, mas não posso descartar sua existência por completo, por mais que duvide dela. Essa coexistência do existir e do não-existir é incômoda tanto para os céticos quanto para os crentes. Mas talvez seja inevitável.
    A ciência caminha por meio do acúmulo de observações e provas concretas, replicáveis por grupos diferentes. A experiência religiosa é individual e subjetiva, mesmo que, às vezes, seja induzida em rituais públicos. Como escreveu o psicólogo americano William James, a verdadeira experiência religiosa é espiritual e não depende de dogmas. Apesar de o natural e o sobrenatural serem irreconciliáveis, é possível ser uma pessoa espiritualizada e cética.
    Einstein dizia que a busca pelo conhecimento científico é, em essência, religiosa. Essa religião é bem diferente da dos ortodoxos, mas nos remete ao mesmo lugar, o cosmo de onde viemos, seja lá qual o nome que lhe damos”.

    Falta um pouco uma definição do que seria espiritual:

    Relativo ou pertencente ao espírito (por oposição a matéria); incorpóreo; imaterial; que diz respeito à religião ou à consciência –
    http://pt.wiktionary.org/wiki/espiritual

    Acredito que a consciência, trazer luz ao que está na escuridão, é a essência do que se chama espírito….existe dois caminhos pelo conhecimento e sabedoria, obra humana.

    Ou através da fé….

    Não sei se os dois levam ao mesmo caminho, pois o primeiro reduz em muito a manipulação que podemos sofrer.

    E o segundo, praticamente, vive dela.

    A saber.

  7. Lucia disse:

    Nepô,
    Hoje li uma frase no livro do Marcel Souto Maior, que me lembrou essa sua questão de conceituação da fé.
    “Em matéria de fé, eis os extremos que devem ser evitados: a incredulidade e o fanatismo. Porém, entre os dois, o fanatismo é pior”.
    De Chico Xavier em livro psicografado por Carlos Bacelli. Há controvérsias se seria mesmo de Chico, de qualquer forma, acho que ele concorda com seu post!
    Abs

  8. Carlos Nepomuceno disse:

    Lucia, andei pensando – em background – sobre essa questão toda.
    Duas coisas interessantes.

    1) que estou começando a incorporar uma forma de aprendizado coletivo. Ou seja, tudo que começo a pensar vem para o blog, o que me leva a sair de posições “A” para “B”, que podem ser abertas ou estreitas e ir evoluindo;

    (Amanhã posto sobre uma discussão sobre o Ego 2.0, relativo a isso.)

    b) sobre essa questão da fé vi uma entrevista do Gleiser que pede respeito ao que desconhecemos..apenas respeito, sem credulidade, o que me fez incorporar do AA uma frase da oração da serenidade:

    “Que eu desenvolva serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar (e para aquelas que eu ainda não entenda ou conheça.);”.

    Gosto também da ideia de que é melhor ter paz do que razão.

    Por fim, li não sei onde (foi este fim de semana – posto depois) de que é preciso colocar mais ciência no sagrado, até para elevar o nível do sagrado.

    Ou seja, ir deixando o que é o desconhecido apenas para o que ainda não foi estudado, senão fica algo meio difícil mesmo de engolir.

    Foi isso – de outra forma – o que quis dizer…gostaria de ver esses fenômenos todos sempre a partir de algo que não pode ser comprovado pela Ciência.

    Respeitando o que vem a ser o desconhecido e deixando cada um tirar dali o que quiser.

    Vi também um texto longo sobre fé na Revista Serrote deste mês, detonando o Dawkins, afirmando que a religião muito mais do que uma reflexão é uma vivência…o que achei interessante.

    Acredito que o Dawkins, apesar do radicalismo, não é sectário e chama a atenção para isso que você falou, luta contra o fanatismo, que é ruim em qualquer campo de estudo, seja na religião ou ciência, o que nos leva a Paulo Freire que dizia serem os sectários.

    Por fim, te digo que estou me alimentando e avançando nessa discussão….e te agradeço o empenho na mesma.

    É como se fosse uma experiência de debate nesse campo, que vamos ganhando…

    Isso é o mundo 2.0, somos rasos individualmente e em temas novos, mas profundos quando discutimos e abrimos o leque…

    a única saída.

    beijos
    Nepô.

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