As pessoas querem pagar por aquilo que é relevante, exclusivo e economiza tempo – Chris Anderson, da minha coleção de frases;
Saiu ontem o resultado da premiação da 16ª edição do Prêmio Multishow, que agora tem um quesito “iniciativas”.
O que mostra tendências e aponta saídas para as bandas, de grande e pequeno sucesso, como a do Skank.
Veja o que fez a diferença, segundo a matéria do site UAI:
Ensaio Aberto – “Realizado em abril pela Rádio Guarani no Teatro Alterosa e transmitido pela internet para o mundo via Portal Uai, a preparação da banda para a segunda parte da turnê Estandarte foi um sucesso. Mais de 600 participações foram enviadas nas quase duas horas de show, e além de BH, internautas de todo o Brasil e do mundo estiveram presentes na transmissão. Pelo mundo, foi registrada a participação de internautas dos EUA, Inglaterra, França, Canadá, Espanha, e Japão”.
Loja virtual do Skank – “Disponível no endereço www.lojaskank.uai.com.br, a webstore é iniciativa pioneira, que recebeu inclusive elogios de Regina Casé, durante o 16º Prêmio Multishow. Ela disponibiliza o vasto material da banda, como CDs e DVDs, além de produtos exclusivos como camisetas, posters e acessórios usados pela banda em seus shows, como palhetas e baquetas dos músicos. Desde que foi lançada no dia 3 de agosto, a webstore já teve mais de 18 mil acessos, com fãs de 24 países comprando os produtos, um sucesso absoluto”.
Show interativo – “bis de um show atráves do celular, que o Skank levou o prêmio. Com certeza ficou em boas mãos”.
Todas as iniciativas fazem parte da lógica da abundância e escassez, conforme postei aqui, a partir da leitura do livro “Free” do Chris Anderson.
O que é escasso e o Skank está vendendo é tudo aquilo que não pode ser baixado na rede e nem copiado.
Camisetas, ensaios e shows sob medida, com a platéia dando a linha do espetáculo, a la Augusto Boal e Teatro do Oprimido.
Arrisco dizer que nos shows 2.0, dentro em breve, como já deve acontecer por ai, as bandas vão ensaiar 40 músicas e o público terá o direito de escolher 20, via celular, twitter, etc…
O aqui e agora, só para mim, é o item em escassez.
Concordas?
Nepô,
Concordo inteiramente. As empresas de entretenimento vão ter que se reinventar! E quem sair primeiro, como o Skank, com certeza leva vantagem competitiva, como qualquer empresa 1.0 que investe em inovação. Chegou a era da “Inovação 2.0”.
Pegando esse gancho, quero deixar registrado aqui o que comentei com você sobre as livrarias que estão vendendo livros digitais em pdf. Apesar de adorar livros em papel – continuo achando que eles sempre existirão, só serão muito mais caros, artigos de luxo – alguns livros, principalmente para estudo e trabalho me interessam no formato digital. Comprei um livro numa dessas “e-livrarias” e recebi o pdf com meu nome em todas as páginas e uma senha para uso exclusivo por mim. Achei isso um paradoxo! A idéia é que se o livro for disponibilizado na internet, todos saberão que eu fui a infratora!! Se eu quiser passar o livro para alguém ler, tenho que fornecer a minha senha… O livro que comprei é para estudo por uma equipe do trabalho, um comitê formado para estudar a qualidade no desenvolvimento de nossos softwares. Lógico que forneci a senha, o objetivo era estudo em grupo. E mesmo que não fornecesse, não poderia simplesmente imprimir quantas cópias quissesse?
Voltemos ao mundo 1.0. Eu não compro um livro em papel e empresto a quem eu quiser? O livro nunca foi e nunca será um produto de uso exclusivo, vide Lutero…
Acho a idéia de livro sob encomenda, perfeita, mas livro individual???
Com certeza não é um modelo de empresa 2.0, concorda?
Lucia, é uma tentativa de proteger a cópia, mas o problema é que o valor da cópia é baixo ou se descobre uma forma de sair dessa barreira.
Concordo que teremos livros sofisticados, assinados pelo autor só para você, livros de cabeceira, livros de fotos, inclusive com as fotos que você tirou, cada vez mais sofisticados.
Ou mesmo um livro que junte um conjunto de textos que você viu na rede e quer organizadinho.
Ou seja, o personal, faz a diferença, usando ferramentas para isso.
O modelo atual vai perdendo valor, o Skank mostra o que ocorre na música, mas vai se estender aos autores de todas as áreas.
Que deixarão de ser autores de livros para serem pensadores ao vento…,deixando as ideias trafegarem por onde há interesse.
E ganhando por produzi-las, ao vivo e a cores, para cada público.
É isso,
valeu a visita, estou ainda te aguardando no Twitter.;)
Já sou sua seguidora no twitter desde a primeira aula. 😉
Mas sinceramente, ainda não me “habituei” a ferramenta. Entro lá, vejo seus posts e de mais um ou dois que sigo e só. Não twittei nada, nem tenho seguidores, nem divulguei que tenho. Ainda me pergunto: “mas vou falar o que e pra quem?”
Ainda sou 1, 25:0 Nepô! 😉
É uma rede…rápida.
Estou mais antenado e coletando coisas, mas o risco de virar vício é grande, há que se policiar.
Bom, então, twitte para ver.;)
abraços,
Nepô.
Fala Nepo
Vc por acaso tocou em um ponto que é mto debatido entre os fãs de música.
É realmente interessante que o fã escolha as músicas de um show ?
Essa atitude nao acabaria de vez com o “fator surpresa”, elemento este totalmente ligado à escassez ?
Os fãs, em sua maioria, gostam das mesmas músicas.Já pensou se um artista usa praticamente o mesmo set list sempre ? Até mesmos os fãs poderiam se cansar de ir aos shows, considerando que as emoçoes seriam as mesmas….
Essa decisao deve ser tomada com absoluto cuidado.O KISS fez isso e obteve absoluto sucesso.Mas artisticamente estavam mortos.Algumas bandas grandes tb ja fizeram isso, porem nao existia mais a diferenca entre eles e um cantor de churrascaria.
Um banda no auge criativo pode se dar ao luxo de decidir o que vai tocar e de nao repetir seu repertorio por nenhuma noite sequer.
Ja vi experiencias de sucesso nos USA, onde logo após o show, o fã poderia comprar o cd com a gravacao do espetaculo.No outro dia, em outra cidade, o fã poderia fazer a mesma coisa, com a certeza de receber um produto com o repertorio diferente (escassez)
No blog do semanario ingles NME a coisa pegou fogo rss
http://www.nme.com/blog/index.php?blog=58&p=6806&more=1&c=1
Pedro, eu acredito que só vai dar certo o que não puder ser copiado, baixado e empacotado na rede.
Se é o usuário que escolhe as músicas, acredito que os sucessos maiores virão, não?
O que não vai poder haver é repetição, pois isso tem no Youtube.
O fenômeno do humor no Rio, com cenas improvisadas, os 15 minutos do Marcelo Adnet apontam nessa direção.
Mas está em aberto.
O que ser quer, a meu ver, é o novo só para mim, diferente, agora. Isso tem valor, o resto, fica-se em casa na frente da tela.
Concordas?
Nepô, valeu a visita.