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Na rede, vemos que nem todo o usuário tem um blog.

Nem todo usuário comenta em blogs.

Nem todo usuário se expressa em rede.

E podemos nos perguntar: será que todos nós nascemos blogueiros?

O princípio de Pareto, segundo o Wikipedia, diz o seguinte:

A Lei de Pareto (também conhecido como princípio 80-20), afirma que para muitos fenômenos, 80% das consequências advém de 20% das causas. A lei foi sugerida por Joseph M. Juran, que deu o nome em honra ao economista italiano Vilfredo Pareto.

  • Ou seja, em uma lista de discusão 20% são ativos, outros 80% menos.
  • Em uma sala de aula, idem.
  • No Congresso Nacional, etc….

Na verdade, esse princípio é uma faca de dois legumes, pois tanto pode ser um fator de opressão como de emancipação.

Acredito que os 20% que se colocam na frente têm características pessoais e necessidades, mais desinibição,  falta de vergonha que os demais, mas não são sempre os mais capacitados para ver o todo, ou por falar pelos restante.

Quem sempre fala, nem sempre vê.

E quem vê, muitas vezes pouco fala.

  • Quem é conservador, por natureza, acredita piamente na fotografia revelada, estática, dos 80%-20%, sem mudanças e sem percepção de que não é um sobre o outro, mas duas formas de se chegar a um dado equilíbrio;
  • Os que querem emancipação, sempre estimulam a participação dos 80%, como é o caso de Paulo Freire, Boal e tantos outros que apostam sempre na força de quem hoje está calado.

Quem não tem um blog hoje pode vir a ter.

Quem não comenta, pode vir a comentar.

Quem não se expressa, pode vir a comentar.

Sempre algo com a possibilidade de estimular e enriquecer o 80-20% e não o contrario!

Tenho procurado em sala de aula, mais e mais, estimular sempre os mais tímidos a se posicionarem, trazendo-os para o debate.

E os resultados são muito interessantes, pois às vezes falam uma vez, mas de forma profunda, mudando o cenário geral.

Ao implantar projetos colaborativos em empresas, por exemplo, é de se esperar que alguns tenham blogs ativos, outros comentem nestes blogs, outros fiquem nas sombras, mas tagueiem, votem em enquetes, etc, em diferentes níveis de ação que nem sempre representam a visão do todo, mas apenas da parte que se expressa.

Projetos vitoriosos, suspeito, serão aqueles que compreenderem a força também dos 80%, ouvindo-os e abrindo mais e mais espaço para que participem mais e mais, não se deixando levar – algumas vezes pelo barulho – dos 20% falantes.

Que dizes?

12 Responses to “Todos somos blogueiros?”

  1. Luiz Ramos disse:

    Ser ou não ser…!!
    Vivo a me questionar sobre eu participar dos 20% com um bom conteúdo (auto-estima para o alto!!).
    Por que nem sempre me visitam, nem comentam minhas postagens?!
    Seus ditados (“Quem sempre fala, nem sempre vê. E quem vê, muitas vezes pouco fala”), porém, deixam uma ponta de esperança e eu sigo blogando.
    Certamente, ouvir os 80% ocultos na web e saber dialogar com eles é a grande saida para o blogueiro ávido de leitores e realização.
    Acredito que todos somos blogueiros, como todos sempre temos sido leitores de livros e mídia em geral impressos: nem sempre assíduos leitores, mas abertos a uma boa campanha de motivação pela qual adquirimos até volumosas enciclopédias!.

    Luiz Ramos

  2. cnepomuceno disse:

    Luiz,

    todos somos potencialmente blogueiros, concordo.

    Cada um com seu espaço, nem que seja silencioso, em diálogo interno consigo.

    O importante é tentar ampliar o espaço do silêncio para a mensagem.

    É isso,

    abraços,
    valeu a visita, Nepô.

  3. Zen disse:

    TheOne,

    Concordo. E até acredito na Lei de Pareto, de tantas vezes ve-la funcionando no meu trabalho de informática. Nessa altura existe outro fenómeno que complica (e até atrapalha) a nossa ação possível… é o paradoxo de escolha.

    As vezes, temos tantas escolhas que ficamos confundidos e até paralisados diante das opçòes decisivas ao nosso redor.

    Eis uma palestra de professor Barry Schwartz (The Paradox of Choice… patrocinada por Google) em que ele explora a opressão de possibilidades.

    http://video.google.com/videoplay?docid=6127548813950043200&hl=en

    É longa a palestra e espero que consiga entender o inglês bem-humorado dele.

    Sim…faço parte dos 20%, mas depende das minhas opções pendentes.

    Zen

  4. Nepô, muito interessante essa coisa de impulsionar os tímidos e calados. Como falante e intrometido, me senti sufocado, como poucas vezes, numa sala de aula e, acredite, gostei. Trata-se de desoprimir o oprimido e para isso oprimir o “desoprimido”. Numa aula o tempo é limitado, é preciso ceder o espaço. Você provoca os tímidos, imagine como ficam os falantes. Exercitei muito o ouvir. Na Internet o papo é diferente… petabytes estão sobrando… aguardando os caracteres, a voz (adorei o Gengibre), os vídeos… não existe disputa pelo tempo. Há “tempo” e espaço para todos. Todo tímido deveria pensar em ter um blog: expressar-se… colaborar… compartilhar… por aqui os falantes não ocupam todo o espaço!

  5. Pedro disse:

    Falando em blogs, outros serviços identicos ao twitter estão
    pipocando na rede

    http://www.wired.com/epicenter/2009/08/twitpocalypse

    Bela Reportagem

  6. cnepomuceno disse:

    Zen, gostei do vídeo, tks.
    Rafael, é verdade a rede é aberta e vai no seu blog quem quer. Já em outros espaços, como listas, salas de aula, etc, é bom procurar o equilíbrio.
    Pedro, outra grande dica, já Twittei.

    Valeu a visita!
    N.

  7. André HP disse:

    Você está considerando pressupostos prescindíveis Nepô.

    “Quem sempre fala, nem sempre vê.
    E quem vê, muitas vezes pouco fala.”

    Acho que está intrínseco o impulso de expressão quando precisa-se dela. Quando não precisa veicular nada, há outros motivos que impelem os indivíduos, como o ego.

    No entanto, só se informa se a informação vale algo. É o princípio de pauta jornalistico.

    Não precisa-se que os 80% fale. Talvez seja o 80% que não vê. Se vê, e precisa-se, fala-se. Axiomático.

    Forte Abraço!

  8. R. Ramos disse:

    Não posso afirmar com certeza se todos somos blogueiros, mas acredito que boa parte do mundo é.
    E também existe essa coisa de potencialidade, se hoje eu não sou, amanhã posso ser…
    Enfim, sou um desses tímidos inveterados, e pensar em falar ou expor minhas idéias já me da calafrios. Mas depois da sua aula em que fomos apresentados formalmente aos blogs, percebi que essa é mais uma ferramenta de comunicação, e que as pessoas estão utilizando dela para absolutamente tudo, desde trocas de informações relevantes até… Deus sabe o que!
    Acabo de ler por acaso uma matéria que saiu no g1 com o titulo “Segredos de anônimos transformam internet em confessionário virtual” É isso aí, existe espaço até para os tímidos, também vale apena dar uma verificada na matéria que acaba de sair pela revista Veja.
    Abr.

  9. Solange Mazzaroto disse:

    Nepô, eis aqui a minha primeira postagem num blog. Após a sua aula no MBKM, fiquei pensando muito sobre todas as discussões que tivemos, sobre como a sociedade está evoluindo e, principalmente, como nós também evoluímos, sem muitas vezes nos darmos conta disso. Estamos imergidos em uma engrenagem de compromissos, rotinas e procedimentos, e muitas vezes acabamos não olhando para as coisas que nos cercam.
    Vejo o quanto é necessário pararmos e olharmos ao nosso redor e, da mesma forma, também é necessário olharmos para nós mesmos, pois a mudança só é notada quando ela já aconteceu. É de grande importância nos questionarmos sempre sobre o quê estamos fazendo, ou seja, o que estamos fazendo com o nosso tempo, e como estamos fazendo, como estamos usando este tempo.
    A partir da sua aula, me dei conta de que não estou inserida no ambiente 2.0 e comecei a me preocupar, pois senti a impressão de estar ficando para trás. Eu também concordo com você que todos nós somos blogueiros, muitos até não sabem disso, como eu não sabia! Mas olhando um pouco para o passado, me dei conta de que já fazia blogs na adolescência, aliás quem é que nunca teve ou que nunca respondeu a um “caderninho de enquete”, onde eram escritas várias perguntas, uma por página, nos mais variados assuntos, desde informações e gostos pessoais (como nome, idade, cor favorita, cantor favorito, etc) até informações sobre a opinião de cada um acerca de uma determinada questão em evidência na época. Além deste, também havia o chamado “caderno de recordações”, todo colorido, alguns até com fotos, no qual você pedia para que seus amigos lhe deixassem uma mensagem.
    Esses eram os blogs de alguns anos atrás e, com certeza, posso afirmar que já fui uma blogueira, que já circulei meus caderninhos pelo bairro e pela escola toda, que já escrevi em muitos caderninhos também, o que preciso fazer é voltar a pegar o jeito e mudar as ferramentas!

  10. cnepomuceno disse:

    Solange, o caderninho de recordações, poderíamos dizer, que era um auto-blog. Havia a latência de dialogar consigo mesmo e talvez passar algumas coisas para outras pessoas.

    A Internet está esperando pela sua voz. 😉

    abraços,

    Nepô.

  11. […] Talvez, isso explique de outra maneira a lógica de Pareto, dos 80/20, já discutido aqui no blog. […]

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