Nós somos um meio, não um fim – Nilton Bonder – da minha coleção de frases.
A web tem uma possibilidade clara.
Recolocar na vida o encontro humano, através de uma nova tecnologia.
Fomos separados pela:
- Globalização;
- Metropolização;
- “Engarrafação”;
- Midiatização;
- etc…
Nos viciamos nas nossas cavernas.
Nos viciamos em sermos consumidores passivos.
Perdemos contato com o vizinho.
A web nos possibilita (veja bem o verbo) a fuga desse Matrix, através do reencontro.
- Com pessoas conhecidas, mas perdidas – turmas do passado;
- Com pessoas novas, nunca conhecidas – através de interesses em comum;
- Com vizinhos – através de problemas comuns.
Ou seja, procurar implantar projetos colaborativos é rediscutir o encontro.
É dar, de novo, voz, cor, para quem não as vê mais.
O problema que essa palavra encontro não é dada, estabelecida, de pronto na rede.
Ela é conquistada, pois a rede tem suas armadilhas.
(E como as têm!)
- Ao acreditarmos que o encontro se dá como mágica;
- Ao acharmos que o encontro virtual e anônimo é encontro e não desencontro;
Por querermos transformar a Web em uma mídia de massa personalizada, coisificando as pessoas que encontramos nela.
O movimento da web para a vida. E da vida para a Web é o elemento fundamental para que os encontros se desneurotizem em rede e fora dela.
Há gente que quer se auto-escanear e viver do mundo virtual por ele mesmo.
Até passeatas imaginamos ser possível nesse mundo mágico!
Querer a colaboração e implantar projetos 2.0 é basicamente um ato de reencontro entre pessoas.
Ora on-line, ora off-line, sem máquinas.
E a medida de sucesso é o estreitamento dos laços mais e mais entre os participantes.
A web deve ser usada para o encontro, descoisificação humana.
O resto é mídia de massa, ou desencontro.
Cuidado para não dar veneno, achando que é remédio!
Concordas?
Ainda há muita gente que critica a web – ainda haverá por muito tempo. Não adianta. Cabeças antiquadas, pertencentes a pessoas que não fazem o menor esforço para compreender em que mundo estão vivendo, não irão jamais entender que tanta tecnologia possa ser usada para unir pessoas. Muita gente se acostumou com a ideia de que máquinas, computadores e afins eram/seriam os algozes dos seres humanos, que isto tudo ia destruir as relações entre as pessoas.
Ledo engano. É tudo uma questão de se saber usar a ferramenta, de se saber dar um uso eficiente, diferenciado, útil. Como a velha história da faca, objeto tão necessário para se comer um bife, mas que pode ser usado para matar. A diferença está em quem usa, não no que é usado.
Até hoje, a web não me trouxe qualquer prejuízo. Muito pelo contrário. Estreitei relações existentes, criei outras novas, muitas delas com todo o jeito de que vão durar anos. Encontrei pessoas fantásticas, multipliquei experiências, ampliei meu conhecimento, recebi propostas de trabalho, fui parar em uma pós graduação, conheci profissionais (como um tal Nepomuceno…) incríveis e ainda encontrei uma pessoa fantástica que está me fazendo muito feliz.
Dá para eu dizer que a web me coisificou, me distanciou dos outros? Não, né?
Queria escrever aqui um bom comentário, pois adorei essa postagem. Lendo, no entanto, o comentário da Patrícia Haddad, faço minhas as palavras dela. Não é necessário acrescentar nada. Concordo com ela em gênero, número e grau.
Um abraço!
Infelizmente já tive muitos “reencontros” virtuais que não se materializaram (nem mesmo como uma interação online mais profunda). De fato, foi como se não tivessem acontecido, no final das contas. Ter um monte de amigos de infância dispersos pelo mundo como amigos no Orkut, não é exatamente como chamá-lo para uma boa conversa, relembrar as histórias antigas que nos marcaram e começar a vivenciar novas histórias com uma experiência mais intensa, como em um encontro real.
Tenho alguns amigos que conheci na rede e com os quais já produzi histórias de vida mais do que com muitos amigos geograficamente próximos a mim, mas somente mantive novas produções com aqueles que vim a conhecer pessoalmente e que mantenho encontros.
A tecnologia é a via, as pessoas não o destino!
A rede facilita, ajuda, aproxima, afasta, influencia, informa, enfim, a rede é vida por que é feita de pessoas!
Pat, concordo 100%.
Tati, Vinicius e Papai do Nicolas,
grato pela visita e comentários.
Diria ainda que a rede é potencialmente um espaço de encontro. Mas para que ele se dê depende basicamente das pessoas.
é isso,
Nepô.
Texto perfeito, comentário perfeito da Patrícia. Para mim, só resta menear a cabeça afirmativamente.
Rafael, grato pela visita!