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Se tudo mundo, nada muda…

Falei esta frase no evento Manhãs Digitais.

A Patricia Haddad gostou, colocou no blog dela.

Depois fiquei pensando que a frase é meio sem nexo sem um contexto.

Marcação no que não muda.

Marcação no que não muda.

 

 

 

Na verdade, tenta expressar o seguinte, se tudo muda, por que eu vou me preocupar tanto?

Hoje, como tudo está bem movimentado, achamos que tudo está se alterando rapidamente, sem saber exatamente o que se mexe e o que permanece, de certa forma, constante.

Ou seja:

“É tanta coisa e tão absurda que é melhor ficar aqui parado que depois  eu vou na onda”.

Mais do que motivar, desmobiliza.

Mas, na verdade, se formos ver direitinho, tem coisas que estão mudando e outras não.

Quando eu jogava basquete na escola, um professor sempre me disse que para marcar um jogador, que não estava com a bola, era preciso olhar para o umbigo dele.

Sim, pois as pernas e os braços vivem em movimento e são fáceis de criar uma certa ilusão do movimento e facilita dar a finta no marcador.

 

Cuidado com o drible!

Cuidado com o drible!

Mas o umbigo, por ser o centro do corpo, é muito mais díficil de se mover numa velocidade rápida, o que nos dá uma melhor vantagem para acompanhar o adversário.

O que muda e o que não muda nos tempos da Internet?

As tecnologias de informação e comunicação mudam e atraem o mundo para sua lógica. Vide o papo do sapo no post anterior;

O que não muda?

A necessidade do humano de comer, se vestir, de sobreviver, de criar, de precisar da informação e da comunicação para gerar e obter conhecimento como forma de sobreviver na terra.

Vejam um pouco de teoria no post baseado na pirâmide de Maslow.

Assim, se os meios mudam, as nossas necessidades, não.

Sempre vamos precisar ver atendidas as nossas demadas e, para isso, vamos inventar as coisas mais loucas, desde que nos coloquem em um patamar mais inteligente do que o anterior.

O umbigo que temos que marcar é essa nossa constância.

As pernas e os braços é o que se alteram para atender a esses “buracos”.

Muita gente olha para as pernas e os braços e é facilmente fintado.

Quer um exemplo?

O Second Life.

Qual é a necessidade do ser humano que o Second Life vem resolver no nosso dia-a-dia?

A mesma da do chat: uma galera  que fica, geralmente de noite, trocando impressões, amores, sonhos e desejos.

É algo restrito que gera um movimento, mas nunca se expandiu para toda a sociedade, apesar de ter casado e descasado muita gente. 😉 O motivo é simples: as pessoas, que não querem saber mais de ter hora ou lugar marcado,  são ali obrigadas a fazer o contrário, estar presentes.

A ferramenta chat, sem dúvida, tem sua utilidade, como a idéia do virtual em 3D também, mas como algo que será utilizado aqui e ali.

O Second Life, um chat em 3D, ficará ali no mesmo espaço restrito ocupado pelos bate papos, já que a idéia de que vamos obter informação em um mundo 3D é completamente improdutiva por exigir a presença em determinada data ou lugar marcado.

Se aplicará bem para informações que exijam especificadamente uma interação em 3D para gerar relevância, em caso contrário, é perda de tempo e a sabedoria humana rapidamente dispensa.

(No mundo da comunicação sempre vamos optar pelo que funciona, pois a ação de comunicar e se informar é a que mais fazemos da hora que acordamos até dormirmos, pode contar. Qualquer perda de tempo é considerado um verdadeiro desperdício.)

É preciso, assim, ao olhar para uma nova tecnologia perguntarmo-nos como elas vão ajudar a nossa espécie nos informar e comunicar melhor.

Se vem nessa direção, é algo que prospera, atende e se propaga.

Se é algo secundário, vai ter seu público, mas nada que mereca atenção e investimento de todos, como se propagou no Second Life com muita gente sendo fintada pelo movimento das pernas e braços dos avatares.

No meio de tantas mudanças, tenho optado a seguir meu professor de basquete: olho para a necessidade humana que quer cada vez mais e sempre relevância do ambiente de conhecimento da vez e não paro de olhar para ela, com medo ser driblado.

Que dizes?

2 Responses to “É bom marcar o umbigo….”

  1. Laerte disse:

    que dizes? que conheci seu blog hoje, pela manhã, e já são 20:30hs e não consigo parar de ler tanta coisa interessante. Penso que vc deve ter alguma influência religiosa, como Machluan, rss. Mas, eu não estou atrás de algum xamã, não se preocupe. Estou fascinado com suas idéias fundamentadas em conhecimentos científicos. Li seu currículo.
    Muito bom, parabéns e obrigado por compartilhar suas idéias.

  2. cnepomuceno disse:

    Laerte, bem vindo….

    Venha sempre e comente.

    Apesar de seus elogios, que meu lego agradece, não eu, pois eu sou escravo dele ;), o blog carece de almas que arrastem correntes .)

    abraços,

    Nepô.

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