Versão 1.0 – 07/07/13
De maneira geral, em minhas aulas os meus alunos vêm assisti-las para melhorar a sua vida profissional e procurar aplicações dos aprendizados no modelo produtivo de sua organização.
Constato que a maioria não tem projetos de vida, mas projetos profissionais para garantir a sobrevivência, que, por uma questão de pouca reflexão, confundimos com projeto de vida.
E há que se fazer uma diferença.
- Um projeto profissional de sobrevivência – é aquele que nossa espécie é obrigada a percorrer para criar uma independência financeira de outras pessoas. É válido, mas não precisa ser o fim em si mesmo;
- Um projeto de vida – é aquele que nossa espécie necessariamente NÃO é obrigada a percorrer, mas é a que nos pode dar uma vida mais plena e significativa. E pode significar deixarmos algo melhor para quem vem depois – reduzindo um pouco o vazio existencial que todos sentimentos e sempre sentiremos.
O ideal – e talvez seja essa a busca humana – é aliar o projeto de sobrevivência ao de vida mais significativa. O problema que um acaba separado do outro, muitas vezes pelo de vida não existir – e acabamos levando uma vida profissional alienada e sem conceito.
Nesse momento estamos sem uma filosofia, sem um norte, sem um conceito fundamental para definir as nossas escolhas e o dia-a-dia do nosso trabalho. Somos reativos e não proativos. Fatores externos como nosso chefe, o chefe do chefe, o salário, nossos avós, meu pai que nunca isso ou aquilo e vamos enchendo nossa mala de desculpas para fugir da responsabilidade de ser.
Mas o que seria o projeto mais significativo?
Existem variantes e não quero aqui estabelecer regras, pois existem diferentes temperamentos, situações, contextos, porém no que tenho refletido sobre o tema acredito que um projeto significativo é conseguir aumentar as taxas de alinhamento da sua melhor capacidade de servir a dado um problema relevante na sociedade que reduz sofrimento de outras pessoas.
Isso necessariamente pode ser feito no seu trabalho de hoje, de agora, pois todo serviço deve gerar valor para alguém, um determinado cliente, que se for melhor atendido, independente a sua insatisfação ou problemas como o seu chefe terá o seu sofrimento reduzido.
Ou seja, não é algo do outro mundo em outro planeta, mas no aqui e no agora.
Assim, a prática de servir para reduzir sofrimento não precisa esperar o paraíso, mas pode esbarrar nos limites da organização em que você trabalha que pode ser uma geradora de sofrimento ou simplesmente uma ignoradora do sofrimento alheio.
E, obviamente, podem haver lugares ou funções, ou mesmo a criação da sua própria empresa, organização não governamental, em que você poderá aumentar a sua taxa de servir para reduzir sofrimento, o que te levará a uma vida ainda mais significativa, desde que haja um equilíbrio nesse processo com a capacidade de continuar gerando recursos para sobreviver – e isso é algo que vai exigir sabedoria (note que aqui neste link eu faço a distinção entre impotência e onipotência na escolha do problema significativo.)
E aí estabelece-se um conceito, uma filosofia de vida.
Tudo que eu farei, no curto, médio e longo prazo será balizado pela melhoria da percepção e aprimoramento da visão do problema relevante escolhido e como ele pode ser melhor minimizado a cada fase do processo.
É como se fosse um teleférico que fica acima de todas as intempéries, autoridades, no qual eu procuro olhar nos momentos de dúvida.
As escolhas passam a ser conceituais, pois há que se avaliar o ganho financeiro e mais o seu papel como redutor de sofrimento. Não é um ou outro, mas a tentativa de um e outro.
E a prática que se estabelece é de aprendizado contínuo para ver como você pode aprimorar a sua atividade para compreender melhor o problema e atuar sobre ele.
Tal escolha define muito a questão do consumo da informação e conhecimento para exercer essa função, que falarei em outro post.
[…] Em busca de uma vida mais significativa […]