Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida – Sandra Carey – da coleção;
Estamos numa sinuca de bico histórica.
Estamos todos em bloco saindo juntos de um ambiente de produção de conhecimento fechado para um aberto, como abordei nestes dois posts (aqui e aqui).
No presente, temos o início da construção de ambientes de conhecimento abertos, no qual as ideias circulam, mas não temos nem cognição nem afeto para administrar essa novidade.
Não aprendemos por diletantismo.
Ou a maioria das pessoas não o faz.
Aprendemos, conhecemos, nos informamos, na maioria dos casos, para exercer um papel social, o que não se resume só na profissão.
Um cidadão precisa de um conhecimento adequado para ser eficaz.
Demais, ele perde o contato com a ecologia informacional/produtiva que o cerca, de menos, idem.
Assim, somos frutos dessas necessidades de conhecimento que vão nos levando a conhecer também aquilo que é fundamental e o que é superfluo.
Nesse processo, temos alguns inimigos.
O que vem de fora:
Os abusos intelectuais – aquelas pessoas que querem invalidar o seu conhecimento, pois apontam algo que vem de fora de sua ecologia. Dizem que para se afirmar qualquer coisa é preciso saber isso e aquilo, o que não é necessariamente real, pois cada um tem um papel de produzir e influenciar a sua ecologia informacional particular. Cada um, por mais que esteja caminhando, sabe mais do que outros e pode ajudar na rede do conhecimento. Ou seja, é um passando para o outro o que sabe tendo um papel na rede geral, o que não pode ser menosprezado;
Os apelos de consumismo – que aparecem de livros, revistas, links, etc, que você TÊM que consumir, mesmo que não tenha parâmetros com o conhecimento adequado da sua vida. Perde-se aqui o referencial de nossa vida.
Os que vem de dentro:
A falta de auto-conhecimento – que te leva a fraquejar diante dos abusos e dos apelos de consumismo, fruto da baixo estima, do não conhecimento da sua vida, de como você reage à diversas situações, a compulsão mal administrada, ao medo da rejeição, à dificuldade de lidar com abusos de autoridades, etc.
O conhecimento adequado é uma procura relacional com a sua vida, com o que você lida e com a superação de problemas que você vai percebendo que exigem mais conhecimento.
Ou seja, conhece bem aquele que consegue dar respostas adequadas para o que vai acontecendo na sua vida.
Ponto.
Quem se esconde no conhecimento, lê muito além do que precisa, pode acabar se distanciando dos problemas reais e deixa de ter um conhecimento adequado, pois se perde, transformando o meio (conhecer) no fim em si mesmo.
Ou o que não quer saber de conhecer, que acaba se atolando nos mesmos problemas, não sai do lugar e acaba por criar uma ogeriza ao novo.
O conhecimento adequado é o que te harmoniza com o meio que está vivendo, ele deve ter a curiosidade de ir adiante, mas sem ter a pretensão de ir além do necessário.
Como saber a medida?
Aplicaria o mantra da serenidade:
Serenidade para aceitar o que não posso modificar,
coragem para o que posso
e sabedoria para perceber a diferença.
Que dizes?