- O argumento da força é empregado, quando não há mais força dos argumentos – Alberto Carlos de Almeida – da minha coleção de frases;
Esta semana, falamos do jogo de luz e sombra, mas vamos aprofundar isso.
Qualquer sociedade vive entre esse jogo da luz e a sombra.
As relações, inclusive, casamento, amizades, grupos, etc…
E o poder, principalmente, seja ele qual for, vai tentar colocar suas virtudes na luz e seus defeitos na sombra.
E vai tentar controlar os meios de comunicação que têm disponíveis para fazer essa peripécia, esse jogo de falar uma coisa para o mundo e fazer outra nos bastidores.
Esse é o jogo do poder.
Manter a sombra no seu devido lugar.
Quanto mais controle tiver sobre estes meios, mais sombra poderemos ter.
E vice-versa.
Uma democracia procura garantir a liberdade, justamente para fazer com que a sociedade não fique no escuro e possa agir para consertar desvios.
Por isso, o espaço de denúncias, colocar na luz o que está na sombra, é tão importante, pois conseguimos modificar o que é preciso, num dado espaço de tempo.
Quanto mais dinâmica for dada sociedade, mais rápido será o ajuste necessário.
Reduz-se, assim, desperdícios e aumenta-se a inovação social.
Mas isso envolver poder.
E interesses.
A passagem de uma Era cognitiva para outra marca justamente essa mudança básica no mundo.
Luz e sombra.
Estamos saindo de uma sociedade, baseada em uma Era Cognitiva da Escrita, que estabeleceu um jogo de luz e sombra específico e manteve um equilíbrio nessa rede de verdades e mentiras aceitas por todos.
Toda a sociedade, leis, modelos, procedimentos, regras são baseadas na Era passada, na qual a sombra era muito maior do que é hoje.
Quando se joga na luz o que estava na sombra, a versão perde a força para o fato.
É preciso inventar uma nova forma de emitir as versões oficiais para que volte de novo a existir confiança nela, a base de uma sociedade que não usa a força, mas argumentos.
E hoje o espaço para a sombra está bem menor.
E é esta a mudança radical no poder que estamos passando nestes últimos anos, iniciando para valer, a partir de 2004, quando a rede se populariza e as pessoas passam dominar suas ferramentas.
As organizações não conseguem mais trabalhar com a sombra pela qual estavam acostumadas e exerciam o seu poder de venda de seus produtos (e obviamente ideias e conceitos).
Quando menos esperam alguém mete uma lanterna com uma câmera de celular, transmitindo, quase ao vivo pelo Youtube, com alcance mundial.
Dependendo do video, ganha a massa e a grande mídia, por consequência.
O mundo está mudando, pois o espaço da sombra mudou.
E, por isso, a maneira de exercer o poder também precisa mudar.
Nessa aba, vem o discurso da ética, da sustentabilidade, da colaboração, da co-criação, não por vontade própria, mas pelo novo ambiente criado por mais luz.
É um novo espaço democrático direto, via rede, que atinge todos os países e organizações. Ou seja, é preciso mais luz para convencer as mesmas pessoas, que ficavam antes em mais sombra.
Tão difícil isso.
Mas o desafio está dado.
Não achas?
Poder é imagem. É muito parecido com a Fotografia, que eu tanto aprecio.
Imagem é Poder. É muito parecido com o Poder, sobre o qual eu tenho minhas reticências.
A imagem sempre foi o ponto central do Poder e da representação pictórica. Desde a Pré-história, nas paredes das cavernas e na figura do líder.
Porém, mesmo com a nova rede de comunicação, não tenho visto mudanças nas normas e discursos dos atores no campo do Poder e da imagem, das luzes e das sombras.
Abraços.
Luiz Ramos
Luiz, concordo:
imagem = poder
Mas acredito que novas fontes de imagens
estão o tempo todo aparecendo na rede.
O que cria multiplicidade de imagens, o que é bom…
Concordas?