Sustentar-se no consenso geral é precário porque significa abdicar da própria opinião – Gustavo Bernardo, da minha coleção.
É comum quando proponho para alguém abrir um blog, responderen:
“Eu não, não quero estar exposto ao mundo”.
De fato, publicar na Web significa poder estar, potencialmente, virtualmente, disponível para quem quiser lê-lo.
Mas do potencial para o real vai um universo com direito a buraco negro no meio.
O excesso de informação criou uma nova lógica.
- Antes, era difícil publicar e o pouco que saía, recebia grande atenção.
- Hoje, é fácil publicar, mas o difícil é ser lido.
Na minha labuta blogueira, posso dizer que existem alguns “anéis” de círculos de leitores:
- uma minoria talvez não mais do que 20 abnegados, que realmente acompanham meu blog. Leem quase todos os dias, comentam.
Note que eu tenho uns 500 seguidores no Twitter e apenas 5% clicam quando eu aviso de um novo post. Ou seja, ter muitos seguidores é teoricamente bom em termos de marketing, mas, na prática, é um número que não corresponde a uma realidade importante. Muita gente está lá te seguindo por te seguir. Alguns selecionando o que ler, de fato. E outros seguindo tanta gente que fica impossivel ter relevância.
Pergunta-se: quantos seguidos uma pessoa é realmente capaz de seguir?
Veja o retorno que tive com minhas últimas Twittadas, levando-se em conta cerca de 500 seguidores, pela ordem, 8, 25, 34, 29, 41, já que envio sempre pelo TR.im, que me dá essa estatística:
- identifico ainda uma roda maior que diria que não passa de uns 99 leitores, que vêm com uma certa regularidade, talvez semanalmente, quinzenalmente, ou me colocam em algum leitor de Reader. Ou seja, estão comigo, mesmo que eu não os chame para a roda;
- outro pessoal, uns 200 que vêm quando eu os estimulo, através do e-mail, via mala direta, ver mais detalhes abaixo;
- por fim, um outro círculo que vem, a partir de um determinado input, a partir de determinado post indicado por alguém e vai embora.
Nos maiores picos do meu blog cheguei a uns 600 leitores diários.
Quando?
Quando envio para a minha mala direta de mais de 7 mil assinantes, aqueles que me acompanhavam antes do blog, nas minhas colunas em jornais diversos, on-line e off-line.
E ai soma-se tudo:
seguidores assíduos + eventuais sem estímulo + os que vem pelo e-mail estimulados + os pingados = o público do meu blog.
Assim, publicar, com certeza, não é se expor ao mundo.
Longe disso.
É, de fato, estar potenciamentel “recuperável” ao mundo, via Google, via links, via indicação.
Mas, de fato, é compartilhar para valer com um grupo muito, muito, muito restrito de amigos/colegas/interessados no seu tema, que transitam em torno de seu projeto.
(O interessante que muitos deles nem comentam. Vou começar depois uma campanha sobre isso.)
É viver, na prática, o conceito da pequena grande cauda longa.
Somos muitos no planeta, vários interesses e atividades, com vários nichos.
E em torno deles que devemos procurar o reconhecimento.
É uma meta importante a ser alcançada: um bom blog de nicho com gente realmente interessada.
Estes números acima tendem a crescer?
Sim, realmente a curva do blog tem apontado para isso, mas que vai chegar a um determinado ponto que ele vai se estabilizar dentro de uma comunidade, desde que o blogueiro sempre esteja em atividade e seja criativo.
Minha meta é essa.
Pouca gente realmente interessada.
Mudei até a maneira de titular meus posts. Antes, eram muito chamativos e começou a chegar um pessoal meio fora do que eu gostaria.
Hoje, é tudo mais light, títulos mais abstratos, étereos, justamente para filtrar.
E não meço o tamanho dos posts, lê quem quer, no espaço que acho que consigo desenvolver minhas idéias.
É para manter o perfil que quero no espaço.
Quem quer quantidade, acaba não tendo qualidade.
Vai da missão de cada um no planeta.
Veja a estatística do meu blog, desde que foi criado:
Portanto, estar na Web, ser seguido, compartilhar é um processo, a meu ver, que deve vir de dentro da necessidade de cada , exercício permanente de reflexão, para fora, atingindo as pessoas que delas se beneficiarão de alguma maneira.
Esse pequeno espaço, que pode se alargar, ou não, com o tempo, deve ser um espaço de qualidade e de diálogo interno do blogueiro com ele mesmo e externo com seus “pares e impares”.
É melhor bons leitores e focados, com os quais você é sincero com você o tempo todo, do que mudar a maneira que você posta, twitta, age só para aumentar um número completamente fake, superficial, sem sentido de seguidores.
Você cresce, mas ao mesmo tempo desaparece, ficando igual a mídia, perdendo-se da missão inicial.
Uma visitante me perguntou, aliás, qual é o seu público-alvo?
Não tenho.
Tenho tema-alvo, o que atrai o público que está naquele foco, diferente de um canal de mídia, que tem que dar retorno de propaganda e marketing.
Por fim, veja que tem gente que me segue que tem tantos seguidores quanto seguidos!
Como essa pessoa vai realmente me acompanhar?
Acho que tranformar tudo na rede em uma disputa de números é mais uma forma de nos coisificarmos.
O importante é cada um na sua, focado nas suas necessidades subjetivas e acompanhado e acompanhando aqueles que estão realmente e subjetivamente na mesma viagem.
Isso é fogo, energia, vida.
O resto é fumaça!
Eu leio, gosto e comento. 🙂
Eu leio, gosto, mas raramente comento 😀
Leio e gosto muito.
Estou na categoria dos que lêem quando são provocados por seus NEPÔTS.
Quero saber se posso reproduzir, free, seus comentários a artigos, com todo o crédito para seu site/nome, em um jornal de bairro que estou começando aqui em São Paulo.
Parabénsl. Obrigado.
Abc
José Carlos
Eu sou do time dos que vêm quando são provocados! Não me falta interesse, me falta disciplina para acompanhar com mais frequência. O doutorado me afastou da net e ainda não consegui retornar como era antes, ando desplugada!
Mas você continua ótimo e precursor.
Beijo,
Simone
Pessoal, pela ordem:
Roberto e José, grato!
José Carlos, sem problemas, os feeds foram feitos para isso, me mande apenas o link para eu acompanhar tb.
Simone, valeu a visita. Sorte no doutorado, precisamos combinar almoço,
Nepô,
Venho sempre aqui, é como um grande lago onde posso velejar. Abraço. Ligia
Ligia,
que o vento esteja sempre soprando..;)
abraços,
grato pela visita.