Tática (<grego taktiké ou téchne = arte de manobrar [tropas]) é qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir a meta desejada num empreendimento qualquer.
Estratégia ( <grego stratègós de stratos, “exército”, e “ago”, “liderança” ou “comando” tendo significado inicialmente “a arte do general”. A estratégia começa com uma visão de futuro para a empresa e implica na definição clara de seu campo de atuação, na habilidade de previsão de possíveis reações às ações empreendidas e no direcionamento que a levará ao crescimento. A definição de objetivos, em si, não implica em uma estratégia. Os objetivos representam os fins que a empresa está tentando alcançar, enquanto a estratégia é o meio para alcançar esses fins.
Fechei ontem com a turma MBKM 18 o módulo sobre Centros e Redes de Excelência, feitos nos dias 16, 18, 23 e 25 de março de 2009, no curso de MBA de Gestão de Conhecimento do Crie/Coppe.
Depois de intensas discussões que, na verdade, duraram oito aulas em dois módulos – conhecimento em rede e redes e centros de excelência – fiquei a pensar sobre a questão das táticas e estratégias para implantar projetos 2.0 nas organizações, a partir das questões levantadas pelos alunos.
É certo, quem está conduzindo o processo de Empresa 2.0 (ou o nome que venha a ser chamado) tem que saber exatamente para qual ilha estamos navegando
O mundo colaborativo já está aí na rua para quem quiser ver.
O que nos leva a pensar e agir em dois momentos distintos:
- Definição de macro-estratégia geral para as empresas na área de informação e conhecimento, envolvendo, com certeza, o alto escalão que tem que ter uma visão clara do cenário.
( O problema que a maioria das empresas não tem estratégia informacional. E quando tem dificilmente a incorpora como fator fundamental à estratégia mais geral da organização, ficando sempre algo periférico, mas que acaba tendo repercussões inesperadas e imprevistas de grande impacto, com desperdício de recursos por falta de planejamento – leiam Davenport em “Ecologia Informacional” – ou Choo em “A Organização do Conhecimento”.)
- Definição de táticas para se chegar ao rumo traçado.
Na estratégia, antes de tudo, é preciso ter clareza da lógica do processo – de onde estamos partindo e para onde vamos, a partir do cenário concebido.
É o meu objetivo principal mostrar do alto de uma montanha para apontar uma GRANDE mudança de ambientes informacionais de uma sociedade baseada no papel, na mídia de massa e no computador isolado para outra conectada mundialmente em rede colaborativa, na qual as organizações vão se moldar ao novo ambiente cultural-informacional.
Essa visão geral é fundamental para definir a macro-estratégia informacional das organizações (um dos itens fundamentais para o futuro e sobrevivência da mesma).
Sem ela, até se pode chegar ao final com resultados, pois cada vez mais ficará claro o caminho, com muitas táticas vistas e revistas.
O problema apenas é o custo. Se perderá, assim, sem planejamento, muito mais tempo e dinheiro.
Minhas aulas e wikishops visam permitir aos participantes esse olhar mais amplo possível sobre estes fenômenos.
As táticas, entretanto, do dia-a-dia vão se alterar, a partir da realidade de cada ambiente.
Elas não estão, é verdade, suficientemente claras, pois é tudo ainda novo e está começando.
Vemos aqui e ali experiências colaborativas corporativas ainda tímidas.
Já percebemos, entretanto, que os projetos 2.0 terão nomes distintos, mas a visão geral é parecida: estamos saindo de empresas feudais, baseadas em caixas (departamentos) rígidas para outras mais horizontais que precisam de oxigênio informacional para troca e dinamismo.
Como isso vai se dar no detalhe?
Aí se define táticas.
Veja que o HSBC optou por focar essa mudança para Empresa 2.0, a partir do projeto de renovação da Intranet. Estão migrando de uma Intranet antiga para uma nova e, intuitivamente, migrando para um ambiente colaborativo mais próximo da Web que vemos em todo o lugar ainda fora das empresas.
Em cada situação pode-se ter espaços diferentes dependendo da cultura e da co-relação de forças internas.
O projeto pode-se chamar do nome que você quiser, pouco importa:
Gestão do Conhecimento 2.0, Gestão da Informação 2.0, Empresa 2.0, Intranet 2.0….
A tática depende de circunstâncias, mas a estratégia, não.
Os responsáveis pela mudança podem navegar por onde for mais fácil, mas não podem perder a visão do todo, pois se não conseguir sempre olhar para o horizonte, pode perder vento e tempo.
Acredito até, e tenho dito isso em sala de aula, que estamos precisando de mais conceitos.
Tenho recomendado para os estrategistas informacionais – que passam pelos meus encontros e palestras – que procurem com carinho mestrados e doutorados para fortalecer e solidificar a lógica das coisas com autores menos ao sabor dos ventos do mercado.
Os de mercado são melhores para as táticas, que devem ser aliados aos conceituais gerais, estratégicos.
Esse diálogo é rico e interesssante.
Nem um, nem outro, ambos.
A tática exige mais dado e informação.
A estratégia envolve mais conhecimento e, por que não, sabedoria.
É isso.
Que dizes?
Nepo,
Queria dizer que foi um imenso prazer contar com a sua presença e principalmente idéias nesses oito encontros.
Pena que nos últimos não pude realmente estar presente.
Lendo seus três ultimos posts pude me dar conta que temos que ter equilíbrio, conceitos e visão para traçarmos o futuro da gestão informacional e para isso precisaremos nos repensar, inventar, analisar.
Adorei a forma como você colocou o processo de auto-análise. Acho que nada tem a ver como uma visão de um viajandão no incenso. Acho que essa imagem vem das pessoas mal resolvidas mas que compreendem como funciona o sistema e aprendem como viver nele e reprimem os que não se adaptam e repensam para criar algo novo e feliz.
Espero poder usar o trabalho para uma ponte para o futuro projeto.
Estarei em busca do meu mestrado pois acredito que existe muito para ser feito.
Obrigada pela sua luz.
Bjs,
Alessandra
Valeu Alessandra, foi bom também contar com a sua inquietação…no que puder apoiar, conte comigo,
abraços
Nepomuceno.
Nepô,
Acredito na analogia com a montanha, mas só destaco que sozinho, lá do alto, também não podemos fazer muita coisa, pois o nível de isolamento e introspecção é alto.
Concordo muito quando prega o diálogo do acadêmico com o mercado. É fundamental para diminuirmos estas distanciamentos tão letais (em muitas circustâncias) para a nossa sociedade.
Obrigado pelas dicas, te acompanho por aqui e nos esbarraemos muito ainda, assim espero.
Abraços,
Rodrigo,
a subida na montanha é um SPA e não para comprar uma casa..;)
Subir, olhar, fixar no fundo da mente e descer.
O problema é que se não subir, quando a onda é grande, não conseguimos ver a sua dimensão.
Valeu a visita,
estamos juntos,
abraços
Nepomuceno
[…] você não escolheu, escolheram para você e, sem saber, diante dela você anda tomando as decisões táticas, sem nenhuma noção de uma estratégia de longo […]
[…] você não escolheu, escolheram para você e, sem saber, diante dela você anda tomando as decisões táticas, sem nenhuma noção de uma estratégia de longo […]
[…] Se você não optou por nenhuma, ledo engano, escolheram uma para você e que você, sem refletir muito adota, e toma decisões táticas. […]
[…] Qualquer escapada longe dessa direção, é tática, sem estratégia. […]