Estamos discutindo o que é conhecimento com a turma.
Esta, confesso, é a aula mais difícil que dou.
Pensar o conhecimento é pensar o ser humano.
Quando alguém na turma diz: o conhecimento é algo concreto.
O conhecimento é um substantivo.
Ou seja, temos algo imexível dentro de nossa cabeça.
Nós passamos a substantivo e a coisa concreta, a coisas.
Ser, no fundo, é estar.
Viver é relação conosco, com o mundo e com os outros.
Em processo, de quem está vivo.
E em zumbido, de quem está repetindo.
Zumbido de zumbi? Talvez.
Por que estas questões se encaixam em um curso de pós de estratégia de marketing digital?
Vou ensinar o que para o pessoal?
A fazer algo que ninguém sabe?
A construir um mundo que não tem contornos?
A chegar lá e falar da minha experiência com Internet, quando todo dia eu mudo o que eu penso?
O importante é abrir a cabeça para que se possa criar.
Vivemos um momento de ruptura e precisamos de gente com mente aberta.
Não para apertar botões, mas para inventar os novos botões.
Dado, informação e conhecimento é uma relação com nossa memória, dos antepassados e dos contemporâneos.
Por mais que nos aprofundemos nesse mar cognitivo não teremos saída, se não aliarmos tudo isso à sabedoria de saber viver e de ajudar aos outros a sair do atoleiro.
Imagino estes alunos criando um mundo novo.
Sonho?
Deixo isso com eles…
É isso…
Um pedaço da aula filmado pelo Vinicius.
Boa noite!
Grato à turma.
Nepo, só podemos responder isso de uma forma .. refletindo sobre essa informação que nos foi passada e sintetizando isso para podermos construir um mundo melhor! (esse final ficou meio cliche, mas é nisso que acredito)
Temos que fazer a diferença! Temos que nos reinventar!
Dá pra aumentar de 7 pra 14 aulas não??? rs
Legal Enrico, essa ideia de nos reconstruirmos é o caminho de sairmos do zumbido (zumbido) para existirmos. Concordas?
É conflitante. Acho que conflito é a palavra para sintetizar o resultado do que foi discutido em sala de aula.
Na desconstrução do conceito de conhecimento foi onde isso mais me impactou… A ligeira impressão de que estávamos abandonando um conhecimento adquirido (o conceito sobre conhecimento), de que havíamos “aprendido errado”, quando na verdade estávamos justamente naquele momento passando a compreender na prática o que é o conhecimento.
Desconstruir para compreender, acho que é bem por aí.
Não há como assimilar tudo de uma vez, nem tenho a mínima pretensão de acreditar que eu vá um dia conseguir isso, mas cada passo tem sido extremamente renovador, “o caminho é o fim, mais que chegar”.
Deixo aqui meus agradecimentos pelos estalos que essas discussões vêm produzindo em minha mente 🙂 Penso que mesmo se fossem 49 aulas, não seriam suficientes. Mas a graça é essa, né? Plantar a semente apenas 🙂
O silêncio sepulcral ao final da aula – em oposição à excitação caótica que aconteceu antes do intervalo – foi a prova de que sua mensagem foi devidamente passada, mestre!
E tenho certeza de que essa turma da pós tem gente boa o suficiente para fazer a diferença.
Vinícius e Raphael,
na verdade, estamos em relação com o mundo e com os conceitos.
Saiu outro dia uma frase que me acompanha:
“Conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles” – Nepô.
O problema é que não temos a noção o quanto somos teleguiados por dogmas.
Vai outra frase, do livro que indiquei ontem:
Pensar pela própria cabeça implica o enfrentamento dos dogmas – Gustavo Bernardo;
O problema é que para enfrentar o mundo novo digital é preciso ver o mundo com os próprios olhos.
O que é difícil.
O “certo” é estar aberto para não deixar nada impedir que se repense sempre..desde que com uma lógica convincente, como disse o Lutero na frente da inquisição:
“Desde que me convençam pela lógica das escrituras de que eu disse estava equivocado, posso mudar, do contrário não posso trair a minha consciência”.
Ou seja, só com argumentos, troca, contato, afeto é possível retrabalhar os dogmas e construir algo novo no lugar.
Fico contente que a aula tenha provocado estas questões.
Volto a dizer, para mim, é aula mais difícil.
Na quinta, amanhã, entraremos agora na estratégia pessoal de cada um e a sua repercussão individual no mundo digital.
Primeiro, mudar cada um para depois poder sugerir algo aos outros, o que será o tema da penúltima aula.
É isso, bola para frente,
Nepô.
Grato pela visita.
Claro que concordo Mestre! E na verdade estou aprendendo e vou continuar aprendendo isso contigo, até que possa dar sequência sozinho nessa história.
Como o Crespo disse, sua mensagem foi passada!
No contexto do assunto a frase seria: “Sua informação foi processada por nós, contestada, questionada, e reconstruída de forma individual!”
Muito obrigado mais uma vez!
Também acredito que esta seja a aula mais difícil. Acho que até calei-me mais que o normal para refletir. Definitivamente o mais importante não é a definição, o conceito… mas sim o processo de raciocínio sobre a maneira como estamos consumindo informação, se é no intuito do saber ou se estamos consumindo indiscriminadamente sem um propósito maior.
Abraço!
Enrico e Rafael, sim, mais e mais, acredito que o como é mais importante. Vejam a discussão sobre compulsão informacional, e os comentários que ajudam um pouco nessa direção.
http://nepo.com.br/2009/09/30/compulsao-informacional/
Aquele post foi meio influenciado pela aula,
abraços,
Nepô.
Professor, conforme a dívida e o prometido, eis o resumo que fiz da aula 4:
Na aula do dia 29 de setembro tivemos uma ampla discussão sobre o que é conhecimento, com a turma sendo dividida em grupos, propondo conceitos e discutindo com o objetivo de encontrar uma resposta. Porém, foi unanimidade a ideia de que para profissionais de Marketing Digital é fundamental ter conhecimento sobre o processo que estamos vivendo, apesar de se verificar que este conhecimento é objeto que exige atualização constante. Além disso, esses profissionais necessitam de informações e de dados sobre o processo.
Ou seja, conhecimento não é apenas um substantivo, mas também pode ser encarado como um verbo, com a licença da língua portuguesa, tão rigorosa em seus conceitos. Isso porque conhecimento está sempre em evolução. Ele se atualiza sempre no momento presente. Portanto, o conhecimento é um processo que precisa estar sempre em evolução.
Dessa maneira, conseguimos verificar na aula que o conhecimento não é capaz de mudar o mundo, uma vez que é um processo em evolução. Isso pode ser comprovado pelo fato de estarmos vivenciando um processo de revolução tecnológica e social, que mesmo assim, não nos garante a possibilidade de viver uma revolução humana. Haja vista, por exemplo, o nosso Congresso.
Um exemplo sobre o que é preciso saber para se tornar um profissional de Marketing Digital coerente com o sucesso e, não apenas isso, uma pessoa melhor, foi dado pelo professor ao expor uma explicação em áudio. Nela ele explica o que é dado, informação, conhecimento e sabedoria.
No exemplo existe um pingo de chuva, caindo em nossa cabeça, e este é apenas um dado. Até aí nada, pois isso pode ser sinal de chuva, ar-condicionado mal instalado, etc. Daí olhamos para o céu e verificamos nuvens e raios. Ou seja, entra aí a informação, ou seja, sabemos que vai chover. O conhecimento é a terceira etapa deste processo. De posse do dado e da informação, sabemos que com a chuva vamos nos molhar. Isso é mo nosso conhecimento sobre o processo. Por fim, o mais importante de tudo, a sabedoria. Ela que vai nos permitir saber como agir diante daquele quadro.
Sem querer invadir a aula anterior, no processo atual de revolução tecnológica e social, temos vários dados e informações. Precisamos ter o conhecimento de onde isso vai parar e a sabedoria de entender o que fazer com isso tudo. Ou seja, como o próprio professor disse, entender a lógica da coisa, pois, do contrário, é melhor nem entrar nela.
Nepô, é impossível sair da sua aula sem enxergar o mundo e as relações sob uma outra ótica. Buscando um entendimento sobre o que foi debatido na sala dia 29/09 tentei ir as causas para compreender os seus efeito. Sinto-me, de verdade, um escultor, um construtor de mim mesmo, o que faz com que eu reveja e refaça a minha forma a todo instante. Penso que cheguei ao mundo como um ser em construção, não física, mas mental. Sou fruto do meio, que é a inculcação, as crenças, os hábitos, os costumes, a cultura de um modo geral, positiva e negativamente avaliando. Preciso romper com estas crenças e trocar o crer pelo saber (isso eu busquei na ciência Logosófica). As crenças representam o “piloto automático”, o fazer assim porque sempre foi assim, é o não questionar, é o acatar cegamente e não fugir aos padrões, é fazer como todos fazem. Isso explica bem esta sociedade de consumo, o status que representa ter um tênis nike, um carro A ou B, nunca se buscou a lógica. Esta nova era exige este rompimento com o convencional, com as tradições, requer novos meios e novos discursos, compartilhados, baseados em lógica e mais práticos. O modelo atual está fadado ao fracasso. A velocidade com que as coisas acontecem hoje não permitem mais a postergação, o deixar pra fazer amanhã. Penso que esta mudança vai do individual para o coletivo, mas com base na verdade e na confiança. Espero assistir e, principalemtne, atuar neste no cenário.
Abraço
Eduardo e Rodrigo, grato pela colaboração.
O que acho que fica é uma reflexão sobre a relação nossa com o que chamamos de piloto automático, olhá-lo de forta. E perceber que o conjunto dos pensamentos é algo histórico, que vem de outros pensadores do passado.
Os melhores a serem seguidos tb são os que já morreram que, infelizmente, não estão no Twitter.
Vamos adelante,
abraços
Nepô.
Nepô,
provavelmente, esta foi a aula mais desgastante que tivemos. 🙂
Até então, eu definiria o conhecimento como uma “cola” que conecta tudo que aprendemos e lembramos. E quanto mais conexões criamos, mais difícil é esquecer e mais fácil construir novos links. Piaget demais, sei bem. Pensamos e construímos o conhecimento como um hipertexto (e eu que nunca tinha feito o caminho inverso!), não é? Mas agora não sei! Sei apenas que é um dos pilares fundamentais para a vida de um ser humano saudável. Se hoje caminhamos por cidades, para o bem ou para o mal, é porque tivemos várias formas de adquirir e repassar o que e como aprendemos.
Será o conhecimento um verbo e um substantivo? Ainda não consigo responder objetivamente. Talvez seja uma rara palavra no dicionário português brasileiro que tenha talento para ser alemã.
Um abraço e até a próxima!