Este é o décimo primeiro texto sobre o Livro “Abundância“, de Diamandis e Kotler na Oitava temporada das Leituras Compartilhadas, o primeiro livro que será analisado em 2019.
Tenho analisado aqui que há um equívoco dos autores do livro em analisar a Era Digital como Fenômeno Social Único, uma característica, aliás, da Escola de Pensamento Digital Americano.
Não são eles – os autores do livro – que pensam assim de forma isolada, mas a maioria dos autores, principalmente os americanos, que têm influenciado bastante todo o mundo e o Brasil.
Sugiro a todos os seguidores da Escola, que leiam o livro Cibercultura do Pierre Lévy e depois o meu Administração 3.0 para perceber a diferença entre as duas formas de pensar.
Sugiro a todos os seguidores da Escola, que leiam o livro Cibercultura do Pierre Lévy e depois o meu Administração 3.0 para perceber a diferença entre as duas formas de pensar.
Nós acreditamos que a Era Digital é Fenômeno Social Recorrente e eles Fenômeno Social Único.
E, por causa disso, podemos criar algo como a Antropologia Cognitiva uma das Ciências Emergentes necessárias para compreender melhor a Era Digital.
A Antropologia Cognitiva promove o mergulho comparativo histórico de todas as mudanças de mídia, desde a chegada dos gestos, passando pela oralidade, escrita, escrita manuscrita e agora o digital.
No livro, os autores influenciados pelos limites de pensar a Era Digital como Fenômeno Social Único falam de momento extraordinário, como algo mágico, já falamos disso aqui, sobre Otimismo Mágico.
Porém, o que podemos alinhar com os autores é o seguinte.
Sim, existe um momento especial, isso é inegável, o que há de divergência que ISSO SEMPRE ACONTECE em fases posteriores às Revoluções Midiáticas Civilizacionais.
O que temos, na verdade, é esse tipo de Abundância Informacional, que nos lega Ciclos Virtuosos Sociais, Políticos e Econômicos.
O que temos nestes momento de passagem entre o pré Revolução Midiática Civilizacional e o pós, é, claramente, a migração de um Ciclo de Escassez de Informação para um de Abundância de Informação.
Porém, se analisarmos o passado tais ciclos provocam, na sequência, Aumentos Demográficos, Novas Demandas Quantitativas e Qualitativas e, por fim, até o momento, um novo Ciclo de Escassez de Informação, pela centralização das Mídias.
Assim, a ideia de época extraordinário e abundância econômica permanente é mágica. Carece de sustentação histórica. É de baixa reflexão e pouco científica.
O livro, como é característica geral da Escola de Pensamento Digital Americano, não pondera as diferentes Essências das Tecnologias.
Toda a tecnologia, ao chegar na sociedade, tem o mesmo efeito, como se uma mudança na área médica, ou de transporte teria o mesmo impacto do que uma mudança genética ou como lidamos com a comunicação e informação.
Há um erro, portanto, na opção feita em diversas Encruzilhadas Filosóficas e Teóricas, o que vai nos distanciando de praticar um Futurismo mais eficaz.