As organizações perderam a capacidade de “futurologar”. Estamos saindo de um mundo do bang-big cognitivo e indo para o do big-bang.
Ou seja, a expansão das ideias nos leva à mudança radical do modelo de governança.
Me parece que esse é o diagnóstico principal que qualquer estrategista deve fazer sobre o futuro.
E isso nos remete a teoria dos futurólogos ao fazer seus cálculos, que, a meu ver, se faz assim:
- Quais são as forças principais que movem a sociedade?
- Como elas atuam?
- Qual a relação entre elas hoje e provavelmente amanhã?
O problema é que temos um erro de avaliação das tecnologias neste cálculo.
Somos uma tecno-espécie;
- Nossa tecno-espécie muda quando nossas órteses (tecnologias) mudam;
- Especialmente quando tecnologias cognitivas se alteram;
- As tecnologias cognitivas concentradoras consolidam a governança da espécie criada anteriormente;
-  As tecnologias cognitivas descentralizadoras abrem espaço para a criação da nova governança da espécie futura.
O problema que temos hoje é que nosso paradigma teórico-filosófico nos leva a dar uma nota muito baixa ao poder das tecnologias.
Achamos que nossa espécie é uma espécie e não uma tecno-espécie.
Enquanto tecno espécie, nos adaptamos e mudamos, conforme as órteses que nos cercam, principalmente as que expandem nosso cérebro (o epicentro de tudo).
O mosquito que morde hoje a sociedade é a massificação de uma tecnologia cognitiva descentralizadora, ou reintermediadora que provoca um bing-bang cognitivo e nos leva a migrar para uma nova espécie, que pede uma nova governança, mais compatÃvel com a atual complexidade demográfica.
Cálculos de futuro e estratégias que não levem esse mosquito em conta, vão chamar tudo de virose e não terão os remédios adequados para controlar a “doença”.
Este deve ser o eixo estratégico das organizações para o futuro, a locomotiva principal, o resto é vagão.
É isso, que dizes?