O futuro é de Marte (mais transparente, desintermediado, meritocrático e com muito mais poder ao consumidor) e é para lá que eu vou (sugiro que você vá também).
Versão 1.0 – 21 de julho de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
Baixei para o meu Galaxy II neste último fim de semana o aplicativo do TaxiBeat.
E fui para uma festa no sábado da seguinte maneira:
1- abri o aplicativo, instalei e me cadastrei no site;
2- depois, pareceu uma lista de motoristas, na qual estavam detalhados na tela uma lista de taxistas, com os seguintes pormenores:
a) distância da minha casa;
b) qual o carro e o que oferecia (quantos lugares? Ar condicionado? Televisão? Wi-fi?? Que idiomas fala?);
c) qual era a avaliação dos outros passageiros de cada motoristas (via estrelas);
Pois bem, cliquei no Valdeci, 5 estrelas, uma avaliação feita, num Meriva, o sistema me disse pelo GPS:
a) que ele estava em Ipanema e vi todo o trajeto que fez de lá para minha casa;
b) quando estava chegando pertinho, descemos todos para pegar o táxi;
c) informei que tinha entrado, avisei que tinha saído e depois dei 5 estrelas para ele, tanto o carro como o motorista foram show;
d) por cada corrida, o Valdeci paga R$ 2,00. Ele me disse: “para mim, está ótimo, pois não gosto de cooperativa e aqui só pago o que realmente faturo”.
O TaxiBeat – que é um projeto global que começou na Grécia – é o modelo das organizações do futuro e nos mostra por que é tão difícil (diria impossível) que as organizações atuais migrem para o mundo 2.0, pois é uma cultura completamente diferente.
A filosofia de gestão 2.0 do TaxiBeat é igual a do Mercado Livre e Estante Virtual.
Vamos aos detalhes:
Desintermediação:
Ao oferecer pelo celular a lista dos motoristas, o TaxiBeat está desitermediando a cooperativa;
Está desintermediando também a operadora, que fica no telefone, da cooperativa;
Ou seja, se há algum favorecimento escuso, isso termina, pois quem escolhe o carro é o passageiro.
Não há um intermediário entre o passageiro e o motorista, a não ser a plataforma. Pode-se manipular a plataforma? Até se pode, mas é algo muito mais complicado e difícil.
Meritocracia:
O motorista é avaliado pelos passageiros, coisa que o modelo das cooperativas atuais não permite. Assim, melhorar o serviço, ter carros confortáveis, bem mantidos, ser atencioso, não dar voltas desnecessárias passa a ser um critério para estar “bem na fita”. Quantas vezes um carro de uma cooperativa conhecida está ruim e você é obrigado a aceitar?
Transparência:
O GPS permite que se saiba, de fato, onde o motorista está, não valendo dizer que está perto, quando se está do outro lado da cidade. Mostra também, passo a passo, o que ele está fazendo, se estava “tripulado” na chamada, foi deixar alguém e depois veio te pegar;
Ainda permite que se escolha o táxi mais perto de onde você está economizando tempo de espera.
Empreendedores + capital de risco:
Como dizia Schumpeter o capitalismo só avança quando há um ambiente em que o casamento do empreendedor com o capital seja possível.
O TaxiBeat é fruto disso.
Veja um trecho do release:
Fundada há um ano e meio na Europa, a Taxibeat Ltda. é uma empresa de tecnologia que desenvolveu um aplicativo destinado ao serviço de mobilidade urbana. Recebeu capital inicial da Openfund, um Fundo de Investimentos de Risco que investe em pequenas promissoras empresas de tecnologia no sudeste da Europa. Em novembro de 2011, alavancou uma nova leva recursos de “Investidores Anjo” e iniciou seu plano de expansão global. Além do Brasil, a empresa também possui sedes em países como França, Noruega e Romênia.
O que chamo a atenção dos implantadores de redes sociais de plantão é de que nunca, ou dificilmente uma iniciativa destas viria de uma cooperativa de táxi, pois algo assim é contrário a seus interesses, digamos.
Uma experiência dessas vai contra os hábitos, tanto dos cooperativados, que também têm a sua parcela de perda de vantagens (ficam muito mais expostos à meritocracia), como dos diretores da cooperativa (que cobram um fixo mensal) – hoje, aqui no Rio, em torno de R$ 360,00 reais por mês, estando ou não o taxista operacional.
Assim, a ideia de que uma falsa “rede social” das cooperativas, colocando Twitter e Facebook vão levá-los ao mundo 2.0 é falsa.
Não vai se chegar a esse novo modelo utilizando as redes sociais como um projeto de comunicação vertical melhorado, pois estamos entrando em outro mundo, no qual, caixa alta:
A GESTÃO É FEITA DE FORMA DIFERENTE!
Como dizem os papas de inovação e das mudanças, as novas ideias, paradigmas, propostas de mudança radical vem de fora do ambiente para dentro e não de dentro para fora.
O TaxiBeat ainda tem alguns problemas, de dois tipos:
a) temporal – ainda tem pouca adesão de motoristas, na hora de voltar da festa meia noite não tinha mais “Beat-motoristas” circulando. Por que? Um taxista 2.0 tem que ter um celular conectado à rede com ambientes Androide ou Iphone. Isso é questão de tempo, pois vai se baratear, tanto a conexão, como aparelhos;
b) ajustes técnicos – há problemas no cadastro, que ainda não é tão simples, pelo menos no Androide do Galaxy IIs da Samsung e na hora de qualificar o motorista, já que a tela de enviar fica escondida pelo teclado, não aceita o simples “enter”.
Independente isso, que é detalhe dentro do contexto geral, o case do TaxiBeat, disponível ainda apenas para o Rio de Janeiro, já está do outro lado do muro 2.0, com o paradigma/filosofia adequada para o que virá:
Transparência, desintermediação, meritocracia, poder de escolha na mão do usuário. mobilidade, geolocalização, usuário ajudando outro usuário.
É para lá que estamos indo….e é para lá que você tem que direcionar seus projetos 2.0.
Quem não acordou ainda, sugiro se aprofundar no case.
É isso, que dizes?
-> Veja o demo do serviço no Youtube.
Este artigo desdobrou em uma matéria comigo como passageiro no BomDia Brasil, veja aqui:
Apps para celular – incluindo Táxi
Entrevista Bom Dia Brasil sobre aplicativos para táxi (agosto 2012):
Fiz contato com o André de Oliveira que me narrou a experiência de um blog totalmente dedicado para taxistas, achei legal e fiz uma entrevista com ele, o que complementa esse assunto:
1) O que te motivou a escrever o blog?
A necessidade de falar, de transmitir uma ideologia, alcançar os meus colegas de profissão, tendo em vista que é muito difícil aglomerar taxistas.
2) Você disse que “, posso contabilizar 300 mil acessos”…os taxistas acessam a internet?
Sim, até mais que eu pensava, já houve dia de alcançarmos 8.000 acessos, lançamos este blog dia 15/09/2011.
3) Como Vê a iniciativa do taxibeat que desintermedia as cooperativas?
Não só a taxibeat como outras empresas estão entrando no mercado, o perfil dos empreendedores são jovens e talentosos, mas com pouca ou nenhuma experiência com cooperativas de táxis. Este serviço vai muito além de apenas interligar as duas partes, aqui no Rio de Janeiro tem haver com a segurança do motorista, tem cooperativas que só trabalham com clientes previamente cadastrados que envie cópia de RG por exemplo a Ouro táxi que em 20 anos nunca teve um motorista assaltado por seus clientes.
Os taxistas ainda vêem com um pouco desconfiança este tipo de serviço, ainda mais se a mulher dele puder encontra lo, ou a amante então? xiii!
A iniciativa é muito boa, temos que pagar para ver, com certeza vão morder uma fatia do mercado de usuários particulares, mas as empresas ainda vão levar um tempo até aceitar esta inovação e é lá que estão as melhores corridas.
4) Como acredita que os taxistas podem usar a rede para realizar essa desintermediação?
Estamos usando a pouco tempo, precisamos de mais conteúdos, estou terminando um projeto e vou começar a por em prática nos próximos meses uma espécie de portal, onde vou oferecer links úteis de como fazer as suas vistorias( IPEM, SMTR, DETRAN, GNV) explicando como preencher os campos de informação, agendar, preparar um check list. Hoje o taxista paga cerca de R$ 15,00 só para emitir uma guia de recolhimento de imposto sindical por que não sabe usar o site da CAIXA.
5) A idéia de uma desintermediação é atraente, mas sempre vamos ter slguém no topo, com a rede o que teremos é uma maior vulnerabilidade de quem estará no topo da cadeia, não dependemos tanto de uma rede Globo da vida, podemos criar nosso próprio meio, ir mudando, é um jogo.
www.taxinforme.blogspot.com
André de Oliveira
Maravilha, Nepô!
Como sempre, você foi preciso na sua análise e captou perfeitamente a essência da Taxibeat. Acreditamos de fato que, em pouco tempo, isso trará um benefício enorme ao serviço de táxi no Brasil.
Já estamos trabalhando nos ajustes dos problemas técnicos que vc citou. Continue experimentando o app e fique à vontade para apontá-los quando quiser. Isso é fundamental para o aperfeiçoamento do nosso serviço.
Grande abraço.
muito intelligente. finalmente eu posso escolher o taxista que eu quero
Sandro, parabéns pela iniciativa, torço que os problemas sejam logo superados e que mais taxistas entrem no projeto…forte abraço, Nepô.
Amei esse aplicativo. Acho muito legal e com certeza vamos usá-lo, questioná-lo, criticarmos, elogiarmos e etc.
Opa, legal. mas tenho medo de não pegar taxis de cooperativa, por isso uso o resolveai, que funciona muito bem
Armando, entendo que para os taxistas usarem o aplicativo da taxibeat não é só baixar. Tem que haver um cadastro de informações, placas, documentação… Essa é uma estrutura muito mais segura do que simplesmente ligar pra uma cooperativa e receber um taxista aleatório que sequer sabemos quem é.
E ainda tem o fato de o aplicativo permitir classificar e deixar comentários sobre os taxistas.
[…] distantes e analisar o que nelas pode haver de filosofia adaptável ao seu caso, como é o caso que falei aqui do TaxiBeat. Deve-se olhar para a filosofia emergente e não para as […]
Pessoal,
não conheço o resolve aí, pois não tem aplicativo para Androide, até o momento. Acredito que o mercado é vasto e terá espaço para todos. Mas acho fundamental o estímulo à metitocracia. Se o passageiro puder avaliar o taxista, seja ele de cooperativa, ou não, está resolvido o problema de segurança, pois é assim hoje já na estante virtual e mercado livre, com resultados para lá de satisfatórios.
Nepô.
[…] Temos que criar uma carteira de inovação, dentro dela, espaços de transformação já com a filosofia 2.0, veja mais aqui, no exemplo simples do TaxiBeat. […]
Nepô, você já usou o EasyTaxi?
Há para Android, em breve para iOs.
É bacana o Taxi Beat.
Paulo Silva taxista do Rio de Janeiro.
http://www.taxiinrio.com.br
paulorfsilva@gmail.com
Twitter: @taxidorj
Tim +55 21 8603 8605
Vivo +55 21 9658 7924
[…] Isso vale tanto para o início, que é gente se articulando a distância, ou um empreendimento que se articula localmente com a proposta de articulação de pessoas (que não podiam antes fazê-lo) a distância (ver exemplo do TaxiBeat.) […]
[…] tive contato mais diretamente com três: TaxiBeat (do qual já detalhei mais), Resolveaí e Safer […]
[…] o Táxibeat que reintermedia as cooperativas de táxi, via […]
Meu nome é Antonio Sérgio da Silva,sou taxista à trinta e um anos, destes, vinte e oito seguramente dentro das melhores cooperativas do Rio de Janeiro, tanto de amarelinho como dos especiais (aeroportos), hoje trabalho em ponto de taxi do fundâo na porta da faculdade de letras. Embora esteja fora de cooperativa por motivos diversos, acho que encontrei na taxibeat o que sempre imaginei. Uma cooperativa virtual que funciona(precisando de ajustes),se não vejamos: Nâo tenho que pagar pela estrutura de uma cooperativa, pois pago apenas pelas corridas que faço,o fato do passageiro avaliar o meu serviço individualmente é o justo, pois dentro de cooperativa sou avaliado como parte dela e sempre estou sujeito a pagar pelos erros dos outros,por fim através TAXIBEAT, tive a oportunidade de conversar com o mestre e ter absorvido um pouco das suas convicções, FUTURO 2-0.
Antônio, muito bom nossos papos no carro….e bom você ter vindo aqui compartilhar, viu que saiu uma matéria no Dia? Segue o link: http://odia.ig.com.br/portal/rio/a-cidade-na-palma-da-m%C3%A3o-1.493847
Grato pela visita
[…] topologia hegemônica, na qual a colaboração desse tipo era uma exceção e não a regra. O Taxibeat quando estabelece a colaboração entre passageiros para avaliar os motoristas está propondo […]
[…] topologia hegemônica, na qual a colaboração desse tipo era uma exceção e não a regra. O Taxibeat quando estabelece a colaboração entre passageiros para avaliar os motoristas está propondo […]