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Futebol 1.0

No Brasil, futebol é ciência séria; o resto, é esporte – Nepô;

Existe coisas no Brasil que ainda são ditadura pura, sem gelo.

Não mudaram.

As federações de futebol e muitas de trabalhadores foram criadas nessa sombra.

São eleitas por federações estaduais, que não representam os representantes de seus estados.

No Rio, por exemplo, votam mais de 50 clubes, quando apenas quatro praticamente têm torcidas expressivas.

Ou seja, elege-se um presidente, a partir de critérios sombrios.

Que, por sua vez, elegem o presidente da CBF pelos mesmo viés.

Que, como parece óbvio, por diversos interesses não explícitos toma decisões, tal como escolher o técnico da seleção.

E nesta escolha define a maneira que o time vai atuar.

  • Um Parreira, com sua arrogância, escolhe seu time, a partir de critérios técnicos e comerciais;
  • Um Dunga, com a arrogância idem, escolhe outro, idem, idem.

Não há um critério definido, uma discussão sobre conceitos e princípios que deveriam nortear a seleção brasileira, que a meu ver deveriam ser:

  • – propiciar uma aproximação afetiva entre a torcida brasileira e os jogadores;

(Nunca na história desse país, eu vi o Rio de Janeiro tão descolorido durante uma Copa, com tantas ruas tradicionais sem bandeiras.)

  • – a representação em cada Copa do que há de melhor na nossa maneira de jogar, criatividade, dribles, etc, com um técnico que expresse e aponte nessa direção, tenha esse compromisso.

Na Copa atual vê-se claramente uma seleção que não tem relação afetiva com a torcida. E não representa a maneira do Brasil jogar.

Muitos dirão: o importante é ganhar!

Sim, já foi, mas com tantos títulos, o Brasil pode se dar ao luxo de defender um conceito, uma ideia de futebol, contra o mar de negociata que se transformou este esporte.

(Talvez, a Alemanha com jogadores que jogam no seu próprio país, seja a única, até aqui, que traz um conceito para a Copa, no mar de mesmice.)

Antes de jogar pedra no Dunga, que a meu ver é um inocente útil, devemos questionar a ditadura da CBF, a sua falta de princípios, que já dura várias copas e a sua representatividade de executar uma tarefa que mexe tanto com o país.

Somos alienados para tudo, até naquilo que mais amamos, que é o futebol.

É hora de acabar com mais esse resquício de ditadura, entre tantos outros!

Já chega de anos de um futebol para lá de 1.0, na forma e no conteúdo.

Concordam?

12 Responses to “Futebol 1.0”

  1. Marina disse:

    Concordo plenamente! Chega do futebol que dá sono, que não empolga e que não ousa!! O mundo inteiro veste a camisa da seleção brasileira pelo que ela já foi um dia, e não por esse salto alto que se vê por aí.

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Gostei deste texto sobre “A Copa Particular de Dunga“, vai nas mesma linha desse post.

  3. marcos cavalcanti disse:

    Concordo totalmente! Acabei de voltar da França, onde vi o início da copa. A maior decepção deles foi a seleção do Brasil! (Maior que a decepção que tiveram com sua própria seleção). As manchetes dos jornais no dia seguinte ao jogo do Brasil eram: Cadê a magia do futebol??????

    O Brasil sempre foi a seleção que ganhou E jogou com arte!!! Por que o dunga quer nos convencer que temos que escolher entre ganhar e jogar bonito???

    Uma das razões para este distanciamento entre os jogadores e a torcida talvez seja o fato de quase todos, em todas as seleções, vivem longe de seu país, do bairro que nasceu… E não vão voltar para lá depois da copa. Vivem num mundo de faz de conta, nos bairros chiques de Milão, Paris, Londres ou Barcelona. E estes bairros são como os hotéis cinco estrelas onde passam: são todos iguais em qualquer lugar do mundo…

  4. Carlos Nepomuceno disse:

    Pois é…Marcos…

    Mas tudo começa do alto e vem descendo…

    Valeu o comentário!

  5. Benedito F. Oliveira disse:

    Desconfio que o Dunga ou a mesmo CBF nada tenham a ver com isso. A população brasileira talvez esteja mais crescidinha, talvez tenha deixado para trás a idade da infância e procure agora outras motivações para vibrar e se emocionar. Ou talvez não mais reaja tão pavlovianamente aos estímulos do marketing e da propaganda que sempre viram a Copa como o grande momento em que o comércio e a indústria podem tirar a barriga da miséria.
    É também o Mundo 2.0 que se desenha, onde a mensagem unidirecional já não funciona tão bem e o receptor tem filtros mais sofisticados pra tratar as mensagens recebidas.
    Mas ainda é cedo, quem sabe o Brasil chega à final e a antiga chama renasce ?

  6. Benedito F. Oliveira disse:

    Em tempo, Nepomuceno: meu comentário anterior se refere a esse trecho do seu post.
    Abraços.
    “(Nunca na história desse país, eu vi o Rio de Janeiro tão descolorido durante uma Copa, com tantas ruas tradicionais sem bandeiras.)”

  7. Carlos Nepomuceno disse:

    Benedito,

    É…não sei o quanto essa desmotivação pode ser atribuída a uma nova consciência ou a um time que não empolga…

    Valeu a visita,

    abraços

    Nepô.

  8. O problema está em tudo no brasil. Não querendo ser pessimista. Mas percebam: estamos indo mal na educação, na saúde (aliás o Gov do Rio qdo disse que as escolas, segurança pública e hospitais do Rio iriam quebrar por causa da fuga do pré-sal eu me espantei em perceber que ele ainda não sabia que está quebrado há muito tempo. queria mesmo era saber o que estavam fazendo com o dinheiro que estava dando sustentação à segurança, saúde e educação do Rio). Quando falam na televisão que o brasileiro não sabe votar: aqui em Brasília, um amigo se candidatou a distrital, mais de 5000 votos, nem soube que já tinham ocupado a vaga que deveria ser dele. Pergunto: não sabemos votar? A vaga meu irmãozinho, se ninguém sabe, é da legendo, e ainda tem gente ingluente, comunicador de televisão global que vai pras cãmeras e diz que o brasileiro não sabe votar. Os absurdos mais recente foi a elegiilidade de garotinh e Heráclito Fortes, mesmo com o Ficha Limpa. Outro absurdo é: não vai haver intervenção no DF!!! Nossa absurdo isso. tudo bem que sei que tem uma eleição por aí, mas achar que é mais caro intervir do que deixar um monte de ladrão governando, e isso saiu da boca de um ex-presidente do supremo. E a votação foi esmagadora a favor da não intervenção. Fico me perguntando: o que faço com o que aprendi com meu pai, e se eu tivesse filhos, o que diria a eles sobre isso? Nepô, tem muita coisa errada, não só na seleção, a seleção é apenas uma consequencia, mas como twittei hoje, duas coisinhas: tem que convocar jogador brasileiro pra jogar = jogador que joga fora do país, que não adquiriu raça dentro de casa não dá pra jogar só em campeonato mundial. Por último; nosso futebol está recheado de negociatas. Aqui mesmo no meu trabalho o que mais ouvi foi: SE VENDERAM COMO NA COPA ANTERIOR QUE PERDEMOS. Ou seja, há uma cultura nã patriótica permeando o povo brasileiro, tudo é corrupção, tudo ´s negociata.

  9. luis silva disse:

    existe uma história particular atrás desta copa.
    na copa anterior, a midia e a população queixou-se que os jogadores não tinham envolvimento com o jogo [e não tinham mesmo], porque já estavam ricos e gordos.

    na tentativa de melhorar isto, deu-se a Dunga super poderes, para escolher quem bem quisesse.
    o importante era seguir a cartilha de comprometimento com o patriotismo.
    o problema é que isto acabou sendo levado a ferro e fogo, e desta maneira, o técnico só ficou com jogadores que ele conhecia, que seriam fiéis aos seus ditames [ e aqui algo grave : ficaram na seleção os fieis, sabendo ou não jogar bola].

    deu no que deu.

    jogadores mal escolhidos, levaram a escalações improvisadas, e quando um que ainda jogava algo se machucou, não havia banco para reposição.

    no ultimo jogo então, foi pior ainda, pois necessitando de sangue novo para virar o jogo contra a holanda, o tecnico colocou gilberto, um veterano que nem mais corre na lateral, e nem fez a terceira substituição, pois não tinha ninguem qualificado para colocar.

    agora o que se notou mais, foi a total falta de postura e calma do técnico, que acabou sendo transmitida para o time no segundo tempo, levando os jogadores a total desespero, terminando de vez a possibilidade de uma vitoria.

    mas não se preocupem.

    no proximo ano teremos mais, da mesma coisa, com outros nomes.

  10. […] Não vimos o que iríamos enfrentar, principalmente, o treinador (mal) escolhido, como detalhei aqui. […]

  11. […] Nem Maradona, nem Dunga sabiam, me parece, exatamente qual era o fator risco envolvido. Não se viu o que iríamos realmente enfrentar, principalmente, o treinador (mal) escolhido, no caso do Dunga, como detalhei aqui. […]

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