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Introdução
O presente artigo procura questionar algumas percepções, que circulam no senso comum:
- #Tecnorenascimento – não se percebia, até então, que Revoluções de Mídia provocam Tecnorenascimentos Civilizacionais;
- #Tecnorenascimento_Digital – vivemos hoje o início do processo de Tecnorenascimento Digital, quando estaremos construindo novas cosmovisões, religiões e ideologias, a partir da atual Revolução Midiática Digital.
Por fim, é preciso dizer que o presente texto é um Artigo Bimodal Rompedor, pois é a primeira vez que abordamos tais questões dessa maneira.
Vamos ao Artigo.
“Não se pode mudar os frutos sem mudar as raízes.” – Stephen Covey.
Existe uma revisão importante e fundamental para quem deseja entender o futuro: as mídias são a “placa-mãe” da sociedade humana.
Quando mudam as mídias, é preciso proceder uma revisão completa do Sistema Operacional Civilizacional e, por sua vez, de diversos Aplicativos.
Quando analisamos o passado, vamos perceber que já tivemos Tecnorenascimentos Civilizacionais, tais como:
- com a chegada da escrita manuscrita;
- com a chegada do alfabeto grego;
- com a chegada da escrita impressa.
As tecnologias, de maneira geral, abrem novas Tecnopossibilidades para que o Sapiens possa fazer algo que não podia antes.
Note que os criadores de novas tecnologias têm uma noção parcial de tudo que pode ocorrer, a partir das suas invenções.
A chegada e o uso que é feito de cada nova tecnologia são movimentos classificados como de Ordem Espontânea, que vão ocorrendo sem que se possa saber, de forma precisa, os resultados.
E é bom destacar o seguinte:
Em mudanças provocadas pela chegada de novas tecnologias, o uso vem antes da compreensão.
Não se tem a noção exata do que aquela determinada tecnologia influenciará nos hábitos e, por sua consequência, na forma de pensar.
É fundamental entender que o Sapiens não se adapta apenas a um planeta, mas constantemente a um Tecnoplaneta.
Somos o resultado de uma equação: nós, o planeta e o Tecnoplaneta.
Tecnologias criam uma espécie de Gap Conceitual.
Há um Gap Conceitual entre o uso e a explicação do uso.
Precisamos de narrativas que nos situem ao longo do tempo para que possamos viver dentro dos novos Ambientes Tecnológicos.
Porém, as narrativas humanas são progressivas, que vão, no aspecto tecnológico, sendo construídas DEPOIS que as tecnologias surgem.
Nós não criamos narrativas e depois fazemos tecnologias.
Nós criamos tecnologias e, só então, começamos a criar narrativas para nos adaptar a elas.
Tecnologias alteram o Modus Operandi Humano e, por consequência, é necessário alterar também o Modus Pensante.
Uma pessoa ou um grupo, que começa a utilizar a tecnologia, vai mudando determinadas atividades e, só depois, chegam os Conceituadores para tentar explicar as novas ações.
Ninguém age sem que tenha algum tipo de explicação que justifique aquela ação.
Tecnologias, assim, chegam como “copos” (criam ambientes), mas precisam, com o tempo, receber algum “líquidos” (conceituações).
Após a chegada de novas tecnologias, surgem Conceituadores Adequadores, que promovem um Realinhamento Conceitual entre a forma de pensar a sociedade antes e depois de determinada tecnologia.
Temos a classificação de três tipos de tecnologias:
- básicas – que influenciam apenas alguns setores;
- intermediárias – que influenciam todos os setores;
- centrais – que influenciam todos os setores e modificam a forma como o ser humano se relaciona com a informação e o conhecimento.
As Mídias são Tecnologias Centrais, pois nos permitem expandir nossa capacidade de:
- pensar;
- trocar;
- conhecer;
- produzir, armazenar e distribuir conteúdo;
- nos relacionar.
As mídias empoderam nossos cérebros.
Mídias criam, após a sua chegada, o maior Vácuo Tecnocultural na macro-história do Sapiens. E, por sua vez, a demanda por novas Cosmovisões para que possamos criar novas Civilizações.
Tecnorenascimentos Civilizacionais servem, assim, para criar novas formas de pensar para que possamos lidar, de forma mais confortável, com o novo Ambiente Tecnomidiático, que nos permite a criação de um novo Ambiente de Sobrevivência.
Mídias demandam mudanças nas Cosmovisões Civilizacionais, que são as mães das ideologias e das religiões.
E neste momento nos cabe definir algumas regras:
Quanto maiores são as Tecnopossibilidades de cada tecnologia, mais há demanda por novos conceitos.
Quanto maior é o Vácuo Tecnocultural aberto por determinada tecnologia, mais a sociedade fica demandante de uma nova forma de pensar!
Vácuos Tecnoculturais são espaços abertos entre o que NÃO se podia fazer antes e o que se PODE fazer depois da chegada e massificação de determinada tecnologia.
Macros Modelos de Sobrevivência se alteram quando chegam novas mídias e, por causa disso, temos a demanda por Tecnorenascimentos Civilizacionais.
Um Tecnorenascimento Civilizacional produz um Realinhamento Conceitual entre o antigo Ambiente de Sobrevivência e o novo.
A Cosmovisão Cristã, por exemplo, nos permitiu, com o conceito de Deus único e não tribal, viabilizar a troca informacional e de bens entre as diferentes tribos.
A Cosmovisão Cristão permitiu, por exemplo, o surgimento do catolicismo e depois o protestantismo, que são “aplicações” da Cosmovisão Estrutural.
(A Cosmovisão Cristã NÃO seria possível sem a chegada da Escrita Manuscrita, pois o próprio nome “bíblia” vem de livros.”)
Tecnorenascimentos Civilizacionais têm a função de criar Cosmovisões Estruturais para uma espécie que pratica a Complexidade Demográfica Progressiva.
O foco de um Tecnorenascimento Civilizacional é permitir, gradualmente, o aumento:
- das trocas;
- da participação;
- da diversidade;
- da inovação.
Vivemos hoje o início do Tecnorenascimento Digital, quando diversos Conceituadores, aqui e ali, passam a defender valores e conceitos, que nos permitam aceitar e não estranhar viver num mundo muito cada vez mais participativo.
Nesse processo temos filósofos e teóricos de todos os tipos em todos os setores produzindo conceitos para que possamos nos sentir mais confortáveis nesse novo Tecnoplaneta.
É isso, que dizes?
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