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É impossível estabelecer um diálogo com alguém a respeito de crenças e conceitos que não foram adquiridos por meio da reflexão.” – Carlos Ruiz Zafón.

Há. a meu ver, três tipos de interação com outras pessoas: diálogos criativos, bate papos superficiais e conversas tóxicas.

Nos Diálogos Criativos, os participantes têm conceitos consolidados, porém com abertura para modificá-los, a partir de argumentos razoáveis.

Em Diálogos Criativos, ambas as partes saem do encontro fortalecidos do ponto de vista das respectivas narrativas sobre a realidade. Há uma saudável troca de conceitos.

Nos Diálogos Criativos, em geral, se fortalece a Felicidade Estrutural – aquela que nos traz contentamento e está ligada à nossa estratégia mais geral de vida.

Nos Bate Papos superficiais, os participantes não trocam conceitos, falam apenas de trivialidades, de ocorridos. Ambas as partes, saem do encontro satisfeitos do ponto de vista das emoções.

Nos Bate Papos superficiais, em geral, se fortalece a Felicidade Conjuntural – aquela que nos traz alegrias momentâneas e passageiras.

Nos Diálogos Tóxicos, se tem a pretensão da troca de conceitos, mas isso se torna impossível, pois um ou ambos não estão abertos a rever conceitos, a partir de argumentos razoáveis.

Ambas as partes, saem do encontro insatisfeitos tanto do ponto de vista da alegria, quanto do contentamento, não havendo o fortalecimento das Felicidades (nem a Estrutural e nem a Conjuntural).

Para que haja um Diálogo Criativo as opiniões sobre determinado aspecto da realidade precisam ser defendidas, a partir de argumentos razoáveis – o que podemos chamar de Bases Argumentativas Consistentes.

Muitas vezes as opiniões são emocionais, uma percepção pouco refletida, no qual a pessoa que pretensamente quer dialogar não amadureceu as Bases Argumentativas, porém não está disposta a revê-la.

Em um Diálogo Criativo se pressupõe que ambas as partes estão em processo de Conhecimento em Espiral (em modificação) e não em Conhecimento Carrossel (repetindo o mesmo ponto).

O único aprendizado possível num Diálogo Tóxico é aprender sobre o próprio conceito do Diálogo Tóxico e sobre Dogmatismos de maneira geral. E todos os subterfúgios que ocorrem para fugir dos questionamentos das Bases Argumentativas.

Em geral, uma pessoa dogmática é prepotente (alguém que considera que tem uma potência de ver a realidade com mais efetividade do que os demais) não pelas Bases Argumentativas, mas por outro tipo de superioridade subjetiva.

O ego (aquilo que achamos que é a nossa individualidade) em uma pessoa prepotente está colado na percepção, que, por sua vez, está colado na realidade, formando uma mesma entidade, da qual não consegue se separar.

Uma pessoa prepotente não desenvolve uma consistente Base Argumentativa. Tem uma opinião sobre algo, mas não consegue apresentar argumentos razoáveis para defender o seu ponto de vista.

Uma pessoa prepotente considera perda de tempo desenvolver uma Base Argumentativa, pois acredita em algum tipo de superioridade subjetiva, que dispensa esse “tipo de coisa”.

Uma pessoa prepotente tem o que podemos chamar de Ego Dogmático, que lembra muito uma massa de modelar, que quanto mais se “brinca”, mais difícil fica de separar as diferentes “cores” – eu/percepção/realidade.

Listei aqui alguns dos problemas, que aprendi em Diálogos Tóxicos, guiados pela baixa capacidade de reflexão e falta de Bases Argumentativas.

A saber:

  • Desfactuação – argumentos sem fatos comprovatórios;
  • Absolutização – argumentos que trabalham com valores absolutos, sem taxas comparativas entre as diferentes possibilidades;
  • Desconsideração – não se rebate os contra-argumentos do (s) outro (s) e se continua argumentando como se aqueles argumentos, que foram ditos, não merecessem consideração;
  • Desestruturação Argumentativa Temporal/Histórica – não separação adequada entre fatos micro conjunturais, conjunturais e estruturais;
  • Desestruturação Argumentativa Territorial – não comparação com situações vividas por outras pessoas, grupos similares ou distintos;
  • Certização – defesa de que os próprios argumentos são realistas e não apenas uma tentativa de aproximação da realidade – se tem algum tipo de diferencial de enxergar a realidade, sem a necessidade de Bases Argumentativas;
  • Denegrização – ao avançar da interação, se acaba, ao não conseguir apresentar Bases Argumentativas mais lógicas, denegrir o adversário com algum tipo de apelido pejorativo;
  • Sobreposição da fala – interromper o outro para que não possa argumentar adequadamente.

Mais algum?

É isso, que dizes?

Venha ser um Futurista Bimodal, com a melhor formação sobre o futuro do Brasil. Nós somos a nave Nabucodonosor, aquela mesma que te tira e te deixa fora de Matrix. Bora? 

https://sun.eduzz.com/377798

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