“Os romanos forçavam os engenheiros a passar algum tempo sobre a ponte que haviam construído.” – Nassim Taleb.
No livro “Antifrágil” de Nassim Taleb, entre outras filosofias, o autor bate forte contra a separação entre pensamento e engajamento nos mesmos.
Segundo o autor, vivemos um momento em que decisões são tomadas baseados em opiniões e por pessoas que não se comprometem com as consequências.
Podemos chamar isso de Responsabilismo e estabelecer taxas, que podem ser usadas para pessoas e grupos (onde se inclui organizações e países).
Quanto maior for a Taxa de Responsabilismo entre o que se diz e as consequências do que se faz, mais haverá aprendizado e redução de equívocos e vice-versa.
Um bom exemplo é a chamada Transformação Digital, que vive hoje um pacto perverso entre empresas de consultoria e os gerentes das grandes organizações.
Tanto gerentes e empresas de consultoria não são os donos dos negócios e não se responsabilizam por que vai ocorrer se o projeto de Transformação Digital não aumentar a competitividade.
É por por causa da alta taxa de Responsabilismo que os projetos de Transformação Digital são tão ilógicos, tão marqueteiros com resultados tão pífios em termos de competitividade.
Taleb lembra que nas crises os consultores falam muito e quando tudo dá errado, começam a dizer o contrário do que disseram no dia anterior.
Uma pessoa ou um grupo mais eficaz são aqueles que aproximam a opinião da ação e se responsabilizam por elas.
Isso me lembra a famosa ideia da segunda etapa da vida de Lacan (algo como): se reinvente, mas se responsabilize pelo que está reinventando.
É isso, que dizes?