Volta e meia alguém vem com o papo do virtual: aula, sexo, relação, mundo. É uma forma bem errada de encarar a nova civilização.
Vejamos a etimologia:
Virtual – existente apenas em potência ou como faculdade, sem efeito real. “sua propalada bondade era apenas v.”
Podemos dizer que uma pessoa quis muito se tornar um jogador de futebol, mas ficou só no desejo, no virtual.
O que ocorre no mundo digital não é uma virtualidade, mas um distanciamento, que estabelece relações COM EFEITO REAL.
Quando alguém tem aula, como agora na Pandemia, não é uma aula virtual, mas uma aula a distância, via ferramentais digitais com efeito real.
Já tivemos aulas pela televisão (os famosos telecursos) e ninguém chamou de aula virtual, pois já tinham se acostumado com a televisão.
O mesmo podemos dizer das relações afetivas. Quantas pessoas namoraram por cartas no passado e ninguém chamou tais romances de virtuais.
O mesmo podemos dizer das conversas telefônicas. Pessoas passavam anos se comunicando por fone e não era uma relação virtual, mas apenas a distância.
O uso do conceito Virtual reflete um estranhamento para a nova forma de interação a distância, tirando dela algo objetivo, concreto e real e tornando algo “estranho”, “anormal”.
Revoluções de Mídia têm esse tipo de consequência: permitem, além de outras coisas, novas formas de interações a distância, que causam estranhamento.
As novas interações criam um “novo normal”. É o estranhamento e uma certa resistência, que nos faz chamar o que é real de virtual.
Mesmo os jogos de computadores por mais sofisticados que possam ser são jogos, como no passado havia os de tabuleiro agora não presenciais, mas a distância.
O termo mais adequado para tudo que estamos assistindo é não virtual, mas a distância ou “no ambiente digital”. Isso reduz bastante a resistência do novo.
Quem quer ajudar a sociedade a lidar melhor com a nova Civilização, tem que se esforçar para utilizar os conceitos adequados.
Não sei se você sabe, mas o primeiro passo para que se possa lidar melhor com novidades é procurar questionar conceitos mal formulados pelo medo do novo.
Ao se questionar conceitos mal formulados, vai se reduzindo a carga emocional da resistência às novidades e trazendo as pessoas à reflexão.
Minha sugestão: não use o termo virtual e questione quem usa. Tal atividade lhe dará boa oportunidade de ajudar a alguém a reduzir a resistência à nova Civilização.
É isso, que dizes?
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