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O livro “Sociedade do Custo Margina Zero” é muito ambicioso.

Este tipo de super ambição futurista tem ocorrido com alguns autores que ganham projeção mundial e vão para um ar condicionado pensar coisas diferentes.

E acreditam que tudo que passam a imaginar será aceito.

Deixam de ser pensadores e passam a ser gurus.

A ideia de Rifkin é de que estamos criando um novo sistema econômico, que virá substituir a dicotomia socialismo versus capitalismo.

Não é pouca coisa.

A ideia geral é de que tecnologias vão conseguir tornar as coisas tão baratas, que vamos acabar com o que chamamos hoje de mercado.

Todo mundo vai oferecer as coisas uns para os outros e vamos conseguir criar uma espécie de Lennonlândia (onde todos vão se abraçar o tempo todo).

O erro vital de Rifkin é a ideia de demanda finita.

Não sou economista, mas a lógica me mostra que quando resolvemos um problema, nossa forma de ser cria outro, mais sofisticado.

Se tenho um celular que tira fotos de um jeito e tem um novo que tira de outra forma, eu vou querer.

Se eu já estou conseguindo pagar minhas contas, vou inventar de ter aula de clarineta, coisa que não tinha condição antes.

Assim, a demanda humana sempre será infinita, em espiral, sendo impossível que cheguemos a um custo marginal zero.

O que é zero hoje, vai virar dez amanhã.

Rifkin para que possa desenvolver a sua utopia, como todos os que o fazem, distorce a essência humana.

Se eu tirar o que é permanente no sapiens, posso inventar todo o tipo de sociedade, mas que nunca será possível, justamente por não ser feita para seres humanos.

Rifkin é um Harari otimista.

Acredita que estamos entrando no paraíso, numa forma de pensar diferente por causa das novas tecnologias e, finalmente, vamos todos nos abraçar numa grande fraternidade.

Vou ouvir Imagine.

É isso, que dizes?

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