21 lições, novo livro do Harari: confesso que foi uma decepção decepcionante – em dobro.
Desculpe, mas para desgosto dos fãs do Harari, não consegui aprender absolutamente nada de positivo no livro “21 lições para o século 21”.
Aprendi sim como as coisas não devem ser feitas.
Harari abandonou a razoável pesquisa que fez para o livro Sapiens, um historicismo e resolveu praticar o achismo.
Vivemos um tempo de caos do pensamento em que o importante não é o que se diz, mas quem diz e onde diz.
Harari virou uma celebridades de consumo rápido, livro todo ano, como se fosse a Agatha Christie.
Há uma diferença entre produzir pensamentos, ideias e romances policiais.
Harari tem acreditado que as luzes do palco podem substituir argumentos.
Pior.
Harari que poderia ir mais fundo na história humana de Sapiens, optou por trazer ideias antigas, com cara de novidade.
Harari com este novo livro passou a representar o pensamento dos intermediadores século passado – que tem perdido espaço no novo século.
São intermediadores tradicionais assustados, que pedem desesperadamente que os políticos contenham o futuro.
No livro “21 lições para o século 21” não há fundamentação para os argumentos, apenas impressões, sensações, receios – pior: alarmismo barato.
21 lições é um livro que expressa bem as emoções de muita gente em relação ao futuro, mas não de fato o que está ocorrendo.
21 lições expressa bem um pessimismo alarmista interessado, pois quanto mais gente ficar assustada, mais Harari será consumido.
Vamos as 21 lições (negativas) do livro do Harari, que concluem, finalmente, minha análise crítica sobre o livro, sujeita, claro, à crítica de todos:
1- não se deve falar sem argumentações e fatos – de achismos o mundo está cheio, livros são feitos para trazer consistência;
2- não se deve dizer que haverá desemprego em massa, sem apontar na história momentos em que isso ocorreu por causa das tecnologias;
3- não se deve alarmar os outros apenas para se tornar relevante no debate, é preciso sustentar as possíveis catástrofes – que não são poucas no livro;
4- não se deve dar lições sobre o futuro ainda não vivido, pode-se no máximo levantar preocupações ou questões;
5- não se deve esquecer o poder do consumidor, muito empoderado com as novas mídias, como o regulador do poder das empresas;
6- não se deve desprezar o poder da inteligência coletiva e das ordens espontâneas – todo dia cada pessoa ao consumir, está elegendo algo;
7 – não se deve ignorar o fator demográfico progressivo como fator causante da atual crise civilizacional que estamos passando;
8 – não se deve confundir narrativas (propostas de cultura) com culturas implantadas, que sofrem crises conjunturais por serem metodologias vivas;
9 – não se deve considerar que os políticos são os principais reguladores dos rumos da sociedade, pois as trocas humanas vão definindo nossos rumos;
10 – não se deve acreditar que a sociedade tem um objetivo comum, mas um objetivo individual, que se soma com as trocas;
11- não se deve falar em disrupção tecnológica como algo negativo, se a parte dessa disrupção está sendo aceita pelas pessoas e outra parte rejeitada;
12 – não se deve acreditar que existe uma elite global que trama em salas escondidas o destino do mundo;
13 – não se deve esquecer que empresas não existem sem consumidores e, portanto, tem o seu poder regulado;
14 – não se deve afirmar que o ser humano não sabe usar tecnologias com sabedoria, pois elas são parte integrantes da espécie – são elas que nos trouxeram até aqui;
15 – não se deve acreditar que o destino do mundo depende de por Hararis, que conseguem enxergar o que os comuns não enxergam;
16 – não se deve olhar nem o fenômeno Trump e nem o Brexit como o fim do mundo, mas entender o que se está rejeitando, a mensagem subliminar;
17 – não se pode considerar o fenômeno da revolução tecnológica atual como fenômeno social único, já que revoluções midiáticas são recorrentes – é preciso compará-las com o passado;
18 – não se pode acreditar em boatos sobre a desigualidade no mundo, que vem diminuindo;
19 – não se pode acreditar no desastre ecológico, quando a espécie nunca foi tão verde como agora e nunca se pensou tanto em tecnologias para dirimir o problema;
20 – não se pode olhar o futuro com os mesmos paradigmas filosóficos e teóricos do passado;
21 – não se pode imaginar que o sapiens vai se tornar insignificante, quando justamente nunca esteve tão empoderado de informação como agora.
Harari ainda vai ganhar muito dinheiro, sem dúvida.
Porém, a cada ano que passa, com as mudanças positivas que iremos passar, cada vez mais o valor das suas palestras será menor.
É o meu prognóstico. É a minha visão.
Aberto a alguém que me diga que o livro tem algo que não vi.
É isso, que dizes?
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