Volta e meia inventam uns adjetivos que mais atrapalham do que ajudam.
Economia Compartilhada, Criativa, etc…
Diria que a origem é sempre um autor ou palestrante que quer vender livros ou palestras e procura um termo diferente para ser algo novo.
Note que um adjetivo tem a função de complementar um substantivo para ajudar a dar um sentido.
Laranja Seleta.
O seleta quer dizer que não é bahia e nem lima.
O adjetivo, assim, permite que se agregue algo substantivo.
Quanto menos dúvida você gerar com o adjetivo, melhor.
Vejamos a ideia de Economia Compartilhada, por exemplo.
O adjetivo compartilhada parte do princípio de que antes a economia não era e agora é?
Ou seja, há agora uma novidade, o compartilhamento.
Economistas clássicos vão sair da tumba por causa disso.
A Economia sempre foi compartilhada, o que se poderia dizer é algo do tipo:
Economia Digital, mas mesmo assim é vago.
Para falar de algo mais concreto:
Economia Uberizada, por exemplo.
Note que a margem de dúvida do que estamos falando é enorme entre Economia Compartilhada e Economia Uberizada.
O mesmo digo para Economia Criativa.
Tudo se encaixa e nada se encaixa. O que seria o contrário de Economia Criativa? Economia não Criativa?
O problema é sempre o diagnóstico fraco sobre o digital.
Como a maior parte não tem diagnóstico adequado, é melhor deixar algo dúbio, no qual tudo se encaixa.
Se você quer fazer a diferença, procure sempre rejeitar adjetivos dúbios. É sinal de que alguém não sabe exatamente o que está ocorrendo.
É isso, que dizes?
Esta discussão vai bem além. Estes termos normalmente são vagos e quando pensamos na etimologia, as vezes perdem todo o sentido. Tenho o hábito, ou vício, dependendo do ângulo, de racionalizar tudo que leio, e com isso muitas coisas perdem o sentido.
Uma vez li uma frase que acho que é de Einstein “Não existem perguntas sem respostas, e sim perguntas mal feitas.” Quando me deparo com estas situações que não acho a resposta, tento mudar a pergunta…