A Argentina é um estudo de caso interessante. Pela ordem, diferente do Brasil, por diferentes motivos, não fez:
uma lei de responsabilidade fiscal;
uma reforma trabalhista;
uma reforma da previdência;
mudanças no imposto sindical;
uma lava jato para valer;
uma lei de ficha limpa que impediria a cristina k de concorrer.
A sociedade argentina, diferente da brasileira, está mais ou menos aonde estávamos antes do Fernando Henrique Cardoso, antes do real, antes da lei de responsabilidade fiscal.
Ainda estão acreditando que a polarização verdadeira é PT x PSDB. Acreditam que Macri é liberal e não social democrata.
O que explica isso?
Apesar dos avanços de ideias decentralizadores (liberais) no país, diferente do Brasil a proporção dependentes do estado x independentes do estado é muito maior por lá.
(Isso é algo que tem que ser contabilizado em qualquer análise social, política e econômica – a relação população x dependência estatal para projetar como provavelmente deve pensar e agir a maioria da população.)
De cada 2 argentinos, um depende em alguma medida do estado para sobreviver.
Assim, acredita-se que o dinheiro nasce em árvore, que o PT de lá vai conseguir levar felicidade ao país apenas pela boa vontade.
O que se faz para manter o estado hiper inchado – no chamado populismo econômico?
Se emite moeda (o que gera inflação) e, se aumenta impostos (o que gera recessão). A consequência é:
a inflação em torno de 50% ao ano, com viés de alta;
processo continuado de recessão há vários anos, o país decresce;
aumento da miséria, desemprego.
Ao acreditar que o PT ou o PSDB local vão resolver o problema temos a seguinte combinação:
Vão dar soro de camarão para alguém que estava no CTI por causa de alergia ao camarão.
O que é interessante, ao ouvir os debates na Argentina, é o quanto são infantis em relação à economia, o quanto são um Brasil de 20 anos atrás.
Acreditam que os economistas são realmente mágicos e que os números não refletem os fatos.
Que números podem ser alterados, sem mudanças nos fatos e fenômenos, tal como o inchaço do estado – a causa primária.
É o gordinho que acha que emagrece procurando uma balança mais adequada.
Como um país que tem 50% da população dependente do estado vai fazer mudanças para tirar seus próprios privilégios para controlar gastos e começar o processo de reorganização da economia?
Diria que é impossível, pois a condição de vida, a forma como você sobrevive, define a maneira que você pensa e faz as suas escolhas.
Macri e Cristina ou qualquer outro não terão nenhuma condição de mudar essa situação, pois é preciso um choque de realidade profundo para que se comece, como nós fizemos, a ouvir novas ideias e pessoas.
É preciso ir até o fundo do poço para ter consciência do poço.
A saída, infelizmente, será parecida com a da Venezuela, os sonhos terão que bater de frente com os fatos de forma radical.
Viverão, pela ordem:
uma explosão inflacionária, talvez a maior que o país já teve;
uma profunda recessão, de cada vez mais empresas saindo do país;
a migração de argentinos para outros países, principalmente os mais ricos com medo de taxação de grandes fortunas, liberais – justamente os que poderiam ajudar a sair da crise com suas ideias e recursos;
e a escassez cada vez maior de produtos no supermercado.
Economicamente será a Venezuela – parte 2.
O que se torce é que não se tenha a agenda Política da Venezuela, alterando o próprio regime, aprofundando ainda mais o estatismo, tal como convocar assembléia constituinte, promover mudanças no exército e alterar à força o Supremo Tribunal.
E aí será a Venezualização completa, criando mais uma Zona de Abandono o que multiplicaria por 10 a migração, que se inicia este ano ainda de forma tímida.
É isso que estou vendo.
Que dizes?
A Argentina é um estudo de caso interessante. Pela ordem, diferente do Brasil, a Argentina por diferentes motivos, não fez:
- uma lei de responsabilidade fiscal;
- uma reforma trabalhista;
- uma reforma da previdência;
- mudanças no imposto sindical;
- uma lava jato para valer.
A sociedade argentina, diferente da brasileira, está mais ou menos aonde estávamos antes do Fernando Henrique Cardoso, antes do real, antes da lei de responsabilidade fiscal.
Ainda estão profundamente acreditando que a polarização verdadeira é PT x PSDB. Acreditam que Macri é liberal e não social democrata.
O que explica isso?
Apesar dos avanços de ideias decentralizadores (liberais) no país, diferente do Brasil a proporção dependentes do estado x independentes do estado é muito maior por lá.
(Isso é algo que tem que ser contabilizado em qualquer análise social, política e econômica que se faz em um país para perceber como pensa e age a maioria da população.)
De cada 2 argentinos, um depende em alguma medida do estado para sobreviver.
Assim, acredita-se que o dinheiro nasce em árvore, que o PT de lá vai conseguir levar felicidade ao país apenas pela boa vontade.
O que se faz para manter o estado hiper inchado – no chamado populismo econômico?
Se emite moeda (o que gera inflação) e, se aumenta impostos (o que gera recessão). A consequência é:
- a inflação em torno de 50% ao ano, com viés de alta;
- processo continuado de recessão há vários anos, o país decresce;
- aumento da miséria, desemprego.
Ao acreditar que o PT ou o PSDB local vão resolver o problema temos a seguinte combinação:
Vão dar soro de camarão para alguém que estava no CTI por causa de alergia ao camarão.
O que é interessante, ao ouvir os debates na Argentina, é o quanto são infantis em relação à economia, o quanto são um Brasil de 20 anos atrás.
Acreditam que os economistas são realmente mágicos e que os números não refletem os fatos.
Que números podem ser alterados, sem mudanças nos fatos e fenômenos, tal como o inchaço do estado – a causa primária.
É o gordinho que acha que emagrece procurando uma balança mais adequada.
Como um país que tem 50% da população dependente do estado vai fazer mudanças para tirar seus próprios privilégios para controlar gastos e começar o processo de reorganização da economia?
Diria que é impossível, pois a condição de vida, a forma como você sobrevive, define a maneira que você pensa e faz as suas escolhas.
Macri e Cristina ou qualquer outro não terão nenhuma condição de mudar essa situação, pois é preciso um choque de realidade profundo para que se comece, como nós fizemos, a ouvir novas ideias e pessoas.
É preciso ir até o fundo do poço para ter consciência do poço.
A saída, infelizmente, será parecida com a da Venezuela, os sonhos terão que bater de frente com os fatos de forma radical.
Viverão, pela ordem:
- uma explosão inflacionária, talvez a maior que o país já teve;
- uma profunda recessão, de cada vez mais empresas saindo do país;
- a migração de argentinos para outros países, principalmente os mais ricos com medo de taxação de grandes fortunas, liberais – justamente os que poderiam ajudar a sair da crise com suas ideias e recursos;
- e a escassez cada vez maior de produtos no supermercado.
Economicamente será a Venezuela – parte 2.
O que se torce é que não se tenha a agenda Política da Venezuela, alterando o próprio regime, aprofundando ainda mais o estatismo, tal como convocar assembléia constituinte, promover mudanças no exército e alterar à força o Supremo Tribunal.
E aí será a Venezualização completa, criando mais uma Zona de Abandono o que multiplicaria por 10 a migração, que se inicia este ano ainda de forma tímida.
É isso que estou vendo.
Que dizes?
Belíssima análise, Nepô.
Triste ver o caminho que está sendo trilhado por um país que já foi um dos mais ricos do mundo (per capita).
Valeu