Todo o debate sobre a espécie humana se divide em bifurcações filosóficas.
Se você acabou numa cidade que chove muito, certamente, em algum lugar da estrada fez a opção por aquela cidade e, sem saber, ou sabendo, que era uma em que chove muito.
Opções filosóficas definem caminhos e muitas vezes se perde muito tempo sem que se saiba qual foi o escolhido, seja voluntariamente ou não.
Na filosofia, há debates metafísicos – aqueles que definem: “quem somos e o que estamos fazendo aqui neste planeta”.
Tais debates são as bifurcações primárias, que definem TODAS as correntes de pensamento abaixo.
Se não passarmos por esse debate e entendermos as bifurcações primárias, vamos nos perder nas secundárias.
A principal bifurcação primária, a meu ver, quando se responde – o quem somos, para efeito da ciência, é a meu ver é
“Qual é a do sapiens?”
- Estamos aqui para viver e sobreviver, sem nenhum tipo de missão da espécie? O que for melhor para cada um, está tudo certo!
- Ou temos uma missão coletiva que precisamos levar adiante, enquanto coletivos?
Podemos dizer que temos duas separações:
- Estamos diante de pensadores coletivistas (que acreditam numa missão coletiva);
- Ou dos pensadores individualistas (que acreditam na individualidade).
Esta divisão é fundamental para os desdobramentos das Escolas de Pensamento, que virão depois disso.
- Coletivistas, por acreditarem numa missão da espécie, se preocupam com CONTEÚDOS, com o que está sendo dito, num centro que sabe o caminho, numa forma de comando controlada, do centro para as pontas;
- Individualistas por NÃO acreditarem numa missão da espécie, se preocupam com FORMAS, pois quem preenche o conteúdo são as pessoas e NÃO um centro que sabe o caminho, numa forma de comando NÃO controlada, espontânea, das pontas para as pontas.
Podemos, assim, falar de pensadores e escolas CONTEUDISTAS (coletivistas) e FORMALISTAS (individualistas).
Uma decisão filosófica metafísica, puxa a visão epistemológica para um lado ou outro.
A Escola Bimodal está na bifurcação filosófica entre os Individualistas/Formalistas.
McLuhan, ao definir que “o meio é a mensagem” assume completamente a sua visão de que algo modifica a forma da sociedade, independente do seu conteúdo.
As críticas em geral vêm dos coletivistas/conteudistas.
McLuhan não tem a visão de que a espécie tem um comando central, mas vai se construindo de forma espontânea, quando chegam novas mídias.
A forma da tecnologia influencia as decisões espontâneas das pontas, dos indivíduos.
Tal pensamento, se aproxima das ideias de Adam Smith e dos pensadores da Escola Austríaca, na linha liberal, que vêem o mercado como uma ordem espontânea.
Incluindo alguns que falam da espontaneidade da linguagem, que é também mídia.
Assim, podemos criar um elo entre diversos pensadores, de diferentes Escolas de Pensamento, de diferentes áreas, tendo como eixo a visão formalista/individualistas por um lado e os conteudistas/coletivistas, por outro.
Muitos dos debates serão minimizados, poupados do gasto de energia, se isso estiver claro.
Se não houver uma alteração metafísica, formalistas e conteudistas não vão se entender.
É isso, que dizes?