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As reflexões sobre o mundo digital têm amadurecido no tempo, de forma muito lenta, mas têm.

O conceito da Quarta Revolução Industrial não deixa de ser um avanço nessa direção, ainda parcial, mas é.

Existe uma Revolução Industrial? Sim, existe, mas não é o centro é um sub-centro, um pedaço da revolução.

Quem tentar centrar por aí vai ver o futuro de forma nublada!

É o que faz, entretanto, infelizmente, nosso amigo Klaus Schwab no livro “Quarta Revolução Industrial”.

Podemos fazer a seguinte divisão na tentativa de entender o fenômeno da revolução digital:

  • Fenômeno Social Único – o digital é um fenômeno único, nunca ocorreu nada parecido antes;
  • Fenômeno Social Recorrente Industrial – que aparece agora com a ideia da Quarta Revolução Industrial, entre outras três do século XVIII em diante;
  • Fenômeno Social Recorrente Midiático– que aparece com a escola canadense, que abrange apenas fatos de toda a história humana (gestos, oralidade, escrita e digital).

Na verdade, quando analisamos o que aqui na escola chamamos de Labirinto Digital, temos antes de entrar no labirinto duas escolhas entre as opções “Fenômeno Social Recorrente” para escolher o campo de estudo.

Estamos diante de que tipo de fenômeno?

  • industrial? (e aí a a tese da revolução industrial como locomotiva)
  • ou midiático? (e aí a tese de revolução industrial como vagão e a locomotiva é a mídia).

Isso faz grande diferença do que deve ser feito para competir nesse novo mundo.

Note que revoluções industriais citadas não alteraram a forma de como o ser humano interage, se comunica e se informa e principalmente exerce o comando e controle.

Olha-se só no escuro para o rabo do elefante e começa a chamá-lo de cavalo.

Revolução Industrial como locomotiva é é restrita, pois há um epicentro midiático que tem ondas que atinge a todos os setores, economia, educação, política, energia, transporte e também o industrial.

A Revolução da Indústria é uma sub-revolução e não o epicentro!

Pega-se uma parte do fenômeno que é verdadeira (vagão) – mudanças industriais – e se toma como o todo (como se fosse a locomotiva).

Para que a tese da Quarta Revolução Industrial como epicentro das mudanças fizesse sentido, haveria que:

  • aplicar a mesma para toda a história da humanidade e não só para o início do século XVIII;
  • ou explicar por que não se inclui a revolução agrícola como uma revolução econômica, por exemplo, ampliando o termo de industrial para econômica.

Porém, as mudanças na sociedade têm alterado não só a indústria, mas a política, a educação, os jovens, algo que não ocorreu nas outras revoluções do mesmo tipo.

Está se comparando tomate com kiwi.

Vivemos uma Revolução Midiática, que é a locomotiva, como tivemos a oralidade, a escrita manuscrita e impressa, que desencadeiam outras revoluções, incluindo as industriais.

Por fim, o conceito da Quarta Revolução Industrial é um avanço, mas tem que ser visto de forma setorial e não global como vários autores sugere, incluindo nosso amigo Klaus.

É isso, que dizes?

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