Ouvi o Resumocast “O Ego é seu Inimigo – Ryan Holiday” e fica a pergunta: qual a diferença entre paixão e propósito?
É a mesma coisa?
Diria que o paixão é o propósito não trabalhado. Qualquer sociedade mais saudável, qualquer pessoa tem que oferecer algo e alguém, por livre e espontânea vontade, comprar.
O chamado livre mercado.
A paixão é o início da jornada, na qual vamos aprender, ao longo do tempo, a transformá-la em propósito.
O propósito envolve as outras pessoas e torna a paixão sustentável, pois as pessoas passam a “comprar” e se beneficiar daquilo que você está oferecendo.
O propósito, assim, envolve um problema dos outros que você tentará ajudar a resolver de alguma maneira. E a paixão é o sentimento de partida, que será colocado a serviço dos demais.
Uma pessoa que só tem paixão não se depara com o problema do outro e passa a ter problema de identidade/ego.
Todo o seu esforço gira apenas em torno da sua própria satisfação. Se viver numa sociedade fechada, vai tentar que os outros sejam obrigados a financiar a sua paixão.
Se for numa sociedade aberta, terá dificuldade de vender aos demais, pois ninguém compra nada que não resolva alguma “dor”.
A base do movimento empreendedor é transformar paixão em propósito;
Promover justamente a “musculação” entre a passagem da paixão (eu com os meus problemas isolados) para o propósito (eu tentando ajudar os problemas dos demais).
O propósito permite que se esteja, de forma mais consciente e competitiva, no mercado, conseguindo gerar valor para os demais e ser remunerado por isso.
O propósito torna a paixão algo útil para a pessoa e para os demais.
A paixão precisa, assim, sofrer um processo de reflexão da pessoa com ela mesma, a partir do feedback dos clientes que quer ajudar.
O tema da paixão/propósito e do próprio ego/identidade faz parte da Pesquisa Autonomia Bimodal de 2019 , que estou desenvolvendo junto com Paula Caputo.
O objetivo é ajudar pessoas a lidar melhor as emoções com as novas exigências do mundo digital.
Se quiser conhecer mais a pesquisa, veja aqui.
Estes temas são, aos poucos, integrados na formação bimodal para pessoas, profissionais e organizações que querem lidar melhor com o mundo digital.
Veja aqui o depoimento de um dos meus alunos: