A filosofia é um prédio com vários andares.
Já andei dividindo a atuação humana em três níveis: filosófico, teórico e metodológico.
A divisão é boa, mas os conceitos podem melhorar.
Quando chamo algo de teoria, na verdade, estou tirando ali o aspecto filosófico, pois estamos falando de filosofia teórica.
A partir de conceitos que foram discutidos antes, que estou adotando de forma consciente, ou não, para chegar a algumas conclusões.
Sem a percepção do debate filosófico anterior, o teórico pode chegar a determinadas “anomalias”, das quais não conseguirá superar, pois a filosofia é um ponto cego para ele.
Aquela teoria, querendo o teórico ou não, consciente ou não, está imersa em conceitos filosóficos, que foram pincelados e projetados antes, que podem conter equívocos.
Ao chamar de teoria de teoria, pura e simplesmente, ajudo ou mesmo estimulo a não consciência dos aspectos filosóficos que estão ali embutidos.
O mesmo podemos dizer de metodologias, pois o que temos são metodologias filosóficas, num andar mais abaixo, imerso em teorias e filosofias precedentes à metodologia.
Assim, podemos dizer que os três andares do conhecimento humano são:
- Filosofias (pois temos mais de um campo filosófico) – os debates sobre a essência das forças;
- Teorias filosóficas – que vou chamar de Filo-Teorias – os debates sobre as forças em movimento;
- Metodologias filosóficas – que vou chamar de Filo-Metodologias – a atuação humana sobre as forças, a partir dos mapas da essência e dos movimentos.
O que chama a atenção nestes “três andares” é de que o prédio do conhecimento é, sempre será, todo filosófico, pois os “andares” do conhecimento formam uma cadeia hierárquica.
Filosofias descem como hipóteses e os problemas e resoluções voltam como dados para reavaliações.
Desta forma, um problema – que recebe determinada metodologia para ser tratado – precisa ser visto sempre como um acúmulo de debates, que se iniciam e talvez tenha que voltar para as filosofias.
É isso, que dizes?