(O título foi sugerido por Paulo Faveret)
A grande novidade da Revolução Civilizacional Digital em curso é a nova forma de controle de processos e pessoas.
Vemos isso no Uber e afins.
A nova linguagem dos cliques (a terceira criada pelo Sapiens: gestos, palavras e cliques) permite que se possa administrar com a redução radical dos atuais intermediadores.
Transfere-se funções administrativas para a plataforma, coordenada por curadores.
A demanda gerencial tradicional é brutalmente reduzida, pois se distribui a decisão para as pontas.
Consumidores, micro-fornecedores e inteligência artificial criam sinergia para ajudar a tomar decisões melhores e mais eficazes numa plataforma digital.
Do ponto de vista da macro-história humana, este é o fato mais relevante entre vários outros da Revolução Civilizacional Digital.
Relevante, pois ao se ter novo modelo de administração mais sofisticado, capaz de lidar melhor com a complexidade, passamos finalmente a abandonar o modelo das organizações tradicionais em todas as áreas e criar novo, via Inovação Disruptiva Administrativa, com relação de custo/benefício melhor.
A Curadoria, entretanto, nome do novo modelo administrativo, exige nova mentalidade de controle e percepção de qualidade.
As organizações 3.0 não são mais responsáveis por produtos e serviços, mas por permitir que as trocas entre micro-fornecedores e consumidores sejam feitas no ambiente com a melhor taxa de relevância e confiabilidade possível, a partir da capacidade do curador em aperfeiçoar o ambiente.
E este é o maior desafio administrativo atual, muito mais do que tecnológico: o novo modelo administrativo exige profunda alteração de mindset, que, no passado, em Revoluções similares, demorou gerações.
As organizações que faziam, agora deixam fazer.
É preciso, assim, bem estruturado modelo de capacitação que seja capaz de:
– abrir mentes para receber novos paradigmas disruptivos;
– compromisso ético com a humanidade para que se possa criar nova geração de inovadores disposta a enfrentar a resistência da implantação do novo modelo;
– escolha de perfis adequados, com fome de ruptura;
– e bases filosóficas, teóricas e metodológicas consistentes para se ter clareza do caminho.
O apoio bem estruturado de mudança do mindset antigo para o novo é o grande benefício da metodologia da Inovação 3.0 para as organizações.
A Inovação 3.0, além disso, sugere em termos de ação a criação de núcleos separados (laboratórios 3.0) que consigam “vibrar” e criar projetos já na cultura do novo modelo.
Do nosso ponto de vista, a migração da Gestão para a Curadoria é questão apenas de tempo, pois nunca na história humana, novo modelo administrativo mais eficaz e com menor custo deixou de ser hegemônico no futuro.
Quanto mais cedo se iniciar o processo de migração, de forma consciente e eficaz, melhor, tanto para as organizações, como para os consumidores/cidadãos.