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Um debate quente em minhas palestras e em sala de aula é até onde vai a uberização da sociedade.
Hoje, tenho afirmado e coloco isso dentro das minhas certezas provisórias o seguinte:
- o Uber não é um novo modelo de negócios, mas de administração, no qual o controle de pessoas passa de gerentes aos consumidores, através de aplicativos;
- hoje, parece evidente, que terá grande aceitação em setores de serviços que tenham profissionais isolados, que não têm grande coordenação entre eles: motoristas, entregadores, manicures, encanadores, eletricistas, médicos familiares (já há várias iniciativas nessa direção).
Isso eu acredito que não é algo que desperte grande polêmica, pois é um exercício mais simples de futurologia.
Porém, até onde vai a uberização da sociedade, o que nos leva para uma futurologia mais complexa?
Muitos argumentam que quanto mais complexo for o empreendimento e isso quer dizer coordenação de pessoas e processos – será necessária a presença de gerentes de carne e osso.
E aí é bom separar o que é estrutural do conjuntural. Ou que pedras se pode colocar o pé e quais podem te derrubar.
Digamos que todos podemos concordar que ser humano sempre terá necessidade em processos mais complexos de coordenação da atividades e pessoas. Ponto. Isso é indiscutível e quem disser algo diferente disso, pode internar.
A questão da futurologia que se coloca é a seguinte.
Poderemos ter mais adiante uma nova forma de coordenação de atividades e pessoas que não seja um gerente de carne e osso?
Vejamos que no Uber já temos o início do uso intenso de Inteligência Artificial voltada aos negócios.
Hoje, a coordenação de que pessoas devem ser afastadas e promovidas é feita pelos aplicativos, através da avaliação mútua entre passageiros e motoristas, que vai depurando a qualidade da comunidade de negócios.
Quem não tem Credibilidade 3.0, não se estabelece!
Temos também o surgimento do Uber Pool, que coordena já de forma tímida, ainda primitiva, mas já o faz, diferentes rotas para que pessoas possam dividir a corrida.
O Uber Pool orienta o motorista da rota que deve ser seguida, através de sofisticado – para o nosso tempo – processo de diferentes demandas e oferta.
O motorista não precisa fazer nada, apenas seguir a orientação da moça que fala com voz metálica.
Assim, o que acontece ali é a substituição do papel do gerente de carne e osso não só para coordenar pessoas, mas processos.
Um gerente artificial, que é a base da curadoria, orienta o motorista para que faça a melhor rota para integrar diferentes passageiros.
O Waze não é diferente disso.
Estamos, na verdade, criando a Cultura da Inteligência Artificial, na qual, aos poucos, a sociedade não mais estranha tanto se um determinado processo define o roteiro do processo sofisticado do que tem que ser feito.
O próximo passo, me parece ter lógica, é passar esse tipo de atividades de processos mais simples da divisão de corrida para outros mais complexos, tais como equipes que serão coordenados por um Gerente Artificial.
Isso vai ser um processo gradual, mas podemos prever que o futuro dos negócios caminha para uma robotização da administração dos processos e pessoas.
E isso se coloca como a grande macrotendência, que levará à geração de valor pelas organizações;
Um aprendizado que tenho tido com a prática da Futurologia é aprender que temos que nos agarrar SEMPRE às estruturas e não às conjunturas.
Aqui, no caso, é preciso pisar na pedra que haverá sempre “coordenação em processos administrativos”.
Isso é uma pedra sólida.
O que temos que projetar é se essa “coordenação em processos administrativos” não está sendo feito da uma maneira hoje e pode ser de outra, a partir de novas possibilidades tecnológicas, que nos entreguem relação de custo/benefício melhor.
É isso, que dizes?
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