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Rodrigo Constantino detonou Paulo Freire neste artigo.

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Eu defendi aqui , entretanto, que um autor tem que ser visto, quando for o caso, sob dois pontos de vista: o teórico e o metodológico. Posso concordar com o diagnóstico do Paulo Freire sobre a crises da escola bancária, manipuladora, de baixa criatividade, mas discordar do método para resolver este problema.

Isso não me faz defender o Paulo Freire completo e nem me aliar com parte do diagnóstico que ele faz, que vários outros educadores estão fazendo de uma escola formadora de baixa criatividade e autonomia.

O problema que tenho não é com o Paulo Freire teórico, quando diagnostica a escola, mas com o Paulo Freire metodológico, quando sugere o que tem que ser feito!

  • Note que uma escola sempre será uma ferramenta de formação da espécie para a sociedade de plantão.
  • A sociedade de plantão será regida pelo modelo das organizações sociais, que será condicionada pela Governança da Espécie.
  • Que, por sua vez, sofrerá influência do estágio de evolução dessa Governança, a partir da complexidade demográfica e do estágio do ambiente cognitivo disponível (final, meio ou inicial).

paulofreire

Ou seja, a escola não é o cachorro que balança o rabo, mas sempre será o rabo que será balançada pelo cachorro, no caso as organizações de plantão.

Muitos dirão que essa é uma visão funcionalista da escola, mas é a função que historicamente a escola ocupa na sociedade, queiram, ou não, os sonhadores.

Se quiser mudar a escola, tem que mudar junto toda a sociedade e nisso Paulo Freire estava com razão.

Uma sociedade precisa da escola, pois nossa espécie nasce zerada, diferente dos outros animais, que têm muito mais instinto embutido no DNA do que nós.

As outras espécies são mais naturais.

tigremacaco

Nós somos mais artificiais, cercados de cultura por todos os lados, fortemente influenciados pelas conjunturas cognitivas de plantão (oral, escrita e agora digital).

Assim, a escola é formadora de humanos para atender às demandas das organizações sociais.

(As organizações são as ferramentas sociais de solução de problemas.)

Vivemos hoje uma escola para apertadores de botões, pois há uma forte movimento centralizador,  influenciado pela explosão demográfica e pelas mídias de massa.

Ou seja, as organizações hoje se centralizaram e querem uma escola que entregue um aluno cumpridor de ordens e não criador de novas ordens! 

A educação é toda voltada para formar pessoas que irão seguir ordens de um poderoso centro, que dá baixa autonomia para as pontas.

Painel.Paulo.Freire

A escola não iria mudar, enquanto as organizações precisassem desse modelo de aluno para exercer a função de obedecer o centro.

Desse ponto de vista, toda a crítica e diagnóstico de Paulo Freire se mantém atual e é coerente com o que diz Morin e outros tantos críticos do atual modelo de escola.

Não é à toa que esse movimento de mudança escolar é liderado pelas novas organizações digitais, que começam a exigir um novo modelo educacional que possa formar alunos mais inovadores, pois a sociedade está mudando, pois existem novas organizações que estão liderando o processo: QUE NÃO PODEM RECEBER APERTADORES DE BOTÕES PARA TRABALHAR!

Precisam de alunos que tenham mais capacidade e autonomia para serem “menos apertadores de botões” e possam tomar decisões cada vez mais pela lógica e bom senso.

A metodologia Paulo Freire, sob forte influência marxista, sugere como saída da mudança da escola para do atual modelo centralizador para uma conscientização de classe e uma luta contra o opressor, identificado em uma classe social, os ricos, empresários, donos dos meios de produção.

Ou seja, ele quer um novo apertador de botões, que seja coerente com um novo centro e não a redução de TODOS OS CENTROS.

O que faz dele um admirador de modelos escolares em que os oprimidos terão liberdade para pensar sem a opressão capitalista, tal como o de Cuba, que não tem uma escola conscientizadora ou inovadora, mas um modelo de escola doutrinadora, ainda de apertadores de botões.

A crítica que faço é que o diagnóstico da escola centralizadora não será resolvido com mais centralização e qualquer modelo de escola que mantenha as pessoas como apertadoras de botão.

Uma escola do século XXI tem que ser uma escola abertas e livre, descentralizada, na qual os alunos e as novas organizações digitais descentralizadores farão um pacto em direção à inovação e a empoderamento das pontas.

É uma aposta na crítica de todos os centros.

Não é com o marxismo centralizador que resolveremos a crise da baixa autonomia da escola, mas na construção de um modelo mais aberto de sociedade, menos centralizado, com organizações mais inovadoras voltadas para a sociedade.

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Portanto, concordo com Freire que a escola só vai mudar com a mudança sistêmica e que a atual escola é extremamente tolhedora de criatividade. Discordo com a ideia que o novo sistema será centralizador, marxista, o que fortalece o centro, mas um novo ambiente em que a criatividade será estimulada para a criação de novas organizações mais sociais e descentralizadas, o que o marxismo, em absoluto, nos ofereceu ou irá oferecer.

É isso, que dizes?

One Response to “Em defesa do Paulo Freire teórico, mas não o metodológico”

  1. Early Civilizations of the Old World: The Formative Histories of Egypt, The Levant, Mesopotamia, India and China

    Review’Very few people have the necessary scholarship, courage and clarity of thought to range over such a dispersed and diverse ground as is covered in

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